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Nobel da Paz Óscar Arias é acusado de assédio sexual

Cinco mulheres acusaram o ex-presidente da Costa Rica, mas a Procuradoria-Geral da Costa Rica informou que só um caso foi relatado

Assédio: Arias foi ganhador do Nobel da Paz em 1987 (Victor Ruiz Garcia/Reuters)
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Reuters

Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 14h22.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2019 às 14h28.

San José - O vencedor do prêmio Nobel da Paz e ex-presidente costarriquenho Óscar Arias foi acusado por cinco mulheres de assédio ou agressão, aumentando as alegações contra ele e servindo como exemplo de grande repercussão do movimento #MeToo na América Latina.

As denúncias das mulheres ameaçam a reputação do ex-presidente, que é um dos estadistas latino-americanos mais respeitados e ganhador do Nobel da Paz em 1987 por seu papel na negociação do final de guerras civis na região.

A ativista antinuclear Alexandra Arce foi a primeira mulher a se pronunciar no que logo se tornou um dos exemplos mais destacados do movimento #MeToo na América Latina, onde até agora o ativismo vem se concentrando mais na repressão à violência contra as mulheres e ao feminicídio.

Arias negou as alegações de Alexandra por meio de seu advogado, Erick Ramos, que na quinta-feira disse à Reuters que seu cliente não quer comentar as alegações subsequentes.

A decisão de Alexandra inspirou mais mulheres a se manifestarem, entre elas Emma Daly, diretora de Comunicação do grupo internacional de direitos humanos Human Rights Watch. Emma disse que trabalhava como jornalista na América Central em 1990 quando Arias a abordou junto a um grupo de repórteres no saguão de um hotel de Manágua, capital da Nicarágua. Foi quando ela lhe fez uma pergunta.

"Ele parou, me olhou e, ao invés de responder minha pergunta, esticou a mão, tocou meu peito e depois colocou a mão entre meus seios e disse 'você não está usando sutiã', ou palavras semelhantes, e depois seguiu em frente", contou Emma à Reuters na quinta-feira. "Fiquei completamente chocada, e a única coisa que consegui dizer foi 'sim, estou'".

À época ela trabalhava como freelancer para a Reuters e o Tico Times, um jornal da Costa Rica, disse.

"O fato de que ele tem um currículo profissional incrivelmente impressionante não lhe dá o direito de tratar as pessoas deste jeito".

Ramos disse que a Procuradoria-Geral da Costa Rica lhe informou que só um caso foi relatado. A Procuradoria-Geral confirmou ter recebido uma queixa contra Arias.

"Respeitamos as declarações destas pessoas na mídia e nas redes sociais", afirmou Ramos.

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