São Paulo – Entre os países com grandes populações muçulmanas, o tamanho da influência da religião na política não é um consenso entre os fiéis do islamismo. É o que mostrou um estudo da Pew Research Center, organização independente formada por especialistas dedicados ao estudo dos acontecimentos políticos, sociais e econômicos em âmbito global.
Realizada entre os meses de abril e maio de 2015 e divulgada nesta semana, a pesquisa concluiu que, enquanto há países nos quais as pessoas desejam ver os ensinamentos do Alcorão incorporados às leis, em outros essa é ideia é rechaçada.
Para a análise, foram entrevistadas 10 mil pessoas, entre muçulmanos e não-muçulmanos, em dez países (Paquistão, Palestina, Jordânia, Malásia, Senegal, Nigéria, Indonésia, Líbano, Turquia e Burquina Faso). Em três deles, a maioria da população se posicionou contra a influência do livro sagrado na vida civil: Burkina Faso, Líbano e Nigéria.
Localizada na África, Burkina Faso é formada por uma população majoritariamente muçulmana: 60% das pessoas se identificam assim. Apesar disso, 60% dos entrevistados preferem que a religião não interfira no governo e só 9% deles são a favor dessa ideia.
No Líbano, país árabe onde 55% das pessoas se declaram muçulmanas, 42% dos que participaram da pesquisa se manifestaram contra essa ideia, enquanto 15% deles acreditam que o governo deveria seguir os ensinamentos religiosos.
Nesse grupo de países, é na Nigéria onde foram observados os maiores contrastes. Em território nigeriano, onde a população é 50% muçulmana, a percentagem de pessoas contra a interferência da religião no governo é de 42%, ao passo que 27% é totalmente a favor.
A pesquisa ainda avaliou os níveis de escolaridade dos seus entrevistados e revelou que a parcela com educação secundária completa ou mais detém uma visão considerada como “mais secular” e são a favor de que as leis de seus países não sigam o Alcorão. Em Burkina Faso, 72% dessas pessoas se posicionaram assim. No Líbano, 46% e, na Nigéria, 48%.
Leis seguindo o Alcorão? Sim, por favor
Se há locais onde as pessoas não querem que a religião e o Estado caminhem de mãos dadas, há outros nos quais a população prefere que as leis sigam rigorosamente os preceitos religiosos. É o caso do Paquistão, da Palestina, Jordânia, Malásia e Senegal.
No Paquistão, 97% da população é muçulmana e o país sofre com a presença de organizações terroristas como a rede Al Qaeda e o Talibã. Dentre os entrevistados, 78% disseram que o governo deve seguir o Alcorão na produção de suas leis. Apenas 2% se posicionaram contra.
Nem lá, nem cá
Entre os países avaliados, a Indonésia e a Turquia se destacam pelo equilíbrio nas opiniões. Na Indonésia, onde 91% da população se designa como muçulmana, só 22% dos entrevistados disseram concordar com o governo baseando suas leis no livro sagrado e 16% dessas pessoas preferem separar uma coisa da outra.
Na Turquia, por sua vez, 36% acham que essa influência não deve existir e 38% disseram que as leis até podem se basear no Alcorão, mas não seguir seus ensinamentos ao pé da letra.
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1. Religiosos x Ateus
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São Paulo – 63% das pessoas do planeta se consideram religiosas e 11% se descrevem como ateias. É o que constata um estudo global conduzido pela empresa de pesquisa de mercado WIN/Gallup International e que foi divulgada no início desta semana. O estudo investigou as crenças religiosas mundo afora e, para tanto, entrevistou quase 65 mil pessoas em 65 países. A partir dos dados obtidos, foi possível classificar os locais que são os mais religiosos do mundo e também aqueles que abrigam o maior número de pessoas que não ligam muito para o assunto. A pesquisa constatou também que a população jovem (abaixo dos 34 anos de idade) é mais religiosa que outras faixas etárias (66% contra 60%). Entre os grupos de pessoas com renda média ou alta, menos de 50% delas se descrevem como religiosa, enquanto que, entre os mais pobres, esta percentagem sobre para 70%. O Brasil encontra-se na 23ª colocação entre os mais religiosos do planeta, na frente da Argentina (30ª), por exemplo, e atrás da Colômbia (18ª), mas foi incluído ao final da primeira lista para fins de comparação. Acompanhe nas imagens.
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2. 2º Armênia
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3. 3º Bangladesh
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4. 4º Geórgia
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5. 5º Marrocos
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6. 6º Fiji
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7. 7º África do Sul
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8. 9º Quênia
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9. 10º Macedônia
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10. 11º Paquistão
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11. 12º Afeganistão
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12. 13º Filipinas
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13. 14º Polônia
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14. 15º Kosovo
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15. 16º Nigéria
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16. 17º Papua-Nova Guiné
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17. 18º Colômbia
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18. 19º Indonésia
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19. 20º Peru
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20. 23º Brasil*
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21. Menos religiosos
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Agora confira em quais países a população não é tão ligada em religião.
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22. 1º China
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23. 2º Japão
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24. 3º Suécia
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25. 4º República Tcheca
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26. 5º Holanda
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27. 6º Hong Kong
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28. 7º Reino Unido
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29. 8º Israel
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30. 9º Vietnã
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31. 10º Alemanha
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32. 12º Austrália
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33. 13º Espanha
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34. 14º Suíça
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35. 15º Áustria
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36. 16º Letônia
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37. 17º França
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37/41 (Franck Fife/AFP)
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38. 18º Canadá
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38/41 (Anton Bielousov/Flickr/Creative Commons)
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39. 19º Dinamarca
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39/41 (Mikkel Frost)
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40. 20º Coreia do Sul
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40/41 (Marlo Sanchez Prada/Flickr/Creative Commons)
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41. Agora veja quais os países têm os exércitos mais poderosos
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41/41 (U.S. Army/Flickr/CreativeCommons)