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Ministro britânico vê risco muito real de um Brexit sem acordo com a UE

Apesar do Brexit, continuaremos defendendo os valores e interesses comuns, disse o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido

O ministro do Reino Unido se pronunciou depois de se reunir com um representante do governo alemão (Neil Hall/Reuters)
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EFE

Publicado em 23 de julho de 2018 às 12h06.

Berlim - O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido , Jeremy Hunt, considerou nesta segunda-feira que existe um "risco muito real" de que se cumpra o prazo para que seu país abandone a União Europeia (UE) sem que haja um acordo.

O ministro britânico aludiu à situação das negociações entre o Reino Unido e a UE depois de manter em Berlim, na Alemanha, um encontro com seu equivalente deste país, Heiko Maas, e falou das consequências que pode ter o tipo de solução que for conseguida em relação ao Brexit.

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"Meu temor é que poderia mudar durante uma geração a atitude da opinião pública britânica sobre a Europa", opinou o novo titular de Relações Exteriores do Reino Unido sobre a possibilidade de um fracasso nas negociações.

"E conduziria a uma ruptura nas relações das quais cuidamos há tantos anos e que afetaria em grande medida esta grande associação", acrescentou Hunt.

Maas, por sua vez, estimou que, em primeiro lugar, tanto a UE como o Reino Unido têm que estar de acordo "sobre as normas vinculativas para a saída e para o período posterior".

"Não queremos um Brexit desordenado, mas queremos um acordo", disse Maas à imprensa depois de sua reunião com Hunt.

"Apesar do Brexit, continuaremos defendendo os valores e interesses comuns", disse Maas, que acrescentou que foram discutidos outros assuntos na reunião com o britânico, como a situação na Síria e as crescentes pressões contra o livre-comércio.

A visita de Hunt a Berlim acontece no momento em que a primeira-ministra, Theresa May, convocou seus ministros para uma reunião em Gateshead, no nordeste da Inglaterra, para reforçar a unidade de seu gabinete e promover sua visão de país depois do Brexit, que será executado em 29 de março de 2019.

Antes do encontro de hoje, May enfatizou que era hora de "agir", pois tanto Londres como Bruxelas sabem que "o relógio está se mexendo" na negociação para a saída do Reino Unido da União Europeia.

A líder conservadora defendeu a proposta "sem precedentes" incluída no Livro Branco que remeteu à UE, no qual se contempla a criação de um mercado comum de bens britânico-comunitário com certa harmonização reguladora e uma estreita colaboração em segurança.

"É um Brexit com princípios e prático que é do interesse mútuo do Reino Unido e da UE, mas que requereria pragmatismo de ambas as partes", opinou May, depois que o negociador chefe europeu, Michel Barnier, indicou na sexta-feira que há aspectos da iniciativa que ele considera inviáveis.

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