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MSF prediz catástrofe humanitária no norte da Síria

Nestas circunstâncias, o pedido às partes em combate é de que "a linha de combate não chegue até as áreas onde estão os deslocados"


	Guerra na Síria: nestas circunstâncias, o pedido às partes em combate é de que "a linha de combate não chegue até as áreas onde estão os deslocados"
 (Omar Sanadiki / Reuters)

Guerra na Síria: nestas circunstâncias, o pedido às partes em combate é de que "a linha de combate não chegue até as áreas onde estão os deslocados" (Omar Sanadiki / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 08h50.

Genebra - A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) previu nesta quinta-feira que estão sendo criadas as condições para uma catástrofe humanitária no norte da Síria, onde estima que haja 100 mil pessoas amontoadas entre a linha de combate e a fronteira que a Turquia mantém fechada.

Trata-se dos deslocados que fugiram da ofensiva das forças governamentais, apoiadas por bombardeios aéreos russos, sobre Aleppo e que se dirigiram rumo a áreas mais ao norte.

"Cerca de 100 mil pessoas estão perto de Azaz (a 30 quilômetros de Aleppo). Tentam escapar, mas estão detidas entre a frente de batalha e a fronteira", disse a diretora de operações da MSF, Raquel Ayora.

Comentando os recentes ataques em um dia contra quatro hospitais, um deles apoiados pela organização, Ayora afirmou que as pessoas têm cada vez mais medo de ir aos hospitais e que seu próprio pessoal, que continuou trabalhando durante os quase cinco anos de guerra, chegou a uma "situação limite" e a um estado de "desespero".

"O povo está amontoado em campos de deslocados muito perto da fronteira turca, esperando que alguma das partes se atreva a chegar à fronteira, o que não é seguro porque cada vez há bombardeios mais e mais perto", explicou Ayora à Efe.

Nestas circunstâncias, o pedido às partes em combate é de que "a linha de combate não chegue até as áreas onde estão os deslocados".

Em entrevista coletiva para denunciar o mais recente bombardeio contra um dos hospitais que apoiava na Síria, a presidente internacional da MSF, Joanne Liu, disse que as pessoas "têm direito de fugir de uma guerra".

Ela sustentou que o nível de violência que se chegou na Síria "é espantoso e não tem precedentes".

"É algo que nunca vimos em 44 anos de existência da Médicos sem Fronteiras", acrescentou.

A MSF é uma das maiores organizações humanitárias independentes que oferecem serviços médicos vitais em situações de conflito e é a entidade que costuma permanecer operacional nos contextos mais perigosos.

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