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Mulheres buscam espaço no novo tabuleiro político da Líbia

Dos 4.013 candidatos que se apresentam às eleições para ocupar as 200 cadeiras do Conselho Geral Nacional (CGN), 629 são mulheres

Líbias celebram nas ruas de Trípoli a notícia da morte de Kadafi: Além de candidatas, as mulheres também terão presença na supervisão eleitora (Marco Longari/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2012 às 20h59.

Trípoli - Reduzidas à categoria de cidadãs de segunda classe durante a era do ditador Muammar Kadafi, e após exercer um papel ativo durante a revolução que acabou com o antigo regime, as mulheres líbias buscam agora seu espaço na nova vida política do país.

Longe de se resignarem a perderem os poucos direitos recuperados após a manifestação popular de 17 de fevereiro, várias mulheres decidiram concorrer às eleições deste sábado, as primeiras realizadas no país desde 1964.

Dos 4.013 candidatos que se apresentam às eleições para ocupar as 200 cadeiras do Conselho Geral Nacional (CGN), 629 são mulheres, indicou à Agência Efe Mohammed Abu Sbiha, porta-voz da Comissão Suprema Eleitoral.

Dos 200 assentos do CGN, que substituirá o atual Conselho Nacional Transitório, máxima autoridade legislativa do país, 80 estão reservados para os candidatos dos partidos políticos e 120 aos independentes.

Segundo Sbiha, 545 mulheres se apresentam às eleições em alguma das 200 formações políticas que nasceram no país em função das novas liberdades políticas, enquanto 84 concorrem como candidatas independentes.

Alguns anúncios nos meios de comunicação, como na emissora de televisão líbia 'Al Ahrar', buscam conscientizar a população a apoiar a participação da mulher na sociedade, como um que mostra líbios de diferentes camadas sociais repetindo: 'Sem a mulher, a Líbia não pode ter paz social'.


Além de candidatas, as mulheres também terão presença na supervisão eleitoral, aponta Sbiha, que disse à Agência Efe que 1.770 mulheres foram mobilizadas para o controle das eleições.

O presidente da Comissão Suprema Eleitoral, Nouri al Abbar, indicou à Efe que 45% dos quase 2,8 milhões de líbios que se candidataram são mulheres.

'A presença da mulher em todos os campos dessas eleições é um grande avanço. Além disso, demonstra que nosso país está se posicionando com uma resolução no caminho da prática política', comentou Abu Sbiha.

Para Fatiha Bajbaji, candidata do Partido Democrático pelo Estado de Direito, o interesse político das mulheres registrou nas últimas semanas um grande aumento, impensável em outras épocas.

'Isso constitui um dos frutos de nossa revolução. Espero que a participação da mulher se estabeleça sobre a base de suas competências, sua capacidade de convencer o eleitorado e a eficácia de seus programas, e não para aparecer perante a opinião pública eleitoral', destacou Fatiha.


Para a candidata, é necessário que a mulher 'tenha um papel real e efetivo na nova sociedade líbia após ter combatido junto aos homens durante a revolução'.

No último dia 25 de junho, um grande número de candidatas se reuniu em Trípoli com o primeiro-ministro transitório Abdurrahim El-Keib e com o chefe da missão da ONU na Líbia (Unsmil), Ian Martin.

'A nova Líbia oferecerá uma oportunidade às mulheres líbias de formularem suas aspirações políticas, econômicas e sociais', ressaltou o chefe da Unsmil, cujo trabalho é ajudar as autoridades líbias a dirigir o processo de transição à democracia e restaurar o Estado de direito.

Uma das 1.770 supervisoras eleitorais, Manel Kordassi, encarregada de controlar as operações de voto, ressaltou a importância de seu papel e do de seus colegas, tanto homens como mulheres, para assegurar o bom andamento e a transparência deste crucial processo.

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Trípoli - Reduzidas à categoria de cidadãs de segunda classe durante a era do ditador Muammar Kadafi, e após exercer um papel ativo durante a revolução que acabou com o antigo regime, as mulheres líbias buscam agora seu espaço na nova vida política do país.

Longe de se resignarem a perderem os poucos direitos recuperados após a manifestação popular de 17 de fevereiro, várias mulheres decidiram concorrer às eleições deste sábado, as primeiras realizadas no país desde 1964.

Dos 4.013 candidatos que se apresentam às eleições para ocupar as 200 cadeiras do Conselho Geral Nacional (CGN), 629 são mulheres, indicou à Agência Efe Mohammed Abu Sbiha, porta-voz da Comissão Suprema Eleitoral.

Dos 200 assentos do CGN, que substituirá o atual Conselho Nacional Transitório, máxima autoridade legislativa do país, 80 estão reservados para os candidatos dos partidos políticos e 120 aos independentes.

Segundo Sbiha, 545 mulheres se apresentam às eleições em alguma das 200 formações políticas que nasceram no país em função das novas liberdades políticas, enquanto 84 concorrem como candidatas independentes.

Alguns anúncios nos meios de comunicação, como na emissora de televisão líbia 'Al Ahrar', buscam conscientizar a população a apoiar a participação da mulher na sociedade, como um que mostra líbios de diferentes camadas sociais repetindo: 'Sem a mulher, a Líbia não pode ter paz social'.


Além de candidatas, as mulheres também terão presença na supervisão eleitoral, aponta Sbiha, que disse à Agência Efe que 1.770 mulheres foram mobilizadas para o controle das eleições.

O presidente da Comissão Suprema Eleitoral, Nouri al Abbar, indicou à Efe que 45% dos quase 2,8 milhões de líbios que se candidataram são mulheres.

'A presença da mulher em todos os campos dessas eleições é um grande avanço. Além disso, demonstra que nosso país está se posicionando com uma resolução no caminho da prática política', comentou Abu Sbiha.

Para Fatiha Bajbaji, candidata do Partido Democrático pelo Estado de Direito, o interesse político das mulheres registrou nas últimas semanas um grande aumento, impensável em outras épocas.

'Isso constitui um dos frutos de nossa revolução. Espero que a participação da mulher se estabeleça sobre a base de suas competências, sua capacidade de convencer o eleitorado e a eficácia de seus programas, e não para aparecer perante a opinião pública eleitoral', destacou Fatiha.


Para a candidata, é necessário que a mulher 'tenha um papel real e efetivo na nova sociedade líbia após ter combatido junto aos homens durante a revolução'.

No último dia 25 de junho, um grande número de candidatas se reuniu em Trípoli com o primeiro-ministro transitório Abdurrahim El-Keib e com o chefe da missão da ONU na Líbia (Unsmil), Ian Martin.

'A nova Líbia oferecerá uma oportunidade às mulheres líbias de formularem suas aspirações políticas, econômicas e sociais', ressaltou o chefe da Unsmil, cujo trabalho é ajudar as autoridades líbias a dirigir o processo de transição à democracia e restaurar o Estado de direito.

Uma das 1.770 supervisoras eleitorais, Manel Kordassi, encarregada de controlar as operações de voto, ressaltou a importância de seu papel e do de seus colegas, tanto homens como mulheres, para assegurar o bom andamento e a transparência deste crucial processo.

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