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MP investigará o irmão de Demóstenes

O procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, é citado nas conversas telefônicas gravadas durante a Operação Monte Carlo, que investiga o Carlinhos Cachoeira

As conversas mostram Cachoeira solicitando a Demóstenes que peça ao irmão a indicação de um promotor de Justiça em Goiás que atenda seus interesses (José Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 09h02.

Brasília - O procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, irmão do senador Demóstenes Torres (GO), e dois promotores do Ministério Público do DF, Wilton Queiroz de Lima e Libânio Alves Rodrigues, deverão ser alvo de investigação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O assunto deve ser levado à pauta da sessão desta terça do Conselho.

Os três são citados nas conversas telefônicas gravadas durante a Operação Monte Carlo, montada pela Polícia Federal para investigar as ações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

As conversas mostram Cachoeira solicitando a Demóstenes que peça ao irmão Benedito Torres a indicação de um promotor de Justiça em Goiás que atue de forma a atender o interesse do contraventor. As escutas PF também indicam que Wilton Queiroz e Libânio Alves Rodrigues, promotores do DF, teriam compartilhado informações confidenciais ao governo local por intermédio do ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT), Cláudio Monteiro.

‘Toques’

Em conversa com Marcelo Lopes, assessor de Monteiro, o sargento da Aeronáutica, Idalberto Matias, conhecido como Dadá, afirma que Wilton quer "dar uns toques de governo, dos troços que apareceram lá", no ex-chefe da gabinete de Agnelo. Lopes sugere levá-lo até o Ministério Público e Dadá responde que poderia organizar o encontro de forma reservada: "A gente vai lá, entra lá de manhã, que não tem ninguém. Dez horas da manhã entra pela garagem e fala com ele." Os grampos indicam proximidade de Dadá com o chefe de gabinete de Lima.


Nesta segunda, a Corregedoria-Geral do Ministério Público de Goiás abriu investigação preliminar para apurar a conduta de Benedito Torres. O corregedor Aylton Flávio Vechi pediu ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, relator do inquérito contra Demóstenes, o compartilhamento de provas.

Por enquanto, o corregedor disse que só há informações sobre o assunto na imprensa. "Até agora as informações envolvendo membros do MP são oriundas exclusivamente da mídia, por meio de divulgação fragmentária de inquérito policial sigiloso, razão por que há necessidade de apuração criteriosa dos fatos", afirmou, em despacho.

Documentos

Além das conversas, a PF encontrou na casa de Idalberto Matias de Araújo, apontado como um dos operadores de Cachoeira, documentos sigilosos da Polícia Militar, da Justiça de Goiás e dos Ministérios Públicos de Goiás e do Distrito Federal sobre a repressão aos jogos de azar, além de documentos que mostram a possível prática de espionagem e um relatório com determinadas linhas telefônicas que estariam sendo alvo de investigação pelo Núcleo de Combate à Organização Criminosa do Ministério Público Federal (MPF).

Os promotores do Ministério Público do DF foram procurados, mas não se manifestaram. Em nota, o Ministério Público do DF nega que os promotores tenham divulgado informações sigilosas e afirma que instaurou inquérito. Já Torres afirma que quer ser investigado e encaminhou pedido ao CNMP e à Corregedoria do MP de Goiás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - O procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, irmão do senador Demóstenes Torres (GO), e dois promotores do Ministério Público do DF, Wilton Queiroz de Lima e Libânio Alves Rodrigues, deverão ser alvo de investigação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O assunto deve ser levado à pauta da sessão desta terça do Conselho.

Os três são citados nas conversas telefônicas gravadas durante a Operação Monte Carlo, montada pela Polícia Federal para investigar as ações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

As conversas mostram Cachoeira solicitando a Demóstenes que peça ao irmão Benedito Torres a indicação de um promotor de Justiça em Goiás que atue de forma a atender o interesse do contraventor. As escutas PF também indicam que Wilton Queiroz e Libânio Alves Rodrigues, promotores do DF, teriam compartilhado informações confidenciais ao governo local por intermédio do ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT), Cláudio Monteiro.

‘Toques’

Em conversa com Marcelo Lopes, assessor de Monteiro, o sargento da Aeronáutica, Idalberto Matias, conhecido como Dadá, afirma que Wilton quer "dar uns toques de governo, dos troços que apareceram lá", no ex-chefe da gabinete de Agnelo. Lopes sugere levá-lo até o Ministério Público e Dadá responde que poderia organizar o encontro de forma reservada: "A gente vai lá, entra lá de manhã, que não tem ninguém. Dez horas da manhã entra pela garagem e fala com ele." Os grampos indicam proximidade de Dadá com o chefe de gabinete de Lima.


Nesta segunda, a Corregedoria-Geral do Ministério Público de Goiás abriu investigação preliminar para apurar a conduta de Benedito Torres. O corregedor Aylton Flávio Vechi pediu ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, relator do inquérito contra Demóstenes, o compartilhamento de provas.

Por enquanto, o corregedor disse que só há informações sobre o assunto na imprensa. "Até agora as informações envolvendo membros do MP são oriundas exclusivamente da mídia, por meio de divulgação fragmentária de inquérito policial sigiloso, razão por que há necessidade de apuração criteriosa dos fatos", afirmou, em despacho.

Documentos

Além das conversas, a PF encontrou na casa de Idalberto Matias de Araújo, apontado como um dos operadores de Cachoeira, documentos sigilosos da Polícia Militar, da Justiça de Goiás e dos Ministérios Públicos de Goiás e do Distrito Federal sobre a repressão aos jogos de azar, além de documentos que mostram a possível prática de espionagem e um relatório com determinadas linhas telefônicas que estariam sendo alvo de investigação pelo Núcleo de Combate à Organização Criminosa do Ministério Público Federal (MPF).

Os promotores do Ministério Público do DF foram procurados, mas não se manifestaram. Em nota, o Ministério Público do DF nega que os promotores tenham divulgado informações sigilosas e afirma que instaurou inquérito. Já Torres afirma que quer ser investigado e encaminhou pedido ao CNMP e à Corregedoria do MP de Goiás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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