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Ministro turco diz que carreira das mulheres é a maternidade

"As mães não devem focar suas vidas em outra carreira diferente da maternidade", disse o político

Refugiada curda e seu filho: as declarações provocaram grandes críticas no país (Murad Sezer/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 09h01.

Ancara - As declarações do ministro da Saúde da Turquia , Mehmet Müezzinoglu, nas quais afirmava que a maternidade deveria ser a principal "carreira" das mulheres , provocaram grandes críticas no país, segundo informou nesta sexta-feira a imprensa local.

"As mães têm a carreira da maternidade, que ninguém mais pode ter no mundo. As mães não devem focar suas vidas em outra carreira diferente da maternidade", disse o político ontem em um hospital de Istambul, durante sua visita ao primeiro bebê nascido na Turquia em 2015, segundo a agência de notícias "Dogan".

O ministro deu conselhos aos pais da recém-nascida a favor da lactação materna, se mostrou propício aos partos naturais, criticou a prática das cesáreas e ressaltou que os cerca de 1,1 milhão de nascimentos anuais na Turquia representam uma grande riqueza ao país.

Diversas organizações que defendem os direitos das mulheres criticaram as palavras do ministro turco e expressaram que repudiam a visão que o governante Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) islamita tem sobre o papel das mulheres na sociedade.

Muitas mulheres, como a popular escritora turca Elif Safak, criticaram as palavras de Müezzinoglu nas redes sociais.

"A maternidade não é uma "carreira". As turcas devem decidir seus próprios caminhos na vida (e não os políticos homens)", escreveu no Twitter a romancista.

O presidente islamita turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu em repetidas ocasiões às mulheres turcas que tenham pelo menos três filhos, classificou o aborto como "assassinato" e criticou a prática das cesáreas ao considerá-las que não são naturais.

Erdogan recebeu críticas recentemente ao definir o controle de natalidade como um ato de traição que prejudica a Turquia.

"Realizam um ato de traição, que é o controle da natalidade, e com isso acabam provocando nossa extinção", disse Erdogan durante um discurso em um casamento no final de dezembro.

Erdogan também declarou em novembro que a igualdade entre os sexos vai contra os caminhos da natureza e defendeu que o papel reservado à mulher é o de mãe.

"Não se pode colocar homens e mulheres em posições iguais, isso vai contra a natureza porque suas naturezas são distintas", declarou o presidente islamita em um fórum internacional de Istambul dedicado aos direitos das mulheres. EFE

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Ancara - As declarações do ministro da Saúde da Turquia , Mehmet Müezzinoglu, nas quais afirmava que a maternidade deveria ser a principal "carreira" das mulheres , provocaram grandes críticas no país, segundo informou nesta sexta-feira a imprensa local.

"As mães têm a carreira da maternidade, que ninguém mais pode ter no mundo. As mães não devem focar suas vidas em outra carreira diferente da maternidade", disse o político ontem em um hospital de Istambul, durante sua visita ao primeiro bebê nascido na Turquia em 2015, segundo a agência de notícias "Dogan".

O ministro deu conselhos aos pais da recém-nascida a favor da lactação materna, se mostrou propício aos partos naturais, criticou a prática das cesáreas e ressaltou que os cerca de 1,1 milhão de nascimentos anuais na Turquia representam uma grande riqueza ao país.

Diversas organizações que defendem os direitos das mulheres criticaram as palavras do ministro turco e expressaram que repudiam a visão que o governante Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) islamita tem sobre o papel das mulheres na sociedade.

Muitas mulheres, como a popular escritora turca Elif Safak, criticaram as palavras de Müezzinoglu nas redes sociais.

"A maternidade não é uma "carreira". As turcas devem decidir seus próprios caminhos na vida (e não os políticos homens)", escreveu no Twitter a romancista.

O presidente islamita turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu em repetidas ocasiões às mulheres turcas que tenham pelo menos três filhos, classificou o aborto como "assassinato" e criticou a prática das cesáreas ao considerá-las que não são naturais.

Erdogan recebeu críticas recentemente ao definir o controle de natalidade como um ato de traição que prejudica a Turquia.

"Realizam um ato de traição, que é o controle da natalidade, e com isso acabam provocando nossa extinção", disse Erdogan durante um discurso em um casamento no final de dezembro.

Erdogan também declarou em novembro que a igualdade entre os sexos vai contra os caminhos da natureza e defendeu que o papel reservado à mulher é o de mãe.

"Não se pode colocar homens e mulheres em posições iguais, isso vai contra a natureza porque suas naturezas são distintas", declarou o presidente islamita em um fórum internacional de Istambul dedicado aos direitos das mulheres. EFE

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