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Milhares de venezuelanos formam longas filas para ver Chávez

Jogar cartas, cantar e gritar slogans em homenagem ao presidente: tudo é válido para suportar as longas horas de espera

Simpatizantes aguardam na fila para dar o último adeus a Chávez, do lado de fora da Academia Militar: pessoas de todo o país foram ao local se despedir do líder (Leo Ramirez/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 10h37.

Caracas - Ainda sob o frio da madrugada, centenas de milhares de pessoas seguiam nesta sexta-feira esperando sua vez para ver o corpo do presidente Hugo Chávez , na sede da Academia Militar, em Caracas.

Por toda parte, os venezuelanos aguardam indiferentes ao lixo acumulado em dois dias de peregrinação popular para chegar ao caixão de Chávez e prestar sua última homenagem.

"Não importa quantas horas esperamos, mas vamos ficar aqui até que o vejamos", afirma Luis Herrera, utilizando a boina vermelha popularizada pelo líder venezuelano.

Herrera, um motorista de 49 anos, chegou de um bairro de Caracas no fim da tarde de quinta-feira e à meia-noite ainda estava muito longe de entrar no recinto onde encontram-se expostos os restos do ex-presidente, falecido na terça-feira após uma longa batalha contra um câncer.

Seus olhos se enchem de lágrimas ao pensar no que fará quando o vir: "rezarei um pai-nosso para que Deus o receba com os braços abertos", explica.

Jogar cartas, cantar e gritar slogans em homenagem ao presidente: tudo é válido para suportar as longas horas de espera para chegar à capela ardente.

Logo, o grito "Eu sou Chávez!" explode na voz de um grupo de manifestantes e se espalha como pólvora entre o resto das pessoas que aguardam na fila.

Vendedores ambulantes percorrem a região vendendo cartazes, bandeiras e fotos de Chávez.


Aos 65 anos, Aura Hernández estava há mais de dez horas na fila, mas não renunciava ao desejo de prestar sua última homenagem ao ex-presidente venezuelano.

"Dói tudo, mas eu vou", afirma decidida Hernández, uma costureira que agradece a Chávez não apenas por suas duas máquinas de costura, mas "pela liberdade e pela independência" que afirma que ele proporcionou durante seus anos de governo.

Narda Barrios, de 33 anos e membro das milícias criadas por Chávez para defender seu processo revolucionário, adverte o vice-presidente Nicolás Maduro para que "se porte bem com o povo, porque, caso contrário, o povo irá castigá-lo. Haverá consequências", ressalta esta mulher, com as cores da bandeira venezuelana pintadas no rosto.

Maduro será empossado como presidente nesta sexta-feira às 23h30 GMT (20h30 de Brasília), informou o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Diosdado Cabello. Maduro deverá realizar "o chamado às eleições quando for a hora, de acordo com a Constituição, nos próximos 30 dias", disse o legislador.

Chávez deixou estabelecido que Maduro, de 50 anos, seja seu sucessor e que assuma a presidência temporária enquanto são convocadas eleições, nas quais também será o candidato governista.

"Chávez travou 16 batalhas, mas o povo vai ganhar a 17ª em sua homenagem", afirma confiante Carolina Arellano, ao opinar sobre as novas eleições que se aproximam para designar o substituto do presidente falecido.

Policiais e militares consultados pela AFP ainda não sabiam o que ia ocorrer com as milhares de pessoas que aguardam nas filas para homenagear o líder, cujo funeral oficial será realizado nesta sexta-feira às 15h30 GMT (12h30 de Brasília) com a presença de dezenas de presidentes, chefes de Estado e de governo e representantes de vários países do mundo.

Mas Maduro anunciou que o corpo de Chávez será embalsamado e repousará em um museu de Caracas que serviu de quartel-general durante seu frustrado golpe de Estado, em 1992.

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"Não importa quantas horas esperamos, mas vamos ficar aqui até que o vejamos", afirma Luis Herrera, utilizando a boina vermelha popularizada pelo líder venezuelano.

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Seus olhos se enchem de lágrimas ao pensar no que fará quando o vir: "rezarei um pai-nosso para que Deus o receba com os braços abertos", explica.

Jogar cartas, cantar e gritar slogans em homenagem ao presidente: tudo é válido para suportar as longas horas de espera para chegar à capela ardente.

Logo, o grito "Eu sou Chávez!" explode na voz de um grupo de manifestantes e se espalha como pólvora entre o resto das pessoas que aguardam na fila.

Vendedores ambulantes percorrem a região vendendo cartazes, bandeiras e fotos de Chávez.


Aos 65 anos, Aura Hernández estava há mais de dez horas na fila, mas não renunciava ao desejo de prestar sua última homenagem ao ex-presidente venezuelano.

"Dói tudo, mas eu vou", afirma decidida Hernández, uma costureira que agradece a Chávez não apenas por suas duas máquinas de costura, mas "pela liberdade e pela independência" que afirma que ele proporcionou durante seus anos de governo.

Narda Barrios, de 33 anos e membro das milícias criadas por Chávez para defender seu processo revolucionário, adverte o vice-presidente Nicolás Maduro para que "se porte bem com o povo, porque, caso contrário, o povo irá castigá-lo. Haverá consequências", ressalta esta mulher, com as cores da bandeira venezuelana pintadas no rosto.

Maduro será empossado como presidente nesta sexta-feira às 23h30 GMT (20h30 de Brasília), informou o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Diosdado Cabello. Maduro deverá realizar "o chamado às eleições quando for a hora, de acordo com a Constituição, nos próximos 30 dias", disse o legislador.

Chávez deixou estabelecido que Maduro, de 50 anos, seja seu sucessor e que assuma a presidência temporária enquanto são convocadas eleições, nas quais também será o candidato governista.

"Chávez travou 16 batalhas, mas o povo vai ganhar a 17ª em sua homenagem", afirma confiante Carolina Arellano, ao opinar sobre as novas eleições que se aproximam para designar o substituto do presidente falecido.

Policiais e militares consultados pela AFP ainda não sabiam o que ia ocorrer com as milhares de pessoas que aguardam nas filas para homenagear o líder, cujo funeral oficial será realizado nesta sexta-feira às 15h30 GMT (12h30 de Brasília) com a presença de dezenas de presidentes, chefes de Estado e de governo e representantes de vários países do mundo.

Mas Maduro anunciou que o corpo de Chávez será embalsamado e repousará em um museu de Caracas que serviu de quartel-general durante seu frustrado golpe de Estado, em 1992.

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