May: de Merkel para Hollande
Theresa May, a nova primeira ministra do Reino Unido, tem gastado a sola de seus estilosos sapatos na primeira semana no cargo. Hoje ela chega à França, onde se reúne com o presidente Françis Hollande, num encontro cercado de tensão. Ontem, ela esteve na Alemanha com a chanceler Angela Merkel. Incumbida da missão de liderar a […]
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2016 às 19h55.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h39.
Theresa May, a nova primeira ministra do Reino Unido, tem gastado a sola de seus estilosos sapatos na primeira semana no cargo. Hoje ela chega à França, onde se reúne com o presidente Françis Hollande, num encontro cercado de tensão. Ontem, ela esteve na Alemanha com a chanceler Angela Merkel.
Incumbida da missão de liderar a nação após o referendo que pediu a saída da União Europeia, o Brexit, May tem adotado o estilo discreto e direto que a alçou ao cargo – e que tem lhe rendido comparações não com Tatcher, a primeira comandante do Reino Unido, mas com a própria Merkel. Ontem, as duas falaram amigavelmente sobre a saída e o futuro das relações comerciais. Merkel disse que não espera que o Reino Unido dê entrada no processo tão cedo, um plano defendido por May.
Hoje, com Hollande, o papo não deve fluir tão bem. O presidente mantém uma postura dura sobre a saída e espera que ela aconteça o quanto antes ou que o Reino Unido sofra as consequências. Tem seus motivos: minar a popularidade da opositora Marine Le Pen, que busca ganhar popularidade e propagar o “Frexit”, a debandada francesa. Le Pen será candidata à presidência no ano que vem e ameaçar a reeleição de Hollande. Embora estejam separados por um túnel, França e Reino Unido negociam apenas 68 bilhões de dólares por ano, metade das trocas feitas com os alemães.
Ontem durante sua primeira sessão de perguntas na Câmara dos Comuns, May reforçou o duro discurso adotado nos primeiros dias, quando chamou o país que seu predecessor legou: “injusto, duro com os trabalhadores e com um sistema criminal racista”. Os meses por vir devem continuar exigindo uma Theresa May cada vez mais forte.