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Obama: EUA não devem se precipitar em guerras no exterior

Presidente prometeu aumentar apoio a rebeldes sírios, defender a Ucrânia da Rússia e tornar mais transparentes ataques de drones contra suspeitos de terrorismo

Barack Obama: "Os Estados Unidos devem mostrar o caminho no cenário internacional" (Mike Segar/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 19h10.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , apresentou uma defesa desafiadora de sua liderança internacional nesta quarta-feira, criticando os que o acusam de ser fraco, mas advertindo que nem todas as ameaças globais exigem uma resposta militar americana.

Em um discurso aos cadetes da academia militar de West Point, Obama negou que o poder americano tenha diminuído durante seu mandato, durante o qual ocorreu a retirada das tropas do Iraque e agora do Afeganistão.

O presidente também prometeu aumentar o apoio aos rebeldes sírios, defender a Ucrânia da Rússia e tornar mais transparentes os ataques de drones contra suspeitos de terrorismo.

Obama advertiu que os Estados Unidos estão dispostos a defender a livre circulação marítima no sul do Mar da China.

"Dizer que temos um interesse em buscar a paz e a liberdade para além de nossas fronteiras não é dizer que cada problema tem uma solução militar", disse Obama.

"Espinha dorsal"

"Depois da Segunda Guerra Mundial, alguns de nossos erros mais caros não surgiram da prudência, mas de nossa vontade de nos precipitarmos em aventuras militares sem pensar em todas as consequências", disse.

A política externa de Obama, que foi considerada um de seus pontos fortes, agora é criticada por aqueles que acreditam que parece fraca diante dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.

Seus opositores afirmam que deveria ter enviado tropas americanas à Síria, ter respondido com maior contundência à anexação russa de parte da Ucrânia, ou o criticam por ter deixado o Iraque e o Afeganistão se defenderem por conta própria.

"Os Estados Unidos devem mostrar o caminho no cenário internacional. Se não fizermos isso, ninguém o fará. O Exército (...) é, e sempre será, a espinha dorsal desta liderança", indicou o presidente aos cadetes.

Mas "uma intervenção militar americana não pode ser o único ou o primeiro componente de nossa liderança em qualquer circunstância", advertiu.


Obama chamou a atenção para os elevados custos, tanto financeiros quanto humanos, associados às aventuras militares, ressaltando que não é indiferente às mortes de soldados durante seu governo.

Diante dos cadetes, o presidente disse: Será uma traição "se os enviar para o perigo simplesmente porque vi um problema em alguma parte do mundo ou porque estou preocupado com os críticos que pensam que a intervenção militar é a única maneira de evitar que os Estados Unidos pareçam fracos".

Ajuda aos rebeldes na Síria

Pressionado para aumentar a ajuda aos rebeldes sírios - que lutam ao mesmo tempo contra o governo de Bashar al-Assad e contra os extremistas islâmicos -, o presidente americano ressaltou a complexidade do conflito.

"Por mais frustrante que seja, não há respostas fáceis, não há uma solução militar que possa eliminar o terrível sofrimento a curto prazo", lamentou o presidente.

"Como presidente, tomei a decisão de não enviar tropas americanas a esta guerra civil, e acredito que é a decisão correta", acrescentou.

"Mas isso não significa que não devemos ajudar o povo sírio a se defender de um ditador que bombardeia e deixa sua população com fome", disse Obama, ressaltando que, com o apoio à oposição armada, os Estados Unidos "contrabalançam o crescente número de extremistas que encontram refúgio no caos" da Síria.

Obama disse que vai trabalhar com o Congresso para aumentar o apoio à oposição síria, embora não tenha dado detalhes, no momento em que há informações indicando que o Exército americano começará a treinar abertamente os rebeldes.

Washington resistiu, no entanto, em enviar armamento, como mísseis antiaéreos, aos rebeldes, por medo de que caiam nas mãos dos extremistas.

Ao mesmo tempo, disse, seguirá buscando junto com seus aliados na Europa e no mundo árabe uma solução política que acabe com a crise.

Fundo antiterrorista

Obama também afirmou que o terrorismo continua sendo a maior ameaça à segurança dos Estados Unidos, ao anunciar um novo fundo de 5 bilhões de dólares para equipar e treinar aliados na luta antiterrorista, por exemplo na África.

