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Merkel inicia negociações para formar governo na Alemanha

Fragilizada, Angela Merkel se viu forçada a tentar formar uma coalizão majoritária no Parlamento com os liberais e os ambientalistas

MERKEL: chanceler alemã terá que lidar agora com uma oposição de extrema direita no parlamento (Axel Schmidt/Reuters)
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AFP

Publicado em 8 de outubro de 2017 às 10h48.

Duas semanas após a sua estreita vitória eleitoral, Angela Merkel iniciou neste domingo (8) as negociações para formar um novo governo na Alemanha.

A chanceler se reuniu no início da tarde, em Berlim, com os principais líderes do seu Partido Democrata Cristão (CDU), incluindo o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, e seus aliados conservadores bávaros da CSU, liderados por Horst Seehofer.

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Objetivo: tentar pôr fim às divergências entre os dois movimentos irmãos, em particular a respeito da generosa política migratória de Angela Merkel, e chegar a um acordo sobre um programa comum para os próximos 4 anos. A tarefa é complicada.

As discussões podem durar até tarde da noite, de acordo com os participantes, e um acordo imediato é improvável.

A CSU, que representa a ala mais conservadora desta família política, apoiada pela direita da CDU, culpa a chanceler e sua política centrista ​​pelo desfecho decepcionante das eleições legislativas: uma vitória, mas com o pior resultado desde 1949 (32,9%).

E ao mesmo tempo, a extrema direita do AfD fez uma entrada espetacular na Câmara dos Deputados.

Fragilizada, Angela Merkel se viu forçada a tentar formar uma coalizão majoritária no Parlamento com os liberais e os ambientalistas.

Plano em dez pontos

De acordo com a imprensa alemã, o chefe da CSU trouxe para a discussão deste domingo um plano incluindo dez pontos.

No poder desde 2005, Merkel surpreendeu suas tropas na noite das eleições ao afirmar que não via razão para mudar sua política.

O plano da CSU responde: "aqueles que proclamam que devemos continuar como antes, não entenderam a situação e colocam em perigo a capacidade do partido de liderar o país".

Os bávaros exigem que o movimento também ocupe "seu lugar à direita do centro". E querem o estabelecimento de um limite anual para o número de migrantes, bem como uma "cultura de referência" alemã a ser adotada pelos recém-chegados.

Na ausência de acordo dentro da família conservadora, as negociações subsequentes programadas a partir de meados de outubro com liberais e ecologistas, que Angela Merkel formalizou no sábado, estarão condenadas ao fracasso.

Um dos líderes da CSU, Joachim Herrmann, reconheceu que "a situação não era fácil" entre os dois irmãos conservadores.

O líder dos Verdes, Cem Özdemir, convocou neste domingo as duas partes "a resolver rapidamente suas disputas" para "não bloquear durante semanas a formação de um governo", que já é "complicado o suficiente".

Em sinal de boa vontade, Angela Merkel deixou aberta a possibilidade de um compromisso sobre a principal reivindicação de seus aliados bávaros: o limite anual do número de migrantes aceitos no país. Um acordo pode ser alcançado com a CSU "sem que ninguém tenha que sair perdendo", disse ela.

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