Missão de retirada em Aleppo prossegue apesar de ataque a comboio
Rússia disse que a remoção de 5 mil rebeldes sírios e seus familiares do leste de Aleppo teve início
Reuters
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 11h34.
Aleppo / Beirute - Uma operação para retirar milhares de civis e combatentes do último bastião rebelde da cidade síria de Aleppo está em andamento nesta quinta-feira, apesar de um ataque a um comboio médico levado a cabo por forças pró-governo.
Enquanto ônibus e ambulâncias seguiam para o enclave sitiado, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que os esforços para retirar cerca de 200 feridos, parte de um acordo mais amplo de cessar-fogo, começaram.
A Rússia, grande aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que a remoção de 5 mil rebeldes sírios e seus familiares do leste de Aleppo teve início.
Mais cedo, ambulâncias que tentavam levar pessoas receberam disparos de combatentes leais ao governo sírio que feriram três pessoas, segundo o porta-voz de um serviço de resgate.
A retirada do último enclave rebelde de Aleppo irá encerrar anos de combates na cidade e marcar uma grande vitória para Assad.
"Milhares de pessoas estão necessitadas de evacuação, mas a primeira e mais urgente das coisas são os feridos, os doentes e as crianças, inclusive órfãs", disse Jan Egeland, o representante humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria.
Uma testemunha da Reuters na parte da cidade controlada pelo governo disse que colunas de fumaça negra podiam ser vistas emanando da área controlada pelos rebeldes.
Os moradores que esperam ser retirados vêm queimando os pertences que não conseguem levar consigo e que não querer deixar para ser pilhados por forças governamentais.
"Do lado de fora de cada edifício você vê uma pequena fogueira, papéis, roupas femininas", disse um local à Reuters.
Soldados russos estão se preparando para conduzir os insurgentes para fora de Aleppo, informou o Ministério da Defesa em Moscou.
A Síria garantiu a segurança destes e de suas famílias, que serão levados a Idlib, cidade do noroeste sírio que Damasco não controla.
A Rússia irá usar drones (aeronaves não tripuladas) para monitorar rebeldes e parentes sendo transportados em ônibus e ambulâncias ao longo de um corredor humanitário, informou o ministério.
O acordo de retirada irá incluir a passagem segura de feridos dos vilarejos xiitas de Foua e Kefraya, próximos de Idlib, que estão sitiados pelos insurgentes, de acordo com uma unidade militar de mídia do Hezbollah, grupo libanês ligado a Assad.
Um comboio partiu para liberar os vilarejos nesta quinta-feira, relatou a mídia estatal síria.