Corrupção na Venezuela: Rafael Ramírez, que foi ministro do Petróleo entre 2002 e 2014 e está foragido no exterior, também é apontado por malversação de fundos (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 20 de março de 2023 às 19h42.
O ministro venezuelano do Petróleo, Tareck El Aissami, renunciou ao cargo, nesta segunda-feira, 20, depois da abertura, no fim de semana, de uma nova investigação sobre corrupção, que implica a estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), em virtude da qual um ex-gerente foi detido.
"Em virtude das investigações iniciadas sobre fatos graves de corrupção na PDVSA; tomei a decisão de apresentar minha renúncia como ministro do Petróleo, com o propósito de apoiar, acompanhar e respaldar totalmente este processo", informou El Aissami em mensagem no Twitter.
El Aissami, no cargo desde abril de 2020, também anunciou seu apoio a uma nova "cruzada" do governo contra a corrupção, que se estendeu ao poder Judiciário e ao Parlamento.
A Polícia Nacional contra a Corrupção deteve dois homens vinculados a Aissami no domingo: o vice-presidente de Comércio e Controle de Qualidade da PDVSA, coronel Antonio Pérez Suárez, e Joselit Ramírez, superintendente Nacional de Criptoativos da Venezuela (SUNACRIP), que cuida dos fundos da indústria petrolífera por meio de criptomoedas.
A detenção ocorreu depois que a polícia começou uma investigação contra altos funcionários "que poderiam estar envolvidos em graves casos de corrupção e malversação de fundos", pela qual também foram detidos o deputado Hugbel Roa; o advogado Cristóbal Cornieles, presidente do circuito penal de Caracas; um juiz anti-terrorismo; e um prefeito.
A indústria petroleira da Venezuela foi alvo de outras investigações por corrupção, que terminaram com as prisões de dezenas de empregados da PDVSA e dos ministros do Petróleo, Eulogio Del Pino e Nelson Martínez, que faleceu sob custódia do Estado.
Rafael Ramírez, que foi ministro do Petróleo entre 2002 e 2014 e está foragido no exterior, também é apontado por malversação de fundos