Mercosul repudia uso da força contra a Venezuela
Na véspera, Trump ameaçou uma intervenção militar na Venezuela, surpreendente escalada na resposta de Washington à crise política
Reuters
Publicado em 12 de agosto de 2017 às 15h18.
São Paulo - O países do Mercosul repudiaram a violência e qualquer uso da força contra a Venezuela , informou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil neste sábado, um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar o país sul-americano de intervenção militar.
"Os países do Mercosul consideram que os únicos instrumentos aceitáveis para a promoção da democracia são o diálogo e a diplomacia", trouxe a nota.
"O repúdio à violência e a qualquer opção que envolva o uso da força é inarredável e constitui base fundamental do convívio democrático, tanto no plano interno como no das relações internacionais", acrescentou o ministério.
Na véspera, Trump ameaçou uma intervenção militar na Venezuela, surpreendente escalada na resposta de Washington à crise política venezuelana.
A Venezuela pareceu se encaminhar a um estágio mais volátil de agitações nos últimos dias, com forças antigoverno saqueando armas dos militares após a instalação de uma Assembleia Constituinte.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro lembrou ainda que a Venezuela já foi suspensa do Mercosul, em 5 de agosto, "em decorrência da constatação de que ocorreu uma grave ruptura da ordem democrática naquele país".
"Desde então, aumentaram a repressão, as detenções arbitrárias e o cerceamento das liberdades individuais. As medidas anunciadas pelo governo e pela assembleia nacional constituinte nos últimos dias reduzem ainda mais o espaço para o debate político e para a negociação".
Assim, reforçou que os países do bloco vão continuar insistindo para que a Venezuela "cumpra com os compromissos que assumiu, de forma livre e soberana, com a democracia como única forma de governo aceitável na região. O governo venezuelano não pode aspirar ao convívio normal com seus vizinhos na região enquanto não for restaurada a democracia no país".
A mesma nota foi publicada pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina também neste sábado.