Navio gigante reinicia operação de limpeza no Golfo do México
Fortes ondas dificultam os esforços para conter a maré negra
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Nova Orleans - A limpeza do petróleo derramado pela britânica BP foi retomada neste domingo em algumas partes do Golfo do México, apesar de alguns barcos não terem condições de navegar por causa das fortes ondas, o que dificulta os esforços para conter a pior maré negra da história americana.
Mas um gigantesco navio taiuanês, que chegou no sábado ao local onde continua vazando petróleo da plataforma destruída por uma explosão há mais de dois meses, retomou pouco a pouco as operações de limpeza, depois de vários dias de fortes perturbações causadas pela tempestade tropical Alex.
A embarcação do tipo cisterna "A Whale", propriedade da companhia taiuanesa TMT Group, tem 275 metros de extensão e pode recuperar até 500.000 barris por dia (80 milhões de litros), contra os 2,5 milhões de barris recuperados nas últimas dez semanas por todos os pequenos barcos posicionados no golfo para participar nessas operações.
"Absorve o petróleo e a água 'empetrolada' e depois filtra o petróleo e expele a água", disse o porta-voz da BP Toby Odone.
Outro navio, o "Hélix Producer", começará as tarefas de contenção na quarta-feira. Funcionários afirmaram que graças a este navio terão uma melhor estimativa do fluxo atual de petróleo, "apenas pelo aspecto do petróleo que sai pelo tampão", disse o almirante Thad Allen, presidente da BP, a petroleira britânica responsável pelo acidente.
As fortes marés e ventos provocados pela passagem do furacão Alex atrasaram os esforços de limpeza, empurrando mais petróleo para o interior e espalhando óleo da Louisiana para a Flórida.
"A tarefa de limpeza será longa e árdua durante os próximos dias", explicou na véspera o contra-almirante Paul Zukunft.
"Estou especialmente preocupado com a fauna local."
O poço continua vazando entre 30.000 e 60.000 barris por dia desde que a plataforma operada pela British Petroleum (BP) afundou no último dia 22 de abril.
Um sistema de contenção conseguiu recolher em torno de 557.000 barris de petróleo, mas as fortes marés atrasaram a instalação de um terceiro dispositivo, o Hélix, para aumentar a capacidade de limpeza de 25.000 a 53.000 barris por dia.
Estima-se que entre 1,6 a 3,6 milhões de barris de petróleo vazaram no Golfo do México desde o acidente.
De acordo com estas cifras, este desastre é de maior magnitude que o derramamento de Ixtoc de 1979 que derramou em torno de 3,3 milhões de barris no Golfo do México.
O único antecedente mais grave é o vazamento intencional de petróleo pelas tropas iraquianas no Kuwait durante a Guerra do Golfo em 1991 que derramou de seis a oito milhões de barris de petróleo.
Posteriormente, terão de decidir se o sistema existente de limpeza deve permanecer ou se deverão substituí-lo por outro sistema capaz de recolher 80.000 barris de petróleo por dia.