Novas provas indicam que Trump pode ter sido espionado
O congressista republicano disse que as informações foram coletadas como parte de uma investigação rotineira de forma circunstancial
EFE
Publicado em 22 de março de 2017 às 16h12.
Última atualização em 22 de março de 2017 às 18h34.
Washington - O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Delvin Nunes, afirmou nesta quarta-feira que o presidente Donald Trump teria sido espionado de "maneira circunstancial" depois das eleições de novembro, como indicam provas que o próprio congressista recebeu de maneira anônima.
"Essas informações me foram fornecidas legalmente por fontes que pensavam que deveríamos saber disso", disse Nunes, revelando que os relatórios não incluem menções sobre a Rússia.
Em entrevista coletiva, Nunes disse que as informações foram coletadas como parte de uma investigação rotineira de forma circunstancial. No entanto, os dados foram vazados e os indivíduos envolvidos na vigilância acabaram "desmascarados".
Segundo o congressista, a vigilância teria ocorrido enquanto o ex-presidente Barack Obama seguia no poder. Os relatórios, porém, não indicam que a Trump Tower tenha sido alvo de grampos telefônicos, como Trump acusou Obama de ter ordenado a instalação.
Na semana passada, os Comitês de Inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado concluíram que não existem evidências para apoiar as acusações de Trump.
O diretor do FBI, James Comey, corroborou a conclusão dos parlamentares na última segunda-feira, durante a primeira audiência pública realizada no Congresso sobre a possível interferência da Rússia nas eleições presidenciais de novembro do ano passado.
Nunes, no entanto, afirmou hoje que os relatórios de inteligência que recebeu contêm "informações significativas" sobre Trump e a equipe de transição do republicano.
O congressista informou o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, o diretor da CIA, Mike Pompeo, o diretor da NSA, Mike Rodgers, sobre os relatórios e disse que fará o mesmo com Comey e a Casa Branca.
"Todas as informações são sigilosas, mas não têm relação com nenhuma investigação. É uma compilação circunstancial normal, pelo menos isso foi o que eu pude ler", completou.
Depois das declarações de Nunes, Trump foi perguntado se as informações divulgadas pelo congressista "sustentavam" suas acusações contra Obama.
"De algum modo, sim. Apreciei muito o fato de terem encontrado o que encontraram", afirmou o presidente.
Trump explicou que Nunes o informou pessoalmente sobre as descobertas, algo criticado pelo democrata de mais alta categoria no Comitê de Inteligência na Câmara dos Representantes, Adam Schiff. Segundo ele, o congressista republicano compartilhou os dados com presidente antes de conversar com os demais membros do comitê.
No entanto, Nunes reiterou que as informações não respaldam a afirmação de Trump que Obama mandou grampear a Trump Tower durante a campanha eleitoral de 2016.