O barco furado de Trump
Para o presidente Donald Trump, a semana começa com uma missão: estancar as feridas. Na sexta-feira, as rixas entre diferentes facções do partido republicano lhe renderam a maior derrota de seu governo: não conseguir repelir a lei de acesso à saúde Obamacare. Retirar a legislação era uma antiga bandeira republicana e também de Trump. Com […]
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2017 às 06h44.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h59.
Para o presidente Donald Trump, a semana começa com uma missão: estancar as feridas. Na sexta-feira, as rixas entre diferentes facções do partido republicano lhe renderam a maior derrota de seu governo: não conseguir repelir a lei de acesso à saúde Obamacare. Retirar a legislação era uma antiga bandeira republicana e também de Trump. Com a falha, Trump se vê às voltas com sua agenda política e a aprovação de outros projetos importantes, como os cortes de taxas e regulamentações, enquanto o governo se aproxima da marca simbólica dos 100 dias.
Um dos desafios mais imediatos é aprovar a construção do oleoduto de Keystone, cedido na semana passada à empresa de energia TransCanada. O oleoduto foi uma bandeira levantada por Trump durante a campanha para mostrar como suas prioridades diferiam da democrata Hillary Clinton, tanto em termos ambientais quanto em geração de emprego. O Keystone deve ligar Alberta, no Canadá, até o estado de Nebraska e depende das autorizações estaduais para sair do papel.
Segundo reportagem do site Politico, a Casa Branca passa por brigas internas, em um ambiente tóxico e distraído, com diversos centros de poder conflitantes culpando uns aos outros por uma série de reveses. Essa disfunção paralisou uma gestão que luta para apresentar as gigantescas mudanças que prometeu. Os conselheiros mais altos brigam uns com os outros sobre como lidar com uma série de reportagens negativas; o partido enfrenta julgamento de seus membros sobre as prioridades legislativas do governo; e até doadores de campanha estão descontentes com os caminhos da gestão.
A dúvida: como Trump vai reagir? Deixar de lado a arrogância e começar, enfim, a negociar com o Congresso, ou insistir no estilo tudo ou nada que, até agora, foi muito mais nada do que tudo?