Também defendeu sua decisão de manter cerca de 10.000 soldados no Afeganistão por mais um ano depois que as unidades de combate deixarem o país, neste ano, e de reduzir gradualmente a presença militar a um destacamento na embaixada americana em Cabul até o fim de 2016, pouco antes de deixar a Presidência.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , apresentou uma defesa desafiadora de sua liderança internacional nesta quarta-feira, criticando os que o acusam de ser fraco, mas advertindo que nem todas as ameaças globais exigem uma resposta militar americana.

Em um discurso aos cadetes da academia militar de West Point, Obama negou que o poder americano tenha diminuído durante seu mandato, durante o qual ocorreu a retirada das tropas do Iraque e agora do Afeganistão.

O presidente também prometeu aumentar o apoio aos rebeldes sírios, defender a Ucrânia da Rússia e tornar mais transparentes os ataques de drones contra suspeitos de terrorismo.

Obama advertiu que os Estados Unidos estão dispostos a defender a livre circulação marítima no sul do Mar da China.

"Dizer que temos um interesse em buscar a paz e a liberdade para além de nossas fronteiras não é dizer que cada problema tem uma solução militar", disse Obama.

"Espinha dorsal"

"Depois da Segunda Guerra Mundial, alguns de nossos erros mais caros não surgiram da prudência, mas de nossa vontade de nos precipitarmos em aventuras militares sem pensar em todas as consequências", disse.

A política externa de Obama, que foi considerada um de seus pontos fortes, agora é criticada por aqueles que acreditam que parece fraca diante dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.

Seus opositores afirmam que deveria ter enviado tropas americanas à Síria, ter respondido com maior contundência à anexação russa de parte da Ucrânia, ou o criticam por ter deixado o Iraque e o Afeganistão se defenderem por conta própria.

"Os Estados Unidos devem mostrar o caminho no cenário internacional. Se não fizermos isso, ninguém o fará. O Exército (...) é, e sempre será, a espinha dorsal desta liderança", indicou o presidente aos cadetes.

Mas "uma intervenção militar americana não pode ser o único ou o primeiro componente de nossa liderança em qualquer circunstância", advertiu.


Obama chamou a atenção para os elevados custos, tanto financeiros quanto humanos, associados às aventuras militares, ressaltando que não é indiferente às mortes de soldados durante seu governo.

Diante dos cadetes, o presidente disse: Será uma traição "se os enviar para o perigo simplesmente porque vi um problema em alguma parte do mundo ou porque estou preocupado com os críticos que pensam que a intervenção militar é a única maneira de evitar que os Estados Unidos pareçam fracos".

Ajuda aos rebeldes na Síria

Pressionado para aumentar a ajuda aos rebeldes sírios - que lutam ao mesmo tempo contra o governo de Bashar al-Assad e contra os extremistas islâmicos -, o presidente americano ressaltou a complexidade do conflito.

"Por mais frustrante que seja, não há respostas fáceis, não há uma solução militar que possa eliminar o terrível sofrimento a curto prazo", lamentou o presidente.

"Como presidente, tomei a decisão de não enviar tropas americanas a esta guerra civil, e acredito que é a decisão correta", acrescentou.

"Mas isso não significa que não devemos ajudar o povo sírio a se defender de um ditador que bombardeia e deixa sua população com fome", disse Obama, ressaltando que, com o apoio à oposição armada, os Estados Unidos "contrabalançam o crescente número de extremistas que encontram refúgio no caos" da Síria.

Obama disse que vai trabalhar com o Congresso para aumentar o apoio à oposição síria, embora não tenha dado detalhes, no momento em que há informações indicando que o Exército americano começará a treinar abertamente os rebeldes.

Washington resistiu, no entanto, em enviar armamento, como mísseis antiaéreos, aos rebeldes, por medo de que caiam nas mãos dos extremistas.

Ao mesmo tempo, disse, seguirá buscando junto com seus aliados na Europa e no mundo árabe uma solução política que acabe com a crise.

Fundo antiterrorista

Obama também afirmou que o terrorismo continua sendo a maior ameaça à segurança dos Estados Unidos, ao anunciar um novo fundo de 5 bilhões de dólares para equipar e treinar aliados na luta antiterrorista, por exemplo na África.

Também defendeu sua decisão de manter cerca de 10.000 soldados no Afeganistão por mais um ano depois que as unidades de combate deixarem o país, neste ano, e de reduzir gradualmente a presença militar a um destacamento na embaixada americana em Cabul até o fim de 2016, pouco antes de deixar a Presidência.

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