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Medvedev promete lealdade a Putin e reformas políticas graduais

