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Obama diz que guerra ao terrorismo "precisa acabar"

Presidente americano deseja retirar seu país de alguns dos aspectos mais polêmicos da sua luta global contra militantes islâmicos

Presidente dos EUA, Barack Obama, gesticula durante discurso sobre política antiterrorista de seu governo, na Universidade de Defesa Nacional, em Fort McNair, Washington (Larry Downing/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2013 às 11h30.

Washington - Passados 12 anos do início da "guerra ao terrorismo", o presidente dos EUA, Barack Obama , deseja retirar seu país de alguns dos aspectos mais polêmicos da sua luta global contra militantes islâmicos.

Em um importante discurso na quinta-feira, Obama reduziu o escopo dos ataques teleguiados contra a Al Qaeda e seus aliados, e anunciou medidas destinadas a fechar a prisão militar de Guantánamo, em Cuba.

Ele admitiu que já houve "tortura" em interrogatórios de suspeitos de terrorismo; expressou remorso pelas mortes de civis em bombardeios teleguiados; e disse que a prisão de Guantánamo "se tornou um símbolo mundial de uma América que viola o Estado de direito".

Após travar custosas guerras no Iraque e Afeganistão, os Estados Unidos estão ficando cansados do conflito. Embora o combate ao terrorismo ainda seja uma alta prioridade para a Casa Branca, as pesquisas mostram que as maiores preocupações dos norte-americanos são a economia e questões domésticas, como a saúde pública.

"Já estamos em guerra há bem mais de uma década", disse Obama logo no começo do discurso. Perto do final, ele acrescentou: "Mas esta guerra, como todas as guerras, precisa acabar." Embora voltado principalmente para o público doméstico, o discurso de Obama na Universidade Nacional de Defesa, em Washington, se enquadra em uma campanha destinada a melhorar a imagem global dos EUA, especialmente no mundo islâmico.

Mas ele enfrenta resistência do Congresso em seu plano de fechar a prisão de Guantánamo e revogar a Autorização do Uso da Força Militar que foi concedida logo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Essa lei é a base jurídica para grande parte da "guerra ao terrorismo".

Diante das críticas sobre vítimas civis nos ataques não tripulados, Obama disse que drones (aviões teleguiados) só serão usados quando houver uma ameaça "iminente e continuada", o que representa uma sutil mudança em relação à política anterior, que previa ataques diante de qualquer ameaça considerada significativa.

Além disso, parte das operações com drones será transferida da CIA para o Departamento de Defesa, o que garante maior escrutínio parlamentar sobre as ações. O Pentágono provavelmente assumirá as operações no Iêmen, mas não no Paquistão, onde os bombardeios com drones devem continuar a cargo da CIA.

Vários dirigentes da Al Qaeda já foram neutralizados pelos ataques com drones, e o fundador do grupo islâmico, Osama bin Laden, foi morto em uma operação militar secreta dos EUA em 2011, no Paquistão.

Os EUA já retiraram todo o seu contingente do Iraque, e estão reduzindo drasticamente a presença no Afeganistão. Por isso, segundo Obama, há espaço para novas prioridades.

"Além do Afeganistão, devemos definir nosso esforço não como uma ‘guerra global ao terror', sem fronteiras -e sim como uma série de esforços persistentes e focados para desmantelar redes específicas de extremistas violentos que ameacem os EUA", afirmou.

A chancelaria paquistanesa divulgou nota elogiando as declarações de Obama, e grupos de direitos humanos também receberam o discurso de forma positiva, embora alguns ativistas tenham achado que Obama poderia ter ido mais longe.

A oposição republicana, por sua vez, alertou contra considerar a Al Qaeda como uma força esgotada.

"O presidente está correto em salientar os sucessos da guerra ao terrorismo dos EUA que ocorre desde 11 de setembro de 2001", disse em nota o senador Marco Rubio.

"Ele está errado, no entanto, ao minimizar a continuada ameaça à pátria norte-americana." (Reportagem adicional de Nick Macfie em Islamabad)

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Washington - Passados 12 anos do início da "guerra ao terrorismo", o presidente dos EUA, Barack Obama , deseja retirar seu país de alguns dos aspectos mais polêmicos da sua luta global contra militantes islâmicos.

Em um importante discurso na quinta-feira, Obama reduziu o escopo dos ataques teleguiados contra a Al Qaeda e seus aliados, e anunciou medidas destinadas a fechar a prisão militar de Guantánamo, em Cuba.

Ele admitiu que já houve "tortura" em interrogatórios de suspeitos de terrorismo; expressou remorso pelas mortes de civis em bombardeios teleguiados; e disse que a prisão de Guantánamo "se tornou um símbolo mundial de uma América que viola o Estado de direito".

Após travar custosas guerras no Iraque e Afeganistão, os Estados Unidos estão ficando cansados do conflito. Embora o combate ao terrorismo ainda seja uma alta prioridade para a Casa Branca, as pesquisas mostram que as maiores preocupações dos norte-americanos são a economia e questões domésticas, como a saúde pública.

"Já estamos em guerra há bem mais de uma década", disse Obama logo no começo do discurso. Perto do final, ele acrescentou: "Mas esta guerra, como todas as guerras, precisa acabar." Embora voltado principalmente para o público doméstico, o discurso de Obama na Universidade Nacional de Defesa, em Washington, se enquadra em uma campanha destinada a melhorar a imagem global dos EUA, especialmente no mundo islâmico.

Mas ele enfrenta resistência do Congresso em seu plano de fechar a prisão de Guantánamo e revogar a Autorização do Uso da Força Militar que foi concedida logo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Essa lei é a base jurídica para grande parte da "guerra ao terrorismo".

Diante das críticas sobre vítimas civis nos ataques não tripulados, Obama disse que drones (aviões teleguiados) só serão usados quando houver uma ameaça "iminente e continuada", o que representa uma sutil mudança em relação à política anterior, que previa ataques diante de qualquer ameaça considerada significativa.

Além disso, parte das operações com drones será transferida da CIA para o Departamento de Defesa, o que garante maior escrutínio parlamentar sobre as ações. O Pentágono provavelmente assumirá as operações no Iêmen, mas não no Paquistão, onde os bombardeios com drones devem continuar a cargo da CIA.

Vários dirigentes da Al Qaeda já foram neutralizados pelos ataques com drones, e o fundador do grupo islâmico, Osama bin Laden, foi morto em uma operação militar secreta dos EUA em 2011, no Paquistão.

Os EUA já retiraram todo o seu contingente do Iraque, e estão reduzindo drasticamente a presença no Afeganistão. Por isso, segundo Obama, há espaço para novas prioridades.

"Além do Afeganistão, devemos definir nosso esforço não como uma ‘guerra global ao terror', sem fronteiras -e sim como uma série de esforços persistentes e focados para desmantelar redes específicas de extremistas violentos que ameacem os EUA", afirmou.

A chancelaria paquistanesa divulgou nota elogiando as declarações de Obama, e grupos de direitos humanos também receberam o discurso de forma positiva, embora alguns ativistas tenham achado que Obama poderia ter ido mais longe.

A oposição republicana, por sua vez, alertou contra considerar a Al Qaeda como uma força esgotada.

"O presidente está correto em salientar os sucessos da guerra ao terrorismo dos EUA que ocorre desde 11 de setembro de 2001", disse em nota o senador Marco Rubio.

"Ele está errado, no entanto, ao minimizar a continuada ameaça à pátria norte-americana." (Reportagem adicional de Nick Macfie em Islamabad)

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