Mercosul prepara mensagem dura aos EUA por espionagem
Presidentes dos países do bloco reúnem-se em Montevidéu para uma cúpula em que os desentendimentos com os EUA deverão dominar a pauta
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2013 às 10h00.
Montevidéu - Líderes sul-americanos planejam enviar na sexta-feira a Washington uma mensagem dura em relação às suspeitas de espionagem na região e ao seu direito de conceder asilo ao norte-americano que as denunciou, Edward Snowden.
Ao cabo de duas semanas de relações abaladas por causa da saga Snowden, presidentes dos países do Mercosul reúnem-se em Montevidéu para uma cúpula em que os desentendimentos com os EUA deverão dominar a pauta.
"Já discutimos a questão da espionagem no continente e as questões relacionadas ao direito ao asilo", disse o chanceler uruguaio, Luis Almagro, a jornalistas depois de discussões para o estabelecimento da pauta na quinta-feira na capital uruguaia.
O Mercosul é formado por Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
A América Latina acabou envolvida no caso Snowden porque três governos esquerdistas da região -Venezuela, Bolívia e Nicarágua -ofereceram asilo a esse ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) Snowden está refugiado há semanas na ala de trânsito do aeroporto internacional de Moscou, num limbo jurídico. Os EUA querem que ele seja entregue para responder por supostos crimes contra a segurança nacional, e alertam que qualquer nação que lhe conceder asilo sofrerá consequências.
"Acreditamos que a comunidade internacional deve exigir o direito de todos os cidadãos do mundo a solicitarem asilo: diplomático, político, humanitário, como vocês quiserem chamá-lo", disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua.
"A Venezuela irá exercer seu direito sob a lei internacional, independentemente de ameaças, independentemente de retaliações, independentemente de consequências." Os líderes da região também estão irritados com as novas revelações de que a espionagem dos EUA na Internet atingiu também países latino-americanos, especialmente Colômbia, Venezuela, Brasil e México.
A Colômbia, principal aliada dos EUA na América Latina, se somou ao coro de governos que exigem explicações depois da revelação dessas atividades clandestinas na região, feita na terça-feira pela imprensa brasileira.
Além disso, na semana passada governantes latino-americanos saíram em defesa do colega boliviano, Evo Morales, cujo avião foi barrado no espaço aéreo de vários países europeus por causa da suspeita de que ele estivesse transportando Snowden.
Em uma reunião na semana passada, presidentes sul-americanos de esquerda e centro-esquerda denunciaram o incidente como sendo uma atitude "neocolonialista" por parte da Europa e dos EUA.
"Essas são questões que irão mostrar a unidade do Mercosul", disse o chanceler argentino, Hector Timerman, antes de embarcar para Montevidéu.
A Bolívia é membro associado do Mercosul, e Morales deve participar da reunião de sexta-feira.
Montevidéu - Líderes sul-americanos planejam enviar na sexta-feira a Washington uma mensagem dura em relação às suspeitas de espionagem na região e ao seu direito de conceder asilo ao norte-americano que as denunciou, Edward Snowden.
Ao cabo de duas semanas de relações abaladas por causa da saga Snowden, presidentes dos países do Mercosul reúnem-se em Montevidéu para uma cúpula em que os desentendimentos com os EUA deverão dominar a pauta.
"Já discutimos a questão da espionagem no continente e as questões relacionadas ao direito ao asilo", disse o chanceler uruguaio, Luis Almagro, a jornalistas depois de discussões para o estabelecimento da pauta na quinta-feira na capital uruguaia.
O Mercosul é formado por Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
A América Latina acabou envolvida no caso Snowden porque três governos esquerdistas da região -Venezuela, Bolívia e Nicarágua -ofereceram asilo a esse ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) Snowden está refugiado há semanas na ala de trânsito do aeroporto internacional de Moscou, num limbo jurídico. Os EUA querem que ele seja entregue para responder por supostos crimes contra a segurança nacional, e alertam que qualquer nação que lhe conceder asilo sofrerá consequências.
"Acreditamos que a comunidade internacional deve exigir o direito de todos os cidadãos do mundo a solicitarem asilo: diplomático, político, humanitário, como vocês quiserem chamá-lo", disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua.
"A Venezuela irá exercer seu direito sob a lei internacional, independentemente de ameaças, independentemente de retaliações, independentemente de consequências." Os líderes da região também estão irritados com as novas revelações de que a espionagem dos EUA na Internet atingiu também países latino-americanos, especialmente Colômbia, Venezuela, Brasil e México.
A Colômbia, principal aliada dos EUA na América Latina, se somou ao coro de governos que exigem explicações depois da revelação dessas atividades clandestinas na região, feita na terça-feira pela imprensa brasileira.
Além disso, na semana passada governantes latino-americanos saíram em defesa do colega boliviano, Evo Morales, cujo avião foi barrado no espaço aéreo de vários países europeus por causa da suspeita de que ele estivesse transportando Snowden.
Em uma reunião na semana passada, presidentes sul-americanos de esquerda e centro-esquerda denunciaram o incidente como sendo uma atitude "neocolonialista" por parte da Europa e dos EUA.
"Essas são questões que irão mostrar a unidade do Mercosul", disse o chanceler argentino, Hector Timerman, antes de embarcar para Montevidéu.
A Bolívia é membro associado do Mercosul, e Morales deve participar da reunião de sexta-feira.