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Milhares de pessoas exigem reunificação de famílias de imigrantes nos EUA

Os manifestantes pediram a reunificação das mais de 2.300 crianças que foram separadas de seus familiares desde abril

Protesto: na semana passada, Trump assinou um decreto para conter a separação de famílias de imigrantes (Reuters)

Protesto: na semana passada, Trump assinou um decreto para conter a separação de famílias de imigrantes (Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de junho de 2018 às 17h34.

Washington - Milhares de pessoas se concentraram neste sábado em frente à Casa Branca em Washington para exigir ao governo dos Estados Unidos que reunifique as famílias de imigrantes ilegais separadas como resultado das medidas implementadas pelo presidente Donald Trump e que acabe com a política de "tolerância zero" que criminaliza os imigrantes ilegais.

A cantora Alicia Keys, a atriz America Ferrera e o dramaturgo de origem porto-riquenha Lin-Manuel Miranda lideraram de um palanque montado no local uma manifestação que, segundo os organizadores, reuniu mais de 30 mil pessoas no centro de Washington, enquanto outras 750 cidades em todo território americano organizavam manifestações similares.

"Nossa democracia está em jogo. Nossa humanidade está em jogo. Estamos aqui para salvar a alma de nossa nação", disse Alicia Keys em um discurso.

Keys e Ferrera, que é descendente de imigrantes hondurenhos, leram as histórias reais de uma mãe que foi separada de seu filho e de um avô que teve o pedido de acolher e cuidar de sua própria neta rejeitado pelas autoridades americanas.

"Esta luta não pertence a um grupo de pessoas, a uma cor, a um gênero. Ela pertence a todos nós", afirmou Ferrera, conhecida pelo seu papel na série "Ugly Betty".

Sob o lema "Families Belong Together" ("As Famílias Devem Estar Unidas", em tradução livre), os manifestantes pediram a reunificação das mais de 2.300 crianças que foram separadas de seus familiares desde abril, como resultado da política de "tolerância zero" pela qual os EUA processam criminalmente as pessoas que cruzam irregularmente a fronteira sul.

Os manifestantes também exigiram o fim dessa política e dos "campos de detenção" de imigrantes, onde Trump quer manter reclusos durante longos períodos de tempo os menores imigrantes ilegais e suas famílias.

"Eu vivo ao lado de um centro onde estão detendo acho que entre dez e 15 crianças atualmente", explicou à Agência Efe a jovem de 22 anos, Alexandra Cornejo.

"(O centro de detenção) está a apenas nove minutos da minha casa e não sei o que fazer, por isso queria estar aqui, porque minha família também é uma família de imigrantes, de México e Guatemala, e temos que defender nossas famílias", acrescentou Cornejo, que vive em Manassas (Virgínia), nos arredores de Washington.

No palanque montado para a manifestação, Lin-Manuel Miranda cantou uma canção de seu sucesso da Broadway "Hamilton" e pediu aos presentes que não desistam "até que esses pais possam voltar a cantar canções de ninar para seus filhos".

Na semana passada, Trump assinou um decreto para conter a separação de famílias de imigrantes, mas quer mudar a legislação para permitir que os menores fiquem reclusos durante longos períodos de tempo.

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