Movimento LGBT uruguaio protesta por onda de crimes
A passeata transcorreu de forma festiva e pacífica pela principal avenida da capital
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2012 às 21h33.
Montevidéu - Milhares de simpatizantes do Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) do Uruguai percorreram nesta sexta-feira o centro de Montevidéu em defesa de seus direitos e para reivindicar uma resposta contra a onda de crimes que neste ano castigou a comunidade transexual do país.
A passeata, com a qual a cada 28 de setembro as minorias sexuais uruguaias lembram o Dia da Diversidade Sexual, transcorreu de forma festiva e pacífica pela principal avenida da capital e só foi obscurecida pela lembrança constante dos cinco transexuais que foram assassinados no país neste ano.
Segundo explicou à Agência Efe a advogada transexual Michelle Suárez, estes crimes ''extremamente ferozes'' são a questão mais importante a ser levada em conta neste momento pela comunidade LGBT.
''Estes cinco assassinatos foram cruéis, porque posteriormente as queimaram ou tentaram queimar. Eram trabalhadoras sexuais, e a falta de resposta que houve sobre este tema põe obviamente sobre a mesa as discriminações estabelecidas, que parecem assinalar que os transexuais são seres torturáveis e assassináveis'', disse Suárez.
''Como sempre, se olha um grupo discriminado e vulnerável e se considera que os culpados estão entre eles, o que não acho que seja uma atitude que leva a um progresso'', acrescentou.
Apesar desta circunstância, Suárez considerou que nos últimos anos no Uruguai ''houve enormes avanços'' no tratamento a gays, lésbicas, bissexuais e transexuais e que o país é ''um lugar de vanguarda em avanços constitucionais e legais'', ao qual só falta a aplicação de políticas sociais que busquem ajudar a população discriminada.
Neste sentido, o Ministério de Desenvolvimento Social do Uruguai anunciou hoje que os transexuais poderão qualificar-se como beneficiados do Cartão Uruguai Social, que permite o acesso a amplos auxílios sociais e a programas assistenciais, trabalhistas e educativos para evitar a exclusão social que sofrem.