Morte de Bin Laden põe EUA e aliados em risco, diz especialista
Pesquisador da USP afirma que, embora a notícia enfraqueça grupos terroristas no Oriente Médio, planos de retaliação podem atingir Israel
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2011 às 21h34.
São Paulo - A morte do terrorista Osama bin Laden cura uma dor de cabeça antiga dos Estados Unidos, mas prenuncia uma lista de novos problemas. Para o pesquisador do Grupo de Análise de Conjunturas Internacionais (Gacint) da Universidade de São Paulo Samuel Feldberg, tanto os norte-americanos quanto seus aliados, dentre eles, principalmente a nação de Israel, entram na mira de retaliações da Al-Qaeda.
Horas depois da notícia, dada pelo presidente americano, Barack Obama, um grupo de talibãs paquistaneses, aliados da organização da qual bin Laden era líder, se manifestou prometendo vingar a morte do homem a quem chamaram de mártir.
"Estas organizações tem planos de contingência preparados há tempos, para o caso de a liderança ser atingida. Não descarto atentados contra os EUA, e seus aliados. Teremos coisas para comentar em um futuro próximo, e não será para comemorar", diz Feldberg.
Apesar das ameaças, é fato que a morte de bin Laden enfraquecerá os grupos terroristas. "Líderes como ele não se reproduzem aos montes, embora haja alguns elementos naquele nível de especialização na liderança. Mesmo assim, eles não têm a simbologia que bin Laden tinha. É um golpe forte na projeção da organização. Não haverá mais vídeos dele anunciando novos atentados, por exemplo, e isto desarticula o movimento", explica o pesquisador.
Popularidade
O anúncio do fim da caçada ao terrorista mais procurado pelos Estados Unidos é visto como emblemático para a luta do país, que já dura uma década. E ele coincide com o momento em que a popularidade de Obama, em baixa durante os últimos meses, volta a subir, no penúltimo ano de seu mandato.
Antes que o presidente fizesse seu pronunciamento, milhares de jovens com bandeiras do país já comemoravam a vitória do país em frente à Casa Branca. Depois do discurso presidencial, a festa ganhou as ruas não apenas de Washington, mas de Nova York e outras grandes cidades.
Mesmo assim, Feldberg diz que a decisão em executar a operação que culminou na morte de bin Laden justamente agora não tem relação com questões de popularidade. "Se houvesse qualquer vínculo, os EUA teriam escondido a operação até próximo das eleições. Esta é uma preocupação do país nos últimos 10 anos, e não imagino que qualquer critério eleitoral possa ter justificado a escolha do momento para realizar a operação."
São Paulo - A morte do terrorista Osama bin Laden cura uma dor de cabeça antiga dos Estados Unidos, mas prenuncia uma lista de novos problemas. Para o pesquisador do Grupo de Análise de Conjunturas Internacionais (Gacint) da Universidade de São Paulo Samuel Feldberg, tanto os norte-americanos quanto seus aliados, dentre eles, principalmente a nação de Israel, entram na mira de retaliações da Al-Qaeda.
Horas depois da notícia, dada pelo presidente americano, Barack Obama, um grupo de talibãs paquistaneses, aliados da organização da qual bin Laden era líder, se manifestou prometendo vingar a morte do homem a quem chamaram de mártir.
"Estas organizações tem planos de contingência preparados há tempos, para o caso de a liderança ser atingida. Não descarto atentados contra os EUA, e seus aliados. Teremos coisas para comentar em um futuro próximo, e não será para comemorar", diz Feldberg.
Apesar das ameaças, é fato que a morte de bin Laden enfraquecerá os grupos terroristas. "Líderes como ele não se reproduzem aos montes, embora haja alguns elementos naquele nível de especialização na liderança. Mesmo assim, eles não têm a simbologia que bin Laden tinha. É um golpe forte na projeção da organização. Não haverá mais vídeos dele anunciando novos atentados, por exemplo, e isto desarticula o movimento", explica o pesquisador.
Popularidade
O anúncio do fim da caçada ao terrorista mais procurado pelos Estados Unidos é visto como emblemático para a luta do país, que já dura uma década. E ele coincide com o momento em que a popularidade de Obama, em baixa durante os últimos meses, volta a subir, no penúltimo ano de seu mandato.
Antes que o presidente fizesse seu pronunciamento, milhares de jovens com bandeiras do país já comemoravam a vitória do país em frente à Casa Branca. Depois do discurso presidencial, a festa ganhou as ruas não apenas de Washington, mas de Nova York e outras grandes cidades.
Mesmo assim, Feldberg diz que a decisão em executar a operação que culminou na morte de bin Laden justamente agora não tem relação com questões de popularidade. "Se houvesse qualquer vínculo, os EUA teriam escondido a operação até próximo das eleições. Esta é uma preocupação do país nos últimos 10 anos, e não imagino que qualquer critério eleitoral possa ter justificado a escolha do momento para realizar a operação."