Nervosismo na Rússia na véspera de presidenciais favoráveis a Putin
Pesquisas, publicadas no fim de fevereiro, dão Putin como vencedor no primeiro turno, com cerca de 60% dos votos
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2012 às 12h22.
Moscou - A Rússia aguardava neste sábado em um ambiente tenso pela realização das eleições presidenciais de domingo, através das quais o atual primeiro-ministro, Vladimir Putin, espera retornar ao Kremlin, apesar dos protestos sem precedentes contra seu regime.
O país observava neste sábado um "dia de silêncio" conforme a legislação eleitoral que proíbe qualquer campanha na véspera da eleição. As pesquisas, publicadas no fim de fevereiro, dão Putin como vencedor no primeiro turno, com cerca de 60% dos votos.
Mas a oposição se esforçou para mobilizar os eleitores e impor um segundo turno ao homem forte do país, presidente no ano 2000 e que em 2008 viu sua popularidade cair.
Putin enfrenta quatro candidatos que cuidaram para atacá-lo frontalmente, e nenhum membro da oposição radical a Putin foi autorizado a se apresentar.
Em uma entrevista a vários meios de comunicação estrangeiros publicada na sexta-feira, Putin disse estar certo de ter o apoio da maioria, inclusive nas grandes cidades e no seio da classe média, de onde procedem os principais opositores.
A coalizão de oposição que organiza desde as legislativas de dezembro - marcadas, segundo ela, por fraudes massivas - manifestações de uma magnitude sem precedentes em Moscou há 12 anos, considerou que as eleições não podiam ser democráticas e prevê uma nova concentração no dia 5 de março no centro da capital russa.
A campanha eleitoral foi marcada, segundo os observadores da organização russa Golos, pelo emprego massivo de recursos do Estado a favor de Putin e de uma política de intimidação.
"A campanha se distinguiu pela abundância de tentativas de difamação, dirigidas tanto à oposição quanto aos candidatos nas presidenciais", ressaltava na quinta-feira a associação em um informe.
O atual chefe de governo acusou os opositores de estarem a serviço do Ocidente, de preparar eles mesmos fraudes eleitorais e inclusive de querer assassinar um dos seus para depois acusar o regime.
Eleito uma primeira vez à presidência com 53% dos votos quando era chefe de Estado interino após a renúncia de Boris Yeltsin, foi reeleito triunfalmente em 2004 com mais de 71% dos votos.
O rápido aumento do nível de vida, graças à alta dos preços mundiais de petróleo, e uma política percebida como o restabelecimento do lugar do país no cenário mundial nutriram esta popularidade, segundo os sociólogos.
Obrigado a abandonar o Kremlin em 2008 ao não poder realizar um terceiro mandato consecutivo, Putin se manteve como o homem forte do país ao tomar a posição de primeiro-ministro e ao lançar à presidência Dmitri Medvedev.
Este se afastou para abrir caminho ao seu mentor e deve se converter em primeiro-ministro após a transferência de poder, prevista para maio.Uma reforma constitucional ampliou o mandato presidencial de quatro para seis anos e Putin pode teoricamente ficar no poder durante dois novos mandatos, até 2024.
"Ainda não decidi", explicou na entrevista transmitida na sexta-feira, "seria normal, se tudo correr bem, se é o que as pessoas quiserem".
Os analistas, no entanto, indicam que, embora sua vitória no domingo esteja clara, seu mandato pode ser mais complicado que os anteriores.
"O movimento de protesto iniciado após as legislativas falsificadas de dezembro não ameaça ainda o controle do poder de Putin, mas é o sintoma de uma Rússia cada vez mais instável", considera o Conselho Europeu para a Política Estrangeira, um centro de análises próximo à União Europeia.
Cerca de 109 milhões de eleitores estão convocados às urnas. Os colégios eleitorais abrirão às 08H00 local de domingo no extremo oriente russo (17H00 de Brasília deste sábado) e as primeiras estimativas serão divulgadas às 21H00 (14H00 de Brasília de domingo), após o fechamento dos últimos centros de votação em Kalingrado (oeste).
