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Morre Jacques Delors, um dos grandes idealizadores da União Europeia

Delors teve um papel central na concepção da Europa atual, que envolve a criação do mercado único, a assinatura dos acordos de Schengen e lançamento do programa de intercâmbio de estudantes Erasmus

Após ocupar o cargo de ministro da Economia, o francês foi nomeado presidente da Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, com sede em Bruxelas (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 17h01.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 18h24.

O ex-presidente da Comissão Europeia , pai do euro e figura importante da esquerda francesa, Jacques Delors, morreu nesta quarta-feira, 27, aos 98 anos, anunciou sua filha Martine Aubry à AFP.

"Faleceu esta manhã em sua residência parisiense enquanto dormia", informou a prefeita socialista da cidade de Lille (norte).

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Ex-ministro da Economia de 1981 a 1984, sob o mandato do presidente socialista François Mitterrand, Delors frustrou as esperanças da esquerda francesa ao recusar concorrer às eleições presidenciais em 1995, apesar de ser o favorito nas pesquisas.

"Não me arrependo", mas "não digo que estava certo", declarou à revista francesa Le Point em 2021. "Estava preocupado demais com a independência e me sentia diferente dos que estavam ao meu redor. Minha forma de fazer política não era a mesma".

Quem foi Jacques Delors?

Após ocupar o cargo de ministro da Economia, o francês foi nomeado presidente da Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, com sede em Bruxelas.

Teve um papel central na concepção da Europa atual: a criação do mercado único, a assinatura dos acordos de Schengen (de livre circulação de pessoas), o lançamento do programa de intercâmbio de estudantes Erasmus e da reforma da Política Agrícola Comum.

Sob seu mandato também lançou a união econômica e monetária que levaria à criação do euro, a moeda única utilizada por 20 dos 27 membros atuais da UE.

Em março de 2020, instou os chefes de Estado e de governo dos países-membros do bloco econômico a fornecerem apoio no enfrentamento conjunto da pandemia de covid-19.

Até seus últimos dias, Delors defendeu o fortalecimento do federalismo europeu e pediu mais "ousadia" como resposta à saída do Reino Unido da UE e aos ataques de "populistas de todo tipo".

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