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Movimento Ocupe toma Nova York para celebrar dois meses de protestos

Segundo prefeito Bloomberg, a mobilização desta quinta-feira reuniu cerca de mil pessoas

Protestos começaram no início da manhã nos arredores da Bolsa de Nova York, onde há exatos dois meses começou o movimento (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2011 às 20h35.

Nova York - Manifestantes ocuparam Nova York nesta quinta-feira para celebrar dois meses do movimento Ocupe Wall Street e demonstrar que a mobilização não acabou, dois dias após serem removidos da praça onde estavam acampados desde 17 de setembro no sul de Manhattan.

"A cidade e os governos não fizeram nada mais que piorar seu problema, pois agora os protestos vão explodir de maneira espontânea por todas as partes, em vez de se concentrar em um ponto como antes", disse à Agência Efe um dos manifestantes, David Shield, que mostrava seu apoio ao Ocupe na praça Zuccotti.

Rebatizada como "Praça da Liberdade", a esplanada que abrigou até terça-feira passada o acampamento dos manifestantes nova-iorquinos concentrou novamente nesta quinta-feira os protestos dos que se denominam "99%" da população, embora agora tenham feito sob elevada presença policial e rodeados por cercas de segurança.

"O movimento já é incessante. Há tanta presença na internet e tanto apoio em todas as comunidades deste país que o assunto já não é ocupar um lugar específico, mas o povo está levantando sua voz e confrontando o sistema", ressaltou Shield.

Às 16h locais (19h de Brasília), a jornada de protestos registrava sete policiais feridos - entre eles, um com um corte na mão - e 177 pessoas presas, disseram o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e o chefe da polícia nova-iorquina, Ray Kelly, em entrevista conjunta à imprensa.

Segundo o próprio prefeito, a mobilização desta quinta-feira reuniu cerca de mil pessoas. Bloomberg minimizou a importância dos protestos ao afirmar que o número de manifestantes "não foi incontrolável" e que a polícia conseguiu administrá-los, além do que as atividades no coração financeiro da cidade transcorreram com normalidade.


Os protestos começaram no início da manhã nos arredores da Bolsa de Nova York, onde há exatos dois meses começou o movimento Ocupe Wall Street, mas o elevado número de policiais na região e a interdição das ruas contíguas à Bolsa permitiram a normalidade das operações financeiras do pregão.

Na rua, os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Somos os 99%" e "Que Wall Street pague". Depois, se reuniram na praça Zuccotti e, dali, marcharam à Union Square, de onde o movimento começou a se dividir para realizar a "ocupação do metrô", com concentrações em 16 estações nas cinco grandes áreas de Nova York.

"Estamos aqui para que essas corporações se deem conta de que têm muito e nós não temos mais que o que nos deixam, as migalhas. Eu tenho dois trabalhos e, mesmo assim, quase não consigo pagar o aluguel", disse à Efe o manifestante Francisco Acero.

Os protestos desta quinta-feira contaram com a presença de manifestantes de outras regiões dos Estados Unidos, como o jovem músico Tommy Doomsday, de 24 anos, que chegou a Nova York procedente de New Heaven (Connecticut). "Estou aqui porque quero que meus filhos tenham um futuro e não fiquem presos à escravidão da dívida", disse ele.

O músico classificou como "absolutamente ridículo e terrível" o despejo dos manifestantes na praça Zuccotti ordenado na madrugada de terça-feira passada pelo prefeito Bloomberg, quando cerca de 200 pessoas foram detidas, entre elas o vereador Ydanis Rodríguez.

Após o esvaziamento da chamada "Praça da Liberdade" e depois que um juiz impediu que os manifestantes voltassem a acampar no local, o movimento quis demonstrar poder de convocação neste "Dia de Ação", que concluiria com uma passeata com líderes sindicais planejada para atravessar a ponte do Brooklyn.

A jornada de protestos não foi sentida somente em Nova York. Também houve manifestações em Los Angeles, onde 23 pessoas foram detidas no distrito financeiro da cidade.

