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Netanyahu retorna a Israel com críticas ao discurso nos EUA

Premier afirmou ter concluído que os congressistas se convenceram que o acordo sobre o programa nuclear iraniano não é bom


	Netanyahu: "retorno a Israel com o conhecimento de que muitos escutaram, em todo o mundo, o que Israel tinha a dizer sobre o acordo ruim que está sendo negociado com o Irã"
 (REUTERS/Joshua Roberts)

Netanyahu: "retorno a Israel com o conhecimento de que muitos escutaram, em todo o mundo, o que Israel tinha a dizer sobre o acordo ruim que está sendo negociado com o Irã" (REUTERS/Joshua Roberts)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2015 às 09h40.

Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, retornou nesta quarta-feira a Israel após o discurso realizado em Washington, no Congresso americano, sobre o programa nuclear iraniano, e recebeu duras críticas da imprensa e dos principais colunistas israelenses.

"Retorno a Israel com o conhecimento de que muitos escutaram, em todo o mundo, o que Israel tinha a dizer sobre o acordo ruim que está sendo negociado com o Irã", disse ao chegar no aeroporto.

Netanyahu, em plena campanha eleitoral para as eleições de 17 de março, afirmou que "pelas reações que recebeu tanto dos democratas como dos republicanos" concluiu que os congressistas se convenceram que o acordo não é bom.

O primeiro-ministro, duramente criticado pela Casa Branca em função do discurso, disse que "agora se entende qual é a alternativa para o acordo", o que segundo ele é aumentar as sanções contra o Irã para que o país deixe de enriquecer urânio.

Na imprensa local, as críticas foram quase generalizadas, com a exceção do jornal "Israel Hayom", que apoia o primeiro-ministro, e de alguns colunistas de direita.

A veterana Sima Kadmon, do jornal "Yedioth Ahronoth", classificou a audiência no Congresso como "um discurso de sobrevivência" de Netanyahu. A colunista ironizou o primeiro-ministro a disse que "com facilidade se poderia o imaginar em um palco da Broadway".

"Netanyahu tem agora um só problema: retornar a Israel, onde lhe esperam todos os assuntos dos quais queria desviar a atenção, e os quais queria retirar da agenda (política das eleições)", acrescentou.

O renomado Nahum Barnea, do mesmo jornal, afirmou que "a impressão do discurso" nos senadores e congressistas "se derreterá antes da neve que cobre Washington". Já Eitan Haver argumentou que Israel terá "problemas" porque "sem os Estados Unidos nem sequer as orações servirão" para parar o programa nuclear do Irã.

O "Haaretz", em seu editorial de hoje, criticou Netanyahu por não ter recordado "a verdadeira ameaça para a existência de um Israel judeu e democrático: a interminável ocupação" dos territórios palestinos.

Netanyahu "desperdiçou a grande oportunidade e a enorme atenção que recebeu ao nem sequer mencionar o verdadeiro perigo que Israel enfrenta", questionou o jornal.

Shalom Yerushalmi, do "Maariv", disse que a "grande pergunta agora é se o discurso conseguirá fornecer alguma cadeira a mais", estabelecendo uma relação direta entre a determinação do primeiro-ministro de viajar para Washington e as eleições.

Já no "Israel Hayom", que costuma defender o primeiro-ministro, Boaz Bismoth disse que o discurso foi "histórico", enquanto o acadêmico Abraham Ben Tsvi o classificou como uma "ata de acusação contra todos os crimes de Teerã".

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