Obama e Peña Nieto criticam retórica e demagogia de Trump
Obama disse que a retórica anti-imigração de Trump não representa seu país, enquanto o presidente do México criticou a demagogia do empresário
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2016 às 22h37.
Ottawa - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , disse nesta quarta-feira que a retórica anti-imigração do virtual candidato republicano ao cargo, Donald Trump , não representa seu país, enquanto o presidente do México, Enrique Peña Nieto, criticou a demagogia do empresário.
Sem citar explicitamente o polêmico magnata, Obama e Peña Nieto responderam várias perguntas sobre declarações de Trump, que, ao longo de sua campanha, chamou os imigrantes mexicanos nos EUA de "estupradores" e "criminosos", além de ter prometido construir um grande muro ao longo da fronteira que separa os dois países.
"Devemos levar a sério essa retórica e respondê-la de forma clara e decidida, mas não tomá-la como um sinal do que são os Estados Unidos", afirmou Obama em entrevista coletiva após o término da Cúpula de Líderes da América do Norte em Ottawa, no Canadá.
"Qualquer um que se torne presidente dos Estados Unidos terá um forte interesse de ter uma sólida relação com o México, porque eles são nossos amigos", acrescentou o presidente americano.
Obama lembrou que os EUA são uma "nação de imigrantes" e que sempre se definiu por seus valores, como "a liberdade de expressão, o pluralismo e o estado de direito, não pela aparência das pessoas".
"Não acredito que vamos deter o que até agora foi uma tradição e um dos traços mais especiais dos Estados Unidos, que é atrair gente com talento e sonhos de todo o mundo", defendeu Obama.
Além disso, Obama afirmou que em algum momento o país aprovará uma "reforma migratória integral". E lembrou que ao longo da história dos EUA houve muitos momentos de retórica anti-imigração, mas que as pessoas "continuavam vindo de outros lugares".
Por sua vez, Peña Nieto disse que o México "respeita o processo eleitoral" dos EUA, mas criticou os que "recorrem ao populismo e às soluções fáceis" para enfrentar os problemas atuais, em clara alusão às declarações do pré-candidato do Partido Republicano.
"Neste mundo se apresentam lideranças políticas demagógicas e populistas, pretendendo destruir o que levou décadas para ser construído. Conduzir um país é algo mais do que dar respostas simples. É complexo e difícil", destacou o presidente mexicano.
Peña Nieto explicou que as comparações feitas no México entre Trump e Adolf Hitler, líder da Alemanha nazista, e Benito Mussolini, figura-chave do fascismo na Itália, pretendiam "chamar à reflexão" sobre as promessas feitas por eles e que produziu "um resultado conhecido por todos: uma tragédia na história da humanidade".
Obama, no entanto, contestou o uso do termo "populista" para a retórica de Trump. A definição anglo-saxã de populismo, disse o presidente americano, se refere às políticas que buscam apoiar o povo, em particular às pessoas da classe trabalhadora.
Ele afirmou que ele mesmo é um populista segundo essa visão, porque se preocupa que os trabalhadores tenham uma "voz coletiva" em seus locais de trabalho e sejam pagos de forma justa.
"Alguém que nunca mostrou nenhum respeito pelos trabalhadores, nem lutou por assuntos de justiça social, não merece esse qualificativo só por estar dizendo coisas controversas", disse Obama, alfinetando Trump outra vez.
"Isso é nacionalismo, xenofobia, ou algo pior. Ou simplesmente se trata de cinismo", concluiu Obama.
Ottawa - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , disse nesta quarta-feira que a retórica anti-imigração do virtual candidato republicano ao cargo, Donald Trump , não representa seu país, enquanto o presidente do México, Enrique Peña Nieto, criticou a demagogia do empresário.
Sem citar explicitamente o polêmico magnata, Obama e Peña Nieto responderam várias perguntas sobre declarações de Trump, que, ao longo de sua campanha, chamou os imigrantes mexicanos nos EUA de "estupradores" e "criminosos", além de ter prometido construir um grande muro ao longo da fronteira que separa os dois países.
"Devemos levar a sério essa retórica e respondê-la de forma clara e decidida, mas não tomá-la como um sinal do que são os Estados Unidos", afirmou Obama em entrevista coletiva após o término da Cúpula de Líderes da América do Norte em Ottawa, no Canadá.
"Qualquer um que se torne presidente dos Estados Unidos terá um forte interesse de ter uma sólida relação com o México, porque eles são nossos amigos", acrescentou o presidente americano.
Obama lembrou que os EUA são uma "nação de imigrantes" e que sempre se definiu por seus valores, como "a liberdade de expressão, o pluralismo e o estado de direito, não pela aparência das pessoas".
"Não acredito que vamos deter o que até agora foi uma tradição e um dos traços mais especiais dos Estados Unidos, que é atrair gente com talento e sonhos de todo o mundo", defendeu Obama.
Além disso, Obama afirmou que em algum momento o país aprovará uma "reforma migratória integral". E lembrou que ao longo da história dos EUA houve muitos momentos de retórica anti-imigração, mas que as pessoas "continuavam vindo de outros lugares".
Por sua vez, Peña Nieto disse que o México "respeita o processo eleitoral" dos EUA, mas criticou os que "recorrem ao populismo e às soluções fáceis" para enfrentar os problemas atuais, em clara alusão às declarações do pré-candidato do Partido Republicano.
"Neste mundo se apresentam lideranças políticas demagógicas e populistas, pretendendo destruir o que levou décadas para ser construído. Conduzir um país é algo mais do que dar respostas simples. É complexo e difícil", destacou o presidente mexicano.
Peña Nieto explicou que as comparações feitas no México entre Trump e Adolf Hitler, líder da Alemanha nazista, e Benito Mussolini, figura-chave do fascismo na Itália, pretendiam "chamar à reflexão" sobre as promessas feitas por eles e que produziu "um resultado conhecido por todos: uma tragédia na história da humanidade".
Obama, no entanto, contestou o uso do termo "populista" para a retórica de Trump. A definição anglo-saxã de populismo, disse o presidente americano, se refere às políticas que buscam apoiar o povo, em particular às pessoas da classe trabalhadora.
Ele afirmou que ele mesmo é um populista segundo essa visão, porque se preocupa que os trabalhadores tenham uma "voz coletiva" em seus locais de trabalho e sejam pagos de forma justa.
"Alguém que nunca mostrou nenhum respeito pelos trabalhadores, nem lutou por assuntos de justiça social, não merece esse qualificativo só por estar dizendo coisas controversas", disse Obama, alfinetando Trump outra vez.
"Isso é nacionalismo, xenofobia, ou algo pior. Ou simplesmente se trata de cinismo", concluiu Obama.