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Meio milhão de civis vivem sitiados na Síria

Os cercos se converteram em uma arma de guerra no conflito sírio, utilizados principalmente pelo regime, mas também pelos rebeldes e o EI


	Cidade sitiada: Quase meio milhão de sírios vivem em zonas sitiadas e um total de 4,6 milhões vivem em locais considerados "dificilmente acessíveis"
 (Louai Beshara / AFP)

Cidade sitiada: Quase meio milhão de sírios vivem em zonas sitiadas e um total de 4,6 milhões vivem em locais considerados "dificilmente acessíveis" (Louai Beshara / AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2016 às 13h13.

Os cercos se converteram em uma arma de guerra no conflito sírio, utilizados principalmente pelo regime, mas também pelos rebeldes e pela organização jihadista Estado Islâmico (EI).

Quantas pessoas vivem em zonas sitiadas?

Quase meio milhão (486.700 exatamente) vivem em zonas sitiadas e um total de 4,6 milhões vivem em locais considerados "dificilmente acessíveis", segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Duas ONGs, a holandesa Pax e a The Syria Institute, nos Estados Unidos, consideram que mais de um milhão de pessoas carecem de quantidades suficientes de alimentos, eletricidade e água corrente e correm maiores riscos de morrer como consequência destas carências.

Quais zonas estão sitiadas?

- Zonas cercadas pelo regime

O regime sitiou zonas em torno da capital Damasco. Na cidade de Madaya, uma das mais afetadas, 46 pessoas morreram de fome desde 1º de dezembro, segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Também estão cercadas duas outras localidades controladas pelos rebeldes na província de Damasco, como Zabadani, Muadamiyat al Sham ou Duma, Erbin e Zamalka na região da Ghuta Oriental.

As potências ocidentais acusaram o regime do presidente sírio Bashar al-Assad de sitiar estas zonas para obrigar os rebeldes a se render.

- Zonas cercadas pelos rebeldes

Os rebeldes usam a tática de cerco contra as localidades xiitas de Fua e Kafraya, na província de Idleb (noroeste)e pediram que seja entregue ajuda humanitária a Zabadani e Madaya, em seu poder, cada vez que Fua e Kafraya recebam comboios.

- Zonas cercadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico

O grupo jihadista cerca desde janeiro de 2015 a cidade de Deir Ezzor (leste), onde mais de 200.000 pessoas vivem. Esta cidade está nas mãos do regime, mas o grupo EI controla a maior parte da província.

No entanto, o governo de Damasco conseguiu entregar ajuda às localidades sitiadas que o exército sírio controla fazendo lançamentos a partir do ar, algo que os rebeldes não estão em condições de fazer, já que carecem de força aérea.

Onde foi possível entregar a ajuda?

Foi entregue ajuda de forma irregular em várias zonas cercadas, mas as ONGs humanitárias consideram que ela não é suficiente.

Em janeiro, caminhões com alimentos, medicamentos e cobertores chegaram a Madaya, Fua e Kafraya, mas a MSF afirma que ao menos 16 pessoas morreram em Madaya nos dois últimos meses.

Como as organizações internacionais reagem?

O Conselho de Segurança da ONU pediu em várias oportunidades que seja permitida a entrada de ajuda humanitária sem condições e que os cercos sejam levantados, o que não ocorreu.

Em Munique no dia 12 de fevereiro o Grupo Internacional de Apoio à Síria, do qual formam parte, entre outros, Estados Unidos e Rússia, decidiu permitir a entrada imediata da ajuda humanitária para os civis.

Em virtude deste acordo, está previsto que uma centena de caminhões cheguem nesta quarta-feira a algumas cidades cercadas.

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