Menina de 12 anos é estuprada durante 7 meses por 22 homens na Índia
Agressores tem entre 20 e 66 anos de idade, Criança era drogada e os homens filmavam os estupros para garantir que ela se mantivesse em silêncio
Gabriela Ruic
Publicado em 17 de julho de 2018 às 10h50.
Última atualização em 17 de julho de 2018 às 10h55.
São Paulo - Em mais um caso bárbaro de violência sexual na Índia , uma menina de 12 anos com deficiência auditiva foi estuprada ao longo de 7 meses por ao menos 22 homens em Chennai, cidade localizada no extremo sul do país e a cerca de 400 quilômetros de Bangalore.
Segundo o jornal indiano Times of India, 18 agressores foram presos nesta terça-feira e a polícia agora busca pelos outros envolvidos. Eles irão responder pelo crime de acordo com o Ato de Proteção às Crianças contra Violência Sexual, lei sancionada em 2012 que visa tratar casos de abuso e exploração sexual de menores de 18 anos.
Caso
A menina trouxe o caso à tona no último sábado, quando contou à irmã mais velha, que é universitária e estava visitando a família, sobre o trauma. Os pais então procuraram a polícia, que iniciou as investigações, e ao hospital, onde uma equipe médica constatou que a violência sexual sofrida por ela havia sido causada por diferentes homens.
Investigadores conseguiram identificar o grupo que a violentou: os agressores têm entre 20 e 66 anos de idade e todos são funcionários de um complexo de apartamentos próximo do local onde a criança vive e no qual os estupros aconteceram.
De acordo com a menina, explicaram os policiais à agência de notícias AFP, um homem chamado Ravi Kumar, um ascensorista de 66 anos, foi quem primeiro a estuprou. Os episódios de violência aconteciam quase que diariamente, quando ela chegava da escola, e o grupo de envolvidos ia aumentando dia a dia. Ela era drogada antes de ser violentada e os homens filmavam os atos para chantageá-la a permanecer em silêncio.
Violência sexual
A epidemia de violência sexual na Índia é chocante e vem chamando a atenção do mundo desde os idos de 2012, com o estupro coletivo de uma jovem na capital Déli. Na ocasião, a estudante Jyoti Singh, de 22 anos, acabou morrendo em decorrência dos ferimentos.
Desde então, o governo indiano vem tentando atualizar suas leis e prever punições cada vez mais duras para os agressores. Em abril de 2018, por exemplo, uma ordem executiva aprovada pelo gabinete do primeiro-ministro Narendra Modi prevê alterações nas leis que regem o tema.
Uma das mais significativas é a a pena de morte para casos de violência sexual contra menores de 12 anos, mas foram ainda aumentadas as penas em casos de estupros contra mulheres adultas, de 7 para 10 anos de prisão, podendo se tornar perpétua. No entanto, as mudanças precisam ser aprovada pelo parlamento em até seis meses ou perdem a validade.
Números da polícia indiana revelam que, diariamente, ao menos 100 casos de violência sexual são registrados em todo o país. Em 2016, o número de episódios reportados chegou a 39 mil, um aumento de 17% ante o observado em 2015.