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Milhares são presos na Rússia por protestos contra invasão à Ucrânia

Mais de 5.500 pessoas foram presas em vários protestos contra a guerra desde que a invasão começou na quinta-feira, de acordo com o grupo que documenta a repressão à oposição russa

Manifestantes contra a invasão da Ucrânia, em protesto na cidade russa de São Petesburgo (Anton Vaganov/Reuters)

Manifestantes contra a invasão da Ucrânia, em protesto na cidade russa de São Petesburgo (Anton Vaganov/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2022 às 16h17.

A polícia deteve mais de 2.000 pessoas em protestos contra a guerra realizados em 48 cidades da Rússia neste domingo, disse um grupo de monitoramento de manifestações, em uma demonstração do descontentamento da população russa sobre a invasão da Ucrânia.

Mais de 5.500 pessoas foram presas em vários protestos contra a guerra desde que a invasão começou na quinta-feira, de acordo com o grupo OVD-Info, que há anos documenta a repressão à oposição russa.

Em Moscou, a tropa de choque parecia estar em maior número que os manifestantes, alguns dos quais carregavam cartazes escritos à mão com sinais de paz e slogans antiguerra em russo e ucraniano. Alguns usavam máscaras com a palavra "Basta" estampada na frente.

Um repórter do canal de televisão independente Dozhd foi preso durante os protestos, apesar de mostrar seu credenciamento à polícia e usar um colete de imprensa.

Do lado de fora da luxuosa loja de departamentos Gostiny Dvor, no centro de São Petersburgo, centenas de manifestantes contrários à guerra estavam juntos, de braços dados e cantando.

Os protestos de domingo coincidiram com o aniversário de sete anos do assassinato do político da oposição Boris Nemtsov.

Em Moscou, algumas das prisões ocorreram em um memorial improvisado nos arredores do Kremlin, no local onde Nemtsov foi baleado, disse uma testemunha da Reuters. "Não à guerra!" gritou um dos manifestantes enquanto era arrastado pela polícia.

Nemtsov foi um crítico proeminente do presidente russo Vladimir Putin, e da anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Ele também se posicionou contra o apoio de Moscou aos separatistas pró-russos na Ucrânia.

Os separatistas acabaram sendo usados por Putin, que disse que iniciou a invasão da Ucrânia para protefer as duas regiões pró-Rússia, embora as tropas russa estejam lutando em toda a Ucrânia.

Os aliados ocidentais da Ucrânia aplicaram sanções sem precedentes em resposta à invasão terrestre, marítima e aérea da Rússia contra a Ucrânia.

Putin ordenou que seu comando militar colocasse as forças com armas nucleares em alerta máximo no domingo, depois que combatentes ucranianos que defendem a cidade de Kharkiv disseram ter repelido um ataque de tropas invasoras russas.

Dezenas de milhares de pessoas em toda a Europa protestaram contra a invasão da Rússia neste domingo, com 100 mil pessoas participando de manifestação em solidariedade à Ucrânia em Berlim.

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