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Milei prepara pacote de medidas duras, como desvalorização do peso e fim de subsídios; veja lista

Novo presidente da Argentina toma posse no domingo, 10, e deve anunciar planos na segunda, segundo imprensa argentina

Javier Milei: presidente eleito da Argentina durante visita ao presidente Alberto Fernández (Maria Cerutti/Divulgação)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 11h36.

Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 11h38.

Javier Milei assume o cargo de presidente da Argentina neste domingo, 10, com pouco tempo para festa. O novo governo pretende tomar medidas duras rapidamente para tentar tirar o pais da crise e sinalizar ao mercado que as coisas vão mudar para valer no país.

A expectativa é que Milei anuncie um pacote de medidas na economia já na segunda-feira, 11. Segundo o jornal Clarín, o plano deve incluir uma desvalorização do peso no câmbio oficial, de 365 para algo entre 700 e 800 pesos por dólar, valor mais próximo à cotação paralela, que gira ao redor dos 1.000 pesos por dólar.

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Outras medidas devem incluir a proibição de emissão de moeda pelo Banco Central para financiar o Tesouro, a retirada de subsídios a tarifas de forma gradual, o fim da contratação de novas obras públicas e liberação do preço dos combustíveis. Veja abaixo a lista completa, obtida pelo Clarín.

Nesta sexta-feira é feriado na Argentina. O futuro gabinete de Milei deve se reunir no sábado para fazer o desenho final do programa. O objetivo é buscar um déficit fiscal zero em 2024, o que ajudaria o país a recuperar sua credibilidade no exterior para atrair investimentos e gerar caixa para pagar dívidas.

O ajuste também levaria à uma redução dos gastos públicos e da emissão de moeda, partes da receita para conter a inflação, que supera 140% ao ano, mas o corte será profundo: as medidas de Milei podem representar 5,5% do PIB argentino, algo em torno de 25 bilhões de dólares.

Desde a vitória, em outubro, Milei vem dizendo que terá de fazer um ajuste duro. Parte das medidas podem ser feitas apenas com a caneta presidencial, e outras demandam apoio no Congresso, onde o partido do novo presidente não tem maioria, mas vem negociando apoios com a coligação Juntos por el Cambio, de centro-direita, que inclui o ex-presidente Mauricio Macri.

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