Exame Logo

Merkel e Trump: encontro de opostos

Quando o presidente americano Donald Trump se encontrar hoje com a chanceler alemã Angela Merkel, estão na mesa dois projetos políticos opostos. Merkel, pragmática e reservada, sabe que Trump, polêmico e sem papas na língua, não será fácil de lidar. Ela estudou o presidente e leva a tiracolo executivos de grandes companhias alemãs, como Harald Krueger, […]

OBAMA E MERKEL: não espere a mesma afinidade no encontro de hoje com Trump, em Washington / Kevin Lamarque/ Reuters
DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2017 às 06h55.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h11.

Quando o presidente americano Donald Trump se encontrar hoje com a chanceler alemã Angela Merkel, estão na mesa dois projetos políticos opostos. Merkel, pragmática e reservada, sabe que Trump, polêmico e sem papas na língua, não será fácil de lidar. Ela estudou o presidente e leva a tiracolo executivos de grandes companhias alemãs, como Harald Krueger, da montadora BMW, e Joe Kaeser, do conglomerado Siemens.

Ela era uma das aliadas mais importantes do ex-presidente Barack Obama, e a saída dele marcou a entrada de um político que a criticou duramente durante a campanha. Trump defende a construção de muros nas fronteiras e a expulsão de imigrantes. Merkel defende a Europa unida e uma política de portas abertas.

Veja também

Merkel sabe que falar de negócios é uma boa maneira de discutir com Trump. Em Washington, quer reiterar as relações comerciais entre os dois países, que garantem mais de 800.000 empregos americanos em empresas alemãs nos Estados Unidos. Ela também deve pedir que Trump honre os compromissos com a Otan, a organização militar do ocidente, e ajude a conter o expansionismo do presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia.

Um ponto de atrito do encontro pode ser a discussão sobre emissão de gases estufa. Merkel pretende pressionar os Estados Unidos a diminuir suas emissões, embora Trump já tenha afirmado que irá retirar o país do Acordo de Paris, o mais recente acordo global do clima.

Em Berlim, as expectativas para o encontro são baixas, mas, mesmo que corra tudo certo, a relação Trump-Merkel não deve chegar perto daquela que a chanceler tinha com Obama — uma amizade diplomática que sobreviveu até ao escândalo do grampo do telefone de Merkel.

Merkel parece ter ficado sozinha com a missão de unir a Europa e mediar os conflitos internacionais do mundo. De fato, ela é chamada por muitos de “líder do mundo livre”, um título que ela afasta e que, até ano passado, era concedido ao presidente dos Estados Unidos. Embora Trump já tenha se encontrado com o primeiro ministro canadense, Justin Trudeau, oposto de Trump em quase tudo, é com Merkel que o presidente americano terá um verdadeiro teste diplomático.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame