Exame Logo

Obama diz que é preciso estar preparado para novas sanções

Presidente ligou para Angela Merkel para dizer que países "precisam estar preparados" para impor novas sanções à Rússia

Um manifestante pró-russo olha por seus binóculos perto da entrada de prédio da administração de Donetsk (Maks Levin/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 23h24.

Washington - O presidente americano, Barack Obama , ligou nesta quinta-feira para a chanceler alemã, Angela Merkel, para dizer que os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e seus parceiros internacionais "precisam estar preparados" para impor novas sanções à Rússia se a crise na Ucrânia aumentar.

Os líderes "conversaram sobre a preocupante situação no leste da Ucrânia, onde os separatistas pró-russos, aparentemente com o apoio de Moscou, continuam uma campanha orquestrada de provocação e sabotagem para debilitar e desestabilizar o Estado ucraniano", informou nesta quinta-feira a Casa Branca em comunicado.

Obama e Merkel pediram mais uma vez que a Rússia retire suas tropas da fronteira ucraniana, ao mesmo tempo em que destacaram os "esforços" do governo da Ucrânia para dar passos rumo a uma reforma constitucional e eleições democráticas.

O presidente dos Estados Unidos e a chefe do governo alemão, que intensificaram seus contatos nas últimas semanas devido à crise na Ucrânia, se comprometeram a continuar suas conversas durante a próxima visita da chanceler a Washington.

Precisamente nesta quinta-feira, o secretário do Tesouro americano, Jack Lew, advertiu o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, que os Estados Unidos estão preparados para "impor sanções adicionais" à Rússia em resposta à anexação da Crimeia.

Em comunicado remitido pelo Departamento do Tesouro após o encontro de ambos por ocasião da reunião de metade de ano do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), em Washington, Lew acrescentou que os Estados Unidos continuam acreditando que existe a "oportunidade de resolver a crise através de diplomacia".

Obama ordenou uma série de sanções, as últimas ratificadas na semana passada pelo Congresso, contra pessoas e entidades tanto russas como ucranianas por seu apoio ao Kremlin na anexação da Crimeia.

São Paulo – Vladimir Putin apoiou o referendo na Crimeia sobre sua independência da Ucrânia afirmando que, assim, protegia os ucranianos de origem russa que ali viviam. Disse, também, que a manobra corrigia um erro histórico da época da União Soviética, quando a Crimeia foi “dada” à Ucrânia. Para Putin, a região sempre pertenceu à Rússia. Por essa lógica “histórica”, alguns outros países também poderiam reivindicar terras russas - que lhes foram tomadas décadas atrás após invasões, conquistas, guerras e negociações. Dessas regiões, algumas estão em franca disputa, outras são negociadas de maneira mais amena e, outras, estão sob total domínio russo e ninguém pensa em um conflito. Mas seus antigos donos poderiam tentar pegá-las de volta, se assim quisessem. Veja quais são:
  • 2. 1. Ilhas Kuril

    2 /16(Wikimedia Commons)

  • Veja também

    País que as reivindica: Japão As Ilhas Kuril estão localizadas ao norte do Japão e ao sudeste russo. Um século atrás, japoneses e russos assinaram um acordo dizendo que as quatro ilhas eram território japonês. Contudo, depois da Segunda Guerra Mundial, a Rússia tomou a região de volta e expulsou os japoneses que moravam ali em 1949.

  • 3. Ilhas Kuril

    3 /16(GoogleMaps)

  • Em uma das ilhas, há uma base militar russa. Em outra, há uma comunidade de 30 mil russos. O governo japonês nunca desistiu de reivindicar a posse das ilhas e desde os anos 1940 tenta, por vias diplomáticas, resolver o impasse. Tecnicamente, a Segunda Guerra Mundial não acabou para os dois países.
  • 4. 2. Ilha Bolshoi Ussuriysky

    4 /16(Wikimedia Commons)

    País que a reivindica: China A ilha Bolshoi Ussuriysky fica no Rio Ussuri, na ponta do extremo leste chinês, na fronteira com a Rússia. Após um impasse de décadas, os dois países fizeram uma redefinição de fronteiras em 2008. A Rússia cedeu a ilha Tarabarov e metade da ilha Bolshoi Ussuriysky.

  • 5. Ilha Bolshoi Ussuriysky

    5 /16(GoogleMaps)

    A União Soviética ocupara a região em 1929. Desde 1960, o governo chinês começou a pressionar o país para mudar as fronteiras. Ainda falta que metade da ilha vá par ao lado chinês.
  • 6. 3. "As 64 vilas do Rio Zeya"

    6 /16(Wikimedia Commons)

    País que as reivindica: China O apelido das "64 vilas" se refere às moradias presentes na região.  As vilas se localizam na margem direita do Rio Zeya. Do outro lado, está a cidade russa de Blagoveshchensk.  A região era chinesa, mas durante o Império Qing, foi cedida aos russos em 1858, após um conflito.

  • 7. "As 64 vilas do Rio Zeya"

    7 /16(GoogleMaps)

    Em 1991, o governo chinês decidiu que não reivindicaria mais as terras tomadas. Contudo, em Taiwan, a decisão nunca foi reconhecida e o governo chinês local continua a exigir a devolução da região. Há mapas em Taiwan que mostram a região como chinesa.
  • 8. 4. Distrito de Pytalovsky

    8 /16(Wikimedia Commons)

    País de origem: Letônia A região da Letônia viveu séculos de ocupações, até definir suas fronteiras no começo dos anos 1920. Durante a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética anexou o país e ainda tirou parte de suas terras, Pytalovsky, dizendo que ali a maioria era russa e, portanto, deveria ser território russo.

  • 9. Distrito de Pytalovsky

    9 /16(GoogleMaps)

    Mesmo com o fim da União Soviética e a independência da Letônia, o país não recebeu suas terras de volta. Em 2007, a Letônia aceitou deixar as fronteiras como estão. Mas poderia reivindicar a região novamente, se quisesse. Muitos moradores locais se identificam com a cultura da Letônia, não russa, e protestam até hoje.
  • 10. 5. Ivangorod

    10 /16(Keystone/Getty Images)

    País de origem: Estônia Em 1945, a cidade de Ivangorod se separou da cidade de Narva, divididas pelo Rio Narva. Elas pertenceram à Estônia até a União Soviética tomar a região e considerar que o rio seria a fronteira entre eles. Assim, as duas cidades ficaram separadas, cada uma em um país.

  • 11. Ivangorod

    11 /16(GoogleMaps)

    Após o fim da União Soviética, a Estônia tentou redefinir as fronteiras, como eram antes de 1945. Sem sucesso. Em 2010, os moradores de Ivangorod também tentaram voltar ao domínio estoniano, mas não conseguiram.
  • 12. 6. Karelia

    12 /16(Wikimedia Commons)

    País de origem: Finlândia Antes de começar a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética reivindicou terras do sul da Finlândia, na região de Leningrado, cidade estratégica do império. A Finlândia recusou ceder as terras, que acabaram sendo invandidas e tomadas em 1939 - em uma guerra que matou milhares.

  • 13. Karelia

    13 /16(GoogleMaps)

    A maior parte desse território perdido era a província de Karelia (Karjala). Junto, a segunda maior cidade finlandesa naquele tempo, Viipuri. Os russos batizaram Viipuri de Vyborg. Os finlandeses, com ajuda dos nazistas, até recuperam as terras, mas foram retomadas após o fim da guerra. Até hoje há grupos políticos que reivindicam as terras de volta.
  • 14. 7. Kaliningrado

    14 /16(Harry Engels/Getty Images)

    País de origem: Prússia (Alemanha) A região de Kaliningrado não está conectada ao restante do território russo, cercada pelo Mar Báltico, a Lituânia e a Polônia. Por séculos, foi uma região prússia, de expressão alemã, chamada Königsberg. A região foi tomada pelas tropas russas dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

  • 15. Kaliningrado

    15 /16(GoogleMaps)

    A região foi para os braços dos russos com o fim da guerra. Os residentes germânicos foram imediatamente expulsos. Ao mesmo tempo, imigrantes russos foram enviados para a cidade - rebatizada de Kaliningrado, em homenagem ao líder Mikhail Kalinin. Hoje, é uma ilha russa no meio da Europa.
  • 16. Agora veja o que Putin pensa sobre a Crimeia

    16 /16(REUTERS/Baz Ratner)

  • Acompanhe tudo sobre:Angela MerkelÁsiaBarack ObamaCrise políticaDiplomaciaEuropaPersonalidadesPolíticosRússia

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mundo

    Mais na Exame