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No feriado de Ação de Graças, Trump insulta democratas: "depravados"

Respondendo a processo de impeachment, Trump afirmou que está sendo atacado porque colocou em evidência "um sistema disfuncional" em Washington

Trump: "Os democratas radicais estão tentando reverter a última eleição porque sabem que não podem vencer a próxima" (Ralph Freso/Getty Images)
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AFP

Publicado em 27 de novembro de 2019 às 09h07.

Última atualização em 27 de novembro de 2019 às 09h08.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , fez um discurso furioso na noite desta terça-feira, no estado da Flórida, onde passará o feriado de Ação de Graças, em meio à ameaça do processo de impeachment.

Em Sunrise, ao norte de Miami, Trump insultou seus adversários políticos, chamou os democratas de "depravados" e afirmou que está sendo atacado porque colocou em evidência "um sistema disfuncional" em Washington.

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Trump também dirigiu sua ira à imprensa, e disse que os jornalistas são "umas das pessoas mais corruptas do mundo".

"Os democratas radicais estão tentando reverter a última eleição porque sabem que não podem vencer a próxima", disse Trump, enquanto a multidão gritava: "mais quatro anos!, "mais quatro anos!".

Antes de viajar para a Flórida, Trump cumpriu a tradição de perdoar dois enormes perus - Bread e Butter (Pão e Manteiga) - por ocasião de uma das maiores festividades do país, na qual essas aves são o prato principal.

"Desejo a todos um feliz Dia de Ação de Graças", disse o presidente antes de perdoar os perus.

Trump estava acompanhado de sua mulher, Melania, que pouco antes havia sido vaiada em um discurso sobre os riscos das drogas, na cidade de Baltimore.

O presidente passará o feriado em Mar-a-Lago, seu campo de golfe e residência particular na costa atlântica da Flórida.

Os democratas que investigam Trump estão prontos para avançar no processo de impeachment após o intervalo do Dia de Ação de Graças e, na segunda-feira, receberam boas notícias dos tribunais.

Um tribunal de apelações em Washington decidiu que os assessores de Trump devem cumprir as intimações do Congresso no contexto do processo de impeachment contra o presidente.

Em um caso que envolveu o ex-advogado da Casa Branca Don McGahn, intimado em maio pelo Comitê Judiciário da Câmara, o juiz Ketanji Jackson decidiu que os altos funcionários da administração não podem deixar de testemunhar alegando sua proximidade com o presidente dos Estados Unidos.

"Os presidentes não são reis", escreveu Jackson em sua decisão. "Ninguém, nem mesmo o chefe do Poder Executivo, está acima da lei", disse ainda o magistrado.

Decisão aplicável a todos

O juiz indicou que a decisão sobre o caso de McGahn era aplicável a todos os assistentes do presidente, atuais e passados. Várias autoridades ligadas a Trump evitaram as intimações do Congresso nas últimas semanas para testemunhar.

A decisão pode levar o Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, que prepara acusações de impeachment contra Trump devido a um escândalo envolvendo a Ucrânia, a forçar o testemunho de três testemunhas-chave: o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney e o Secretário de Estado Mike Pompeo.

Os democratas suspeitam que todos tenham conhecimento direto do suposto pedido de Trump ao presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski para investigar seu rival político Joe Biden em troca da liberação de ajuda militar.

Esse caso levou os oponentes a abrir a investigação em 24 de setembro para determinar se Trump abusou ou não de seus poderes ao fazer esse pedido ao presidente ucraniano.

Cartéis mexicanos

O presidente também disse, em entrevista divulgada nesta terça-feira, que pretende colocar os cartéis das drogas do México entre os "grupos terroristas", uma decisão que dará a Washington mais poderes para combater o tráfico de drogas e de pessoas.

"Vou designá-los sim, absolutamente. Estou trabalhando nisto durante 90 dias", revelou o presidente.

"Mas tal enquadramento não é tão fácil. Existe um processo e estamos em meio a isto", disse Trump em entrevista ao jornalista conservador Bill O'Reilly.

No início do mês, Trump convocou uma "guerra" contra os cartéis, após o assassinato de nove mulheres e crianças de uma comunidade mórmon americana instalada no norte do México.

"Vai designar estes cartéis no México como grupos terroristas e começar a atacá-los com drones e coisas assim?" - perguntou O'Reilly.

"Não quero dizer o que vou fazer, mas serão designados (como terroristas). Não digo o que quero fazer", respondeu Trump.

O governo do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, reagiu rapidamente, com a secretaria de Relações Exteriores informando que contactou distintas autoridades americanas para entender o "conteúdo e os alcances do anúncio" de Trump.

O chanceler Marcelo Ebrard se comunicará com o secretário americano de Estado, Mike Pompeo, "para discutir este tema de extrema relevância para a agenda bilateral", em um encontro "o mais breve possível".

"Como em outros temas da agenda bilateral, a secretaria de Relações Exteriores promoverá o diálogo e um roteiro que nos permita avançar para reduzir os fluxos de armas e dinheiro para o crime organizado dos Estados Unidos para o México, assim como agentes químicos e drogas que atravessam nosso território rumo ao país do norte".

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