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Militares entram em presídio do Equador após assassinato de promotor antimáfia

Medida ocorre após o assassinato do promotor que investigava ataque a canal de TV

Equador: militares cercam presídio em Guayaquil, diante do aumento da violência no país (Marcos Pin/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 14h39.

Centenas de soldados e policiais entraram, nesta quinta-feira, 18, em um presídio do complexo penitenciário de Guayaquil, epicentro da guerra contra as drogas no Equador , após o assassinato, na véspera, de um promotor antimáfia, pelo qual dois suspeitos foram presos.

"Prendemos 2 suspeitos envolvidos no assassinato do promotor César Suárez, em #GYE (Guayaquil, ndr), após procedimentos investigativos que nos permitiram identificar a suposta participação no ato criminoso", disse o comandante da Polícia, General César Zapata, na rede social X.

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O promotor Suárez, que investigava um recente ataque armado contra um canal de televisão, no contexto de uma sangrenta escalada de violência por parte de organizações criminosas, foi morto a tiros na quarta-feira, quando dirigia seu veículo por um bairro do porto de Guayaquil (sudoeste).

Nas imagens da captura divulgadas pelo comandante podem ser vistos fuzis, pistolas, munições, uniformes de instituições públicas e outras peças de vestuário.

Na manhã desta quinta-feira, centenas de policiais e soldados entraram em um presídio no complexo penitenciário de Guayaquil . Os uniformizados "realizam uma nova intervenção no Centro de Privação de Liberdade #Guayas, controlando o perímetro externo e interno do centro penitenciário", afirmaram as Forças Armadas na rede social X.

Esta é a mesma prisão da qual fugiu, há quase duas semanas, Adolfo Macías, conhecido como "Fito", chefão de uma das maiores e mais temidas gangues do tráfico e cuja fuga intensificou a violência no país.

Repórteres da AFP revistaram tanques e esquadrões fortemente armados ao redor da prisão. Nos corredores externos do presídio podiam ser vistos militares e carros blindados.

Os militares entraram com armas longas e rostos cobertos, segundo um vídeo divulgado pelas Forças Armadas.

Investigações de risco

A espetacular invasão durante a transmissão de um programa do canal TC, no dia 9 de janeiro, chocou o país e levou o presidente Daniel Noboa a declarar um "conflito armado interno".

"Diante do assassinato de nosso colega César Suárez (…) Serei enfática: grupos do crime organizado, criminosos, terroristas não impedirão nosso compromisso com a sociedade equatoriana", disse a procuradora-geral Diana Salazar na quarta-feira, em um vídeo transmitido na rede social X.

Semanas antes do ataque violento, Salazar revelou os vínculos entre as gangues e os mais altos níveis de poder.

A investigação "Metástase" acusou juízes, políticos, procuradores, policiais, um ex-diretor da autoridade penitenciária, entre outros, de beneficiarem organizações criminosas em troca de dinheiro, ouro, prostitutas, apartamentos e luxos.

"O país tem que estar preparado (…). A resposta a esta operação será uma escalada da violência", disse então Salazar.

Infiltração de máfias

Entre 9 e 17 de janeiro, as forças policiais e militares realizaram mais de 20.800 operações e detiveram 1.975 pessoas, das quais 158 são acusadas de "terrorismo", segundo as Forças Armadas.

As intervenções nas ruas e nas prisões também estão na mira das organizações de direitos humanos, que exigem garantias dos direitos fundamentais dos presos.

O promotor Suárez liderou investigações que revelaram a infiltração de máfias no sistema judicial e escândalos de corrupção na compra de material médico durante a pandemia de covid-19.

Após o assassinato de Suárez, o ministro da Defesa, Gian Carlo Loffredo, expressou o "forte compromisso do governo nacional em apoiar a administração da justiça".

A procuradora-geral também relatou ameaças de morte contra ela por parte de um dos líderes da gangue Los Lobos, que fugiu da prisão em meio aos tumultos ocorridos nas prisões na semana passada.

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