Negociações do Brexit devem continuar para além do final de semana
Continuidade das conversas na semana que vem deve ser vista como um sinal de que ambos os lados acreditam que um acordo está à vista
Fabiane Stefano
Publicado em 11 de novembro de 2020 às 09h34.
Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 10h27.
As negociações comerciais entre o Reino Unido e a União Europeia devem se estender além do prazo informal deste fim de semana e continuar em Bruxelas na semana que vem, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto.
Negociadores em Londres têm trabalhado sem parar desde segunda-feira. Ambos os lados haviam apontado o final desta semana como o prazo para um acordo, de modo que haja tempo suficiente para a ratificação parlamentar, antes que o Reino Unido deixe o mercado único do bloco em 31 de dezembro.
Embora as negociações não tenham sido concluídas, autoridades acreditam que há avanço suficiente para garantir a continuidade. As conversas devem ser retomadas em Bruxelas, disseram as fontes, que não quiseram ser identificadas.
Uma delas alertou que faltam apenas alguns dias para se chegar a um acordo e indicou a videoconferência dos 27 líderes da UE em 19 de novembro como um possível prazo. Isso permitiria a aprovação de um provável pacto durante essa reunião.
Autoridades próximas às negociações disseram que os negociadores fizeram avanços nesta semana. A continuidade das conversas na semana que vem deve ser vista como um sinal de que ambos os lados acreditam que um acordo está à vista.
O tempo é curto porque o Reino Unido e os parlamentos europeus precisam ratificar qualquer pacto antes do final do ano. Embora isso possa ser feito em questão de dias no parlamento britânico, o lado da UE precisa de mais tempo. Parlamentares europeus querem que o texto seja examinado em comitês antes de uma votação em sua última sessão plenária, que começa em 14 de dezembro.
No sábado, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disseram após um telefonema que grandes diferenças - principalmente no acesso às águas pesqueiras britânicas e na igualdade de condições para negócios - ainda precisavam ser superadas para alcançar um acordo. Ambos os lados disseram que redobraram os esforços nesta semana.