Nobéis da Paz pedem que países combatam o ódio
Ganhadores do Nobel fizeram um apelo para que os governos lutem pela erradicação de armas nucleares, narcotráfico e corrupção
EFE
Publicado em 5 de fevereiro de 2017 às 15h45.
Bogotá -- Os Prêmios Nobel da Paz pediram neste sábado ação dos governos, da sociedade civil e da juventude para erradicar males como as armas nucleares, as minas antipessoais, o narcotráfico, a narcopolítica e a corrupção , assim como para combater o ódio.
Assim expressaram em uma declaração lida pela americana Jody Williams, premiada em 1997, no encerramento da XVI Cúpula Mundial de Prêmios Nobel da Paz realizada em Bogotá, da qual participaram vários agraciados, entre eles o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Os ganhadores do Nobel que durante três dias debateram em Bogotá sobre diversos males que afligem a humanidade, fizeram um apelo "aos Estados para que combatam o discurso do ódio" baseado em discriminações por razões étnicas, racistas, religiosas, de gênero, de incapacidade ou de qualquer outra índole.
Assinalaram que perante as ameaças e desafios que enfrenta o mundo pedem a comunidade internacional para "implementar o Acordo de Paris Sobre Mudança Climática do ano 2015, e avançar em uma estratégia global coerente que assegure no longo prazo a proteção" do planeta.
Igualmente pediram para trabalhar para conseguir o desenvolvimento inclusivo e a paz sustentável, priorizando a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e seus 17 objetivos.
Também defenderam a "renovação da visão de um mundo sem armas nucleares e apoiar a urgente negociação de um novo tratado para proibi-las que conduza a sua completa eliminação".
Também disseram que é necessário confirmar a necessidade de erradicar outras armas como as minas antipessoais e as granadas de fragmentação que "afetam especialmente a população civil".
Os laureados pediram ao mundo que sejam implementadas "políticas coerentes" para promover o desenvolvimento harmônico e sustentável das sociedades que gere paz e bem-estar especialmente para crianças marginalizadas, jovens e mulheres.
Na declaração final também pediram ação para conseguir maiores níveis de paz e prosperidade para o qual é necessário desenvolver os direitos da mulher, das crianças e das minorias.
Defenderam que todos os setores desenvolvam ações conjuntas para "acabar com o tráfico humano, a escravidão moderna, a exploração sexual, o trabalho infantil e a violência em todas suas formas contra mulheres e crianças".
Imediatamente os premiados com o Nobel assinalaram a necessidade de realizar ações globais, regionais, nacionais e locais para "combater o narcotráfico, a narcopolítica e a corrupção". Também para apressar o processo dos desarmamentos civis e a não permitir a criminalização dos defensores de direitos humanos.
Eles reiteraram seu convite ao mundo para "reconhecer e a entender a interdependência entre as pessoas, as comunidades e as nações, dentro de um sentido de unidade, compaixão e solidariedade".
"Só assim poderemos transformar a Terra, a casa comum da família humana, em um mundo em paz", acrescenta o documento.
Os agraciados, além disso, parabenizaram o presidente Santos, ganhador do Nobel de 2016, por conseguir a paz ao assinar um acordo com as Farc que permitiu pôr fim a um conflito interno armado de 52 anos de duração.
Por último, pediram à comunidade internacional para que "acompanhe e apoie" a implementação do acordo de paz com as Farc e lembraram que isto inclui a garantia da presença do Estado nas zonas mais afetadas pelo conflito aos quais deve levar justiça, desenvolvimento rural, substituição de cultivos ilícitos e a reparação às vítimas.