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Novos protestos em Hong Kong têm gás lacrimogênio e caos nos transportes

Este foi o oitavo fim de semana de grandes manifestações, que reúne parte da população contra o governo de Hong Kong, que é alinhado a Pequim

Protestos: manifestante joga de volta bomba de gás lacrimogêneo disparada pela polícia durante protesto por reformas democráticas em Hong Kong (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 11h21.

Última atualização em 5 de agosto de 2019 às 11h22.

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, acusou os manifestantes de colocarem a região em uma "situação muito perigosa". "Estão perturbando seriamente a lei e a ordem de Hong Kong, empurrando nossa cidade à beira de uma situação muito perigosa", disse ela nesta segunda-feira, 5, em um dia marcado pelo caos nos transportes públicos e voos internacionais.

Ativistas ocuparam estações de metrô e deixaram as portas dos trens abertas, o que impediu a circulação, com direito a muitos gritos e algumas brigas nos meios de transporte lotados. Em várias partes da cidade os manifestantes também bloquearam o tráfego de veículos e provocaram muitos engarrafamentos.

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A polícia de Hong Kong disparou gás lacrimogêneo contra os manifestantes nesta segunda, quando uma greve geral voltou a mergulhar o polo financeiro asiático no caos, paralisando os transportes e provocando um impasse inédito na cidade durante a maior parte da manhã.

A polícia voltou a usar bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar os manifestantes que bloqueavam uma avenida no distrito de Wong Tai Sin. No Aeroporto Internacional de Hong Kong — um dos mais movimentados do mundo — mais de 100 voos foram cancelados. Uma greve geral com o objetivo de parar a cidade estava planejada para esta segunda.

Os manifestantes voltaram às ruas de Hong Kong no domingo em uma nova rodada de protestos para pressionar as autoridades, um dia após os confrontos com a polícia em um bairro turístico da ex-colônia britânica. A polícia chegou a dispersar a multidão com gás lacrimogêneo.

Foi o oitavo fim de semana de grandes manifestações — que muitas vezes terminam em confrontos entre pequenos grupos radicais e a polícia — em Hong Kong, que enfrenta sua crise política mais grave desde 1997, quando foi devolvida pelo Reino Unido à China .

A cidade controlada pelos chineses tem sido abalada há meses por protestos que começaram em razão de um polêmico projeto de lei para permitir extradições à China continental. As ações evoluíram e os manifestantes passaram a exigir mais democracia.

Carrie Lam acusou os manifestantes que foram às ruas de tentar "destruir" a cidade. "Eu diria que os manifestantes estão tratando de derrubar Hong Kong, de destruir por completo a vida de mais de sete milhões de pessoas", disse a chefe do Executivo, reforçando que "o governo será enérgico em manter a lei da ordem para restaurar a confiança".

Os protestos representam o maior desafio político ao governo de Hong Kong desde que este foi devolvido ao controle de Pequim e o maior desafio popular ao líder chinês, Xi Jinping, desde que este assumiu o poder, em 2012.

Mas alguns manifestantes acusaram Carrie de voltar a atiçar a crise ignorando o sentimento do público, e prometeram continuar o movimento.

Foi uma "perda de tempo total" ouvi-la falar, disse Jay Leung, universitário de 20 anos.

Horas depois dos comentários, manifestantes atiraram guarda-chuvas e outros itens contra a polícia no distrito residencial de Wong Tai Sin, onde policiais reagiram com spray de pimenta. A polícia também usou gás lacrimogêneo no distrito de Tin Shui Wai quando a tensão veio à tona.

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