Moscou - A Rússia aguardava neste sábado em um ambiente tenso pela realização das eleições presidenciais de domingo, através das quais o atual primeiro-ministro, Vladimir Putin, espera retornar ao Kremlin, apesar dos protestos sem precedentes contra seu regime.
O país observava neste sábado um "dia de silêncio" conforme a legislação eleitoral que proíbe qualquer campanha na véspera da eleição. As pesquisas, publicadas no fim de fevereiro, dão Putin como vencedor no primeiro turno, com cerca de 60% dos votos.
Mas a oposição se esforçou para mobilizar os eleitores e impor um segundo turno ao homem forte do país, presidente no ano 2000 e que em 2008 viu sua popularidade cair.
Putin enfrenta quatro candidatos que cuidaram para atacá-lo frontalmente, e nenhum membro da oposição radical a Putin foi autorizado a se apresentar.
Em uma entrevista a vários meios de comunicação estrangeiros publicada na sexta-feira, Putin disse estar certo de ter o apoio da maioria, inclusive nas grandes cidades e no seio da classe média, de onde procedem os principais opositores.
A coalizão de oposição que organiza desde as legislativas de dezembro - marcadas, segundo ela, por fraudes massivas - manifestações de uma magnitude sem precedentes em Moscou há 12 anos, considerou que as eleições não podiam ser democráticas e prevê uma nova concentração no dia 5 de março no centro da capital russa.
A campanha eleitoral foi marcada, segundo os observadores da organização russa Golos, pelo emprego massivo de recursos do Estado a favor de Putin e de uma política de intimidação.
"A campanha se distinguiu pela abundância de tentativas de difamação, dirigidas tanto à oposição quanto aos candidatos nas presidenciais", ressaltava na quinta-feira a associação em um informe.
O atual chefe de governo acusou os opositores de estarem a serviço do Ocidente, de preparar eles mesmos fraudes eleitorais e inclusive de querer assassinar um dos seus para depois acusar o regime.
Eleito uma primeira vez à presidência com 53% dos votos quando era chefe de Estado interino após a renúncia de Boris Yeltsin, foi reeleito triunfalmente em 2004 com mais de 71% dos votos.
O rápido aumento do nível de vida, graças à alta dos preços mundiais de petróleo, e uma política percebida como o restabelecimento do lugar do país no cenário mundial nutriram esta popularidade, segundo os sociólogos.
Obrigado a abandonar o Kremlin em 2008 ao não poder realizar um terceiro mandato consecutivo, Putin se manteve como o homem forte do país ao tomar a posição de primeiro-ministro e ao lançar à presidência Dmitri Medvedev.
Este se afastou para abrir caminho ao seu mentor e deve se converter em primeiro-ministro após a transferência de poder, prevista para maio.Uma reforma constitucional ampliou o mandato presidencial de quatro para seis anos e Putin pode teoricamente ficar no poder durante dois novos mandatos, até 2024.
"Ainda não decidi", explicou na entrevista transmitida na sexta-feira, "seria normal, se tudo correr bem, se é o que as pessoas quiserem".
Os analistas, no entanto, indicam que, embora sua vitória no domingo esteja clara, seu mandato pode ser mais complicado que os anteriores.
"O movimento de protesto iniciado após as legislativas falsificadas de dezembro não ameaça ainda o controle do poder de Putin, mas é o sintoma de uma Rússia cada vez mais instável", considera o Conselho Europeu para a Política Estrangeira, um centro de análises próximo à União Europeia.
Cerca de 109 milhões de eleitores estão convocados às urnas. Os colégios eleitorais abrirão às 08H00 local de domingo no extremo oriente russo (17H00 de Brasília deste sábado) e as primeiras estimativas serão divulgadas às 21H00 (14H00 de Brasília de domingo), após o fechamento dos últimos centros de votação em Kalingrado (oeste).