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Novos bombardeios russos na Ucrânia a poucas horas do fim do ano

Pelo menos uma pessoa morreu, e várias ficaram feridas no mesmo dia em que Putin afirmou que a "justiça moral" está do seu lado

Bombardeio em Kiev: cidade se preparava para celebrar o Ano Novo (Spencer Platt/Getty Images)
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AFP

Publicado em 31 de dezembro de 2022 às 15h06.

Uma onda de bombardeios atingiu a Ucrânia neste sábado (31), incluindo a capital do país, Kiev, onde pelo menos uma pessoa morreu, e várias ficaram feridas — no mesmo dia em que Vladimir Putin afirmou que a "justiça moral" está do seu lado.

Jornalistas da AFP ouviram pelo menos 11 explosões em Kiev no início da tarde, enquanto a cidade se preparava para celebrar o Ano Novo. Já são mais de 10 meses de combates nas linhas de frente desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro.

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Segundo o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, pelo menos uma pessoa morreu e 20 ficaram feridas nos bombardeios. A fachada do hotel o hotel Alfavito, no centro da cidade, foi destruída, deixando escombros na rua.

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As calçadas próximas estavam cobertas de vidro de janelas quebradas, incluindo as do Palácio Nacional das Artes.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse no sábado que seu país "não perdoará" a Rússia e os russos pela invasão e os bombardeios.

"Ninguém perdoará o terror. Ninguém no mundo perdoará. A Ucrânia não perdoará", escreveu Zelensky, em russo, no Telegram.

O chefe de Estado ucraniano garantiu também que "aqueles que ordenam tais ataques, e aqueles que os executam, não serão indultados".

- Mísseis de cruzeiro -

As autoridades ucranianas também relataram destruição e incêndios em Mykolaiv, no sul, onde pelo menos seis pessoas ficaram feridas. Em Khmelnitsky, no oeste, há quatro feridos.

Segundo o comandante das tropas ucranianas, Valerii Zaluzhnyi, as forças russas dispararam 20 mísseis de cruzeiros, incluindo através de bombardeiros no Mar Cáspio. 12 deles foram abatidos pela defesa aérea.

Após sofrer vários reveses militares no terreno, a Rússia optou, desde outubro, por bombardear as infraestruturas ucranianas, deixando milhões de pessoas sem luz em pleno inverno.

Neste mesmo sábado, em sua mensagem de Ano Novo transmitida pela televisão, Vladimir Putin garantiu que a "justiça moral e histórica" estava "do lado" de seu país.

"Hoje lutamos por isso, protegendo nosso povo em nossos próprios territórios históricos, nas novas entidades constituintes da Federação Russa", acrescentou.

A Rússia afirmou em setembro ter anexado quatro territórios ucranianos que hoje controla ao menos parcialmente, seguindo o padrão de anexação da península da Crimeia, em março de 2014.

- "Enfraquecer a Rússia" -

O presidente russo também criticou a "verdadeira guerra de sanções que foi declarada contra nós" pelos ocidentais.

"Aqueles que a lançaram esperavam a destruição total de nossa indústria, nossas finanças e nosso transporte. Isso não aconteceu", afirmou.

Putin acusou os Estados Unidos e a Europa de "usar cinicamente a Ucrânia e seu povo para enfraquecer e dividir a Rússia".

"O Ocidente mentia sobre a paz e se preparava para a agressão. E hoje não se envergonha de admitir isso, em plena luz do dia", declarou o chefe de Estado russo.

Putin condecorou o comandante das forças russas na Ucrânia, Sergei Surovikin, e brindou com champanhe com soldados fardados, segundo imagens da televisão pública.

Pouco antes do discurso de Putin, seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, prometeu a seus soldados uma vitória "inevitável" na Ucrânia.

Seu Ministério anunciou no sábado a tomada do pequeno vilarejo de Dorojnianka, na região de Zaporizhia, no sul da Ucrânia, uma das poucas conquistas reivindicadas.

Relatou também uma nova troca de prisioneiros com a Ucrânia, que envolveu a devolução de 82 militares russos.

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