Obama e Renzi discutem política tumultuada nos dois países
O destaque da última visita de Estado da Presidência de Obama veio em um momento oportuno para Renzi, que tenta se fortalecer antes do referendo
Reuters
Publicado em 18 de outubro de 2016 às 19h55.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , e o primeiro-ministro da Itália , Matteo Renzi, se reuniram na Casa Branca nesta terça-feira, quando discutiram votações críticas iminentes nas duas nações e a relação entre a economia europeia claudicante e o descontentamento populista no continente.
O destaque da última visita de Estado da Presidência de Obama veio em um momento oportuno para Renzi, que tenta se fortalecer antes de um referendo constitucional marcado para 4 de dezembro que pode determinar seu futuro político.
Mas mesmo Renzi admitiu que o espectro da eleição presidencial dos EUA em 8 de novembro lança uma sombra maior.
"Tenho a sensação, e acho que corretamente, de que nossos amigos norte-americanos estão um pouco mais interessados no 8 de novembro do que na votação italiana sobre a reforma constitucional, e nós também, me permitam acrescentar", disse o premiê, provocando risos na coletiva de imprensa realizada no Jardim Rosa.
Obama repreendeu o candidato presidencial republicano Donald Trump por "choramingar" dizendo que a eleição em seu país está sendo "manipulada".
Ele elogiou as reformas econômicas propostas por Renzi, e disse apoiar a tentativa de modernizar suas instituições políticas com o referendo porque isso iria ajudar a acelerar as mudanças econômicas.
"Acredito de fato que existe uma conexão entre estagnação e alguns dos impulsos menos construtivos e populistas que vêm crescendo", disse Obama, afirmando que é preciso criar mais empregos para a geração mais jovem de europeus.
Foi a segunda vez neste ano em que Obama opinou a respeito de batalhas políticas domésticas que desafiam seus aliados da Europa - em abril ele visitou Londres para apoiar os esforços fracassados do ex-premiê britânico David Cameron para persuadir o Reino Unido a escolher a permanência na União Europeia em um referendo.
Os líderes também debateram a luta contra o Estado Islâmico e a batalha para recuperar a cidade iraquiana de Mosul do grupo militante.
Obama insistiu que a coalizão encabeçada pelos EUA tem um plano para lidar com o que poderiam ser consequências humanitárias "de partir o coração" decorrentes da batalha.