Fora dos Estados Unidos, a Confederação Sindical Internacional - sediada em Bruxelas - expressou nesta quinta-feira seu apoio ao movimento Ocupe, que, em sua opinião, representa uma inspiração em nível mundial para os protestos de cidadãos que reivindicam a regeneração da democracia e do sistema econômico.

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Nova York - Manifestantes ocuparam Nova York nesta quinta-feira para celebrar dois meses do movimento Ocupe Wall Street e demonstrar que a mobilização não acabou, dois dias após serem removidos da praça onde estavam acampados desde 17 de setembro no sul de Manhattan.

"A cidade e os governos não fizeram nada mais que piorar seu problema, pois agora os protestos vão explodir de maneira espontânea por todas as partes, em vez de se concentrar em um ponto como antes", disse à Agência Efe um dos manifestantes, David Shield, que mostrava seu apoio ao Ocupe na praça Zuccotti.

Rebatizada como "Praça da Liberdade", a esplanada que abrigou até terça-feira passada o acampamento dos manifestantes nova-iorquinos concentrou novamente nesta quinta-feira os protestos dos que se denominam "99%" da população, embora agora tenham feito sob elevada presença policial e rodeados por cercas de segurança.

"O movimento já é incessante. Há tanta presença na internet e tanto apoio em todas as comunidades deste país que o assunto já não é ocupar um lugar específico, mas o povo está levantando sua voz e confrontando o sistema", ressaltou Shield.

Às 16h locais (19h de Brasília), a jornada de protestos registrava sete policiais feridos - entre eles, um com um corte na mão - e 177 pessoas presas, disseram o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e o chefe da polícia nova-iorquina, Ray Kelly, em entrevista conjunta à imprensa.

Segundo o próprio prefeito, a mobilização desta quinta-feira reuniu cerca de mil pessoas. Bloomberg minimizou a importância dos protestos ao afirmar que o número de manifestantes "não foi incontrolável" e que a polícia conseguiu administrá-los, além do que as atividades no coração financeiro da cidade transcorreram com normalidade.


Os protestos começaram no início da manhã nos arredores da Bolsa de Nova York, onde há exatos dois meses começou o movimento Ocupe Wall Street, mas o elevado número de policiais na região e a interdição das ruas contíguas à Bolsa permitiram a normalidade das operações financeiras do pregão.

Na rua, os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Somos os 99%" e "Que Wall Street pague". Depois, se reuniram na praça Zuccotti e, dali, marcharam à Union Square, de onde o movimento começou a se dividir para realizar a "ocupação do metrô", com concentrações em 16 estações nas cinco grandes áreas de Nova York.

"Estamos aqui para que essas corporações se deem conta de que têm muito e nós não temos mais que o que nos deixam, as migalhas. Eu tenho dois trabalhos e, mesmo assim, quase não consigo pagar o aluguel", disse à Efe o manifestante Francisco Acero.

Os protestos desta quinta-feira contaram com a presença de manifestantes de outras regiões dos Estados Unidos, como o jovem músico Tommy Doomsday, de 24 anos, que chegou a Nova York procedente de New Heaven (Connecticut). "Estou aqui porque quero que meus filhos tenham um futuro e não fiquem presos à escravidão da dívida", disse ele.

O músico classificou como "absolutamente ridículo e terrível" o despejo dos manifestantes na praça Zuccotti ordenado na madrugada de terça-feira passada pelo prefeito Bloomberg, quando cerca de 200 pessoas foram detidas, entre elas o vereador Ydanis Rodríguez.

Após o esvaziamento da chamada "Praça da Liberdade" e depois que um juiz impediu que os manifestantes voltassem a acampar no local, o movimento quis demonstrar poder de convocação neste "Dia de Ação", que concluiria com uma passeata com líderes sindicais planejada para atravessar a ponte do Brooklyn.

A jornada de protestos não foi sentida somente em Nova York. Também houve manifestações em Los Angeles, onde 23 pessoas foram detidas no distrito financeiro da cidade.

Fora dos Estados Unidos, a Confederação Sindical Internacional - sediada em Bruxelas - expressou nesta quinta-feira seu apoio ao movimento Ocupe, que, em sua opinião, representa uma inspiração em nível mundial para os protestos de cidadãos que reivindicam a regeneração da democracia e do sistema econômico.

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