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Milhares enterram vítima mais jovem de protestos na Turquia

Milhares de pessoas de toda Turquia foram ao enterro de Berkin Elvan, a vítima mais jovem dos protestos

Corpo de Berkin Elvan é carregado durante protesto na Turquia: jovem morreu aos 15 anos após permanecer nove meses em coma (Murad Sezer/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 14h17.

Istambul - Milhares de pessoas de toda Turquia foram nesta quarta-feira em Istambul ao enterro de Berkin Elvan, a vítima mais jovem dos protestos , morto na terça-feira aos 15 anos após permanecer nove meses em coma.

"Enviamos Berkin à eternidade. Meu Berkin se foi, mas agora tenho milhões de Berkins", declarou perante a multidão o pai do jovem, que se transformou em um símbolo da resistência contra o governo islamita da Turquia.

Em 16 de junho de 2013, uma bomba de gás lacrimongêneo atingiu a cabeça de Berkin quando o jovem saía de sua casa para comprar pão.

Após passar nove meses em coma, o jovem pesava apenas 16 quilos quando morreu, frente aos 46 quilos que tinha antes do incidente.

A apenas duas semanas das cruciais eleições municipais, a morte do jovem devolveu força às manifestações contra Recep Tayyp Erdogan, o primeiro-ministro turco e líder do governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).

Universidades e colégios proclamaram para hoje uma greve e milhares de pessoas se concentraram nas praças cêntricas de muitas cidades turcas.

Os manifestantes cantavam palavras como "Berkin Elvan não morreu", "Berkin Elvan é nosso orgulho" ou "O assassino de Berkin é o AKP", informaram emissoras de notícias como a "CNNTürk" e a "NTV".

Segundo destacaram muitos meios de comunicação locais hoje, o funeral de Berkin foi o maior desde o enterro do jornalista turco de origem armênia Hrant Dink em 2007.


Políticos da oposição, advogados, engenheiros, médicos, artistas, trabalhadores e também grupos de torcedores de futebol foram vistos hoje em Istambul por causa do funeral.

Também foram ao funeral as mães de outras vítimas, que acompanharam a mãe de Berkin.

"Não posso dizer que Deus tenha levado Berkin de mim. Tayyp Erdogan levou meu filho", disse a mãe depois que seu filho falecee na manhã de ontem.

Kemal Kilicdaroglu, líder do principal partido da oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP), enviou flores ao funeral e emitiu um comunicado justo antes do sepultamento.

Nesta carta, o líder advertia ao povo turco que Erdogan estava preparando uma perigosa provocação que levaria o país no caos para assegurar a continuação de seu regime autoritário.

Em Ancara, os estudantes universitários boicotaram as aulas e marcharam junto com estudantes de instituto e outros cidadãos até a cêntrica praça de Kizilay.

A polícia iniciou medidas extremas de segurança e se serviu de helicópteros que sobrevoavam a praça, até que dispersaram os manifestantes com gás lacrimogêneo e canhões de água a pressão.

Em outras províncias como Anatólia, Esmirna, Artvin e Adana, os estudantes declararam greve hoje e tomaram as ruas para se unir simbolicamente ao funeral apesar de estarem longe de Istambul.

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Istambul - Milhares de pessoas de toda Turquia foram nesta quarta-feira em Istambul ao enterro de Berkin Elvan, a vítima mais jovem dos protestos , morto na terça-feira aos 15 anos após permanecer nove meses em coma.

"Enviamos Berkin à eternidade. Meu Berkin se foi, mas agora tenho milhões de Berkins", declarou perante a multidão o pai do jovem, que se transformou em um símbolo da resistência contra o governo islamita da Turquia.

Em 16 de junho de 2013, uma bomba de gás lacrimongêneo atingiu a cabeça de Berkin quando o jovem saía de sua casa para comprar pão.

Após passar nove meses em coma, o jovem pesava apenas 16 quilos quando morreu, frente aos 46 quilos que tinha antes do incidente.

A apenas duas semanas das cruciais eleições municipais, a morte do jovem devolveu força às manifestações contra Recep Tayyp Erdogan, o primeiro-ministro turco e líder do governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).

Universidades e colégios proclamaram para hoje uma greve e milhares de pessoas se concentraram nas praças cêntricas de muitas cidades turcas.

Os manifestantes cantavam palavras como "Berkin Elvan não morreu", "Berkin Elvan é nosso orgulho" ou "O assassino de Berkin é o AKP", informaram emissoras de notícias como a "CNNTürk" e a "NTV".

Segundo destacaram muitos meios de comunicação locais hoje, o funeral de Berkin foi o maior desde o enterro do jornalista turco de origem armênia Hrant Dink em 2007.


Políticos da oposição, advogados, engenheiros, médicos, artistas, trabalhadores e também grupos de torcedores de futebol foram vistos hoje em Istambul por causa do funeral.

Também foram ao funeral as mães de outras vítimas, que acompanharam a mãe de Berkin.

"Não posso dizer que Deus tenha levado Berkin de mim. Tayyp Erdogan levou meu filho", disse a mãe depois que seu filho falecee na manhã de ontem.

Kemal Kilicdaroglu, líder do principal partido da oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP), enviou flores ao funeral e emitiu um comunicado justo antes do sepultamento.

Nesta carta, o líder advertia ao povo turco que Erdogan estava preparando uma perigosa provocação que levaria o país no caos para assegurar a continuação de seu regime autoritário.

Em Ancara, os estudantes universitários boicotaram as aulas e marcharam junto com estudantes de instituto e outros cidadãos até a cêntrica praça de Kizilay.

A polícia iniciou medidas extremas de segurança e se serviu de helicópteros que sobrevoavam a praça, até que dispersaram os manifestantes com gás lacrimogêneo e canhões de água a pressão.

Em outras províncias como Anatólia, Esmirna, Artvin e Adana, os estudantes declararam greve hoje e tomaram as ruas para se unir simbolicamente ao funeral apesar de estarem longe de Istambul.

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