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Mulheres vivem inseguras na Índia, diz família de vítima

A segurança das mulheres na Índia não melhorou desde o estupro coletivo que matou uma estudante há dois anos e comoveu o mundo, segundo os pais das vítimas

Ativistas participam de marcha pela segurança das mulheres em Nova Deli, Índia (Rebecca Conway)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 22h29.

Nova Deli - A segurança das mulheres na Índia não melhorou desde o estupro coletivo que matou uma estudante de Nova Deli há dois anos e comoveu o mundo - é o que dizem os pais da vítima, nesta terça-feira.

Vigílias e atos públicos em prol da segurança das mulheres ocorreram em Nova Délhi para marcar o segundo aniversário do ataque, que alavancou uma onda de indignação pela situação da violência contra mulheres na Índia.

A mãe da estudante de 23 anos disse estar devastada pelos ainda altos índices de ataques a mulheres, apesar de leis mais duras contra os estupradores.

"Ataques ocorrem todos os dias", disse a mãe, que não pode ser identificada por questões legais, à rede de televisão NDTV.

"Vendo notícias diárias sobre violência contra mulheres, tenho a impressão de que nada mudou".

Uma pesquisa publicada nesta terça-feira disse que 91% das mulheres não sentiu qualquer melhora na segurança apesar das medidas tomadas após o estupro coletivo - incluindo melhor policiamento, um disque-denúncia exclusivo para mulheres, tribunais mais céleres e a nova legislação.

A pesquisa, encomendada pelo jornal Hindustan Times, ouviu 2.557 mulheres e mostrou que 97% das entrevistadas relatou já ter sido alvo de algum tipo de violência sexual.

A estudante de fisioterapia foi brutalmente atacada por seis homens após entrar em um ônibus quando voltava para casa, em 16 de dezembro de 2012.

A estudante, que também foi atacada com uma barra de ferro, morreu 13 dias depois em decorrência dos graves ferimentos - mas conseguiu relatar o ocorrido à polícia.

A brutalidade do crime desencadeou uma série de protestos no país.

Quatro dos seis agressores foram julgados e condenados à pena de morte em setembro de 2013, depois que o caso foi acelerado. Um menor, que também participou do estupro coletivo, levou uma pena correcional.

Outro criminoso se suicidou na cadeia.

O caso chamou atenção para a forma como as mulheres são tratadas na Índia, e levou a iniciativas para educar os homens sobre respeito e igualdade de gêneros, em uma sociedade extremamente patriarcal.

Ativistas dizem, contudo, que o caso ocorrido neste mês - em que uma passageira foi agredida por um motorista de táxi com um histórico de violência sexual - mostra que a Índia ainda tem um longo caminho pela frente.

Longe da programação que marca os dois anos da morte da jovem, o pai da vítima pediu uma mudança coletiva de postura em relação às mulheres.

"O governo mudou as leis, mas só isso não resolve. Para que as coisas mudem, a sociedade como um todo precisa mudar a forma como trata e olha as mulheres", disse o pai à AFP.

"Este triste aniversário é obviamente um dia de muita dor para nós. Todas aquelas lembranças ruins afloram. Esperamos apenas que os assassinos da nossa filha estejam mortos antes do próximo do próximo ano".

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Nova Deli - A segurança das mulheres na Índia não melhorou desde o estupro coletivo que matou uma estudante de Nova Deli há dois anos e comoveu o mundo - é o que dizem os pais da vítima, nesta terça-feira.

Vigílias e atos públicos em prol da segurança das mulheres ocorreram em Nova Délhi para marcar o segundo aniversário do ataque, que alavancou uma onda de indignação pela situação da violência contra mulheres na Índia.

A mãe da estudante de 23 anos disse estar devastada pelos ainda altos índices de ataques a mulheres, apesar de leis mais duras contra os estupradores.

"Ataques ocorrem todos os dias", disse a mãe, que não pode ser identificada por questões legais, à rede de televisão NDTV.

"Vendo notícias diárias sobre violência contra mulheres, tenho a impressão de que nada mudou".

Uma pesquisa publicada nesta terça-feira disse que 91% das mulheres não sentiu qualquer melhora na segurança apesar das medidas tomadas após o estupro coletivo - incluindo melhor policiamento, um disque-denúncia exclusivo para mulheres, tribunais mais céleres e a nova legislação.

A pesquisa, encomendada pelo jornal Hindustan Times, ouviu 2.557 mulheres e mostrou que 97% das entrevistadas relatou já ter sido alvo de algum tipo de violência sexual.

A estudante de fisioterapia foi brutalmente atacada por seis homens após entrar em um ônibus quando voltava para casa, em 16 de dezembro de 2012.

A estudante, que também foi atacada com uma barra de ferro, morreu 13 dias depois em decorrência dos graves ferimentos - mas conseguiu relatar o ocorrido à polícia.

A brutalidade do crime desencadeou uma série de protestos no país.

Quatro dos seis agressores foram julgados e condenados à pena de morte em setembro de 2013, depois que o caso foi acelerado. Um menor, que também participou do estupro coletivo, levou uma pena correcional.

Outro criminoso se suicidou na cadeia.

O caso chamou atenção para a forma como as mulheres são tratadas na Índia, e levou a iniciativas para educar os homens sobre respeito e igualdade de gêneros, em uma sociedade extremamente patriarcal.

Ativistas dizem, contudo, que o caso ocorrido neste mês - em que uma passageira foi agredida por um motorista de táxi com um histórico de violência sexual - mostra que a Índia ainda tem um longo caminho pela frente.

Longe da programação que marca os dois anos da morte da jovem, o pai da vítima pediu uma mudança coletiva de postura em relação às mulheres.

"O governo mudou as leis, mas só isso não resolve. Para que as coisas mudem, a sociedade como um todo precisa mudar a forma como trata e olha as mulheres", disse o pai à AFP.

"Este triste aniversário é obviamente um dia de muita dor para nós. Todas aquelas lembranças ruins afloram. Esperamos apenas que os assassinos da nossa filha estejam mortos antes do próximo do próximo ano".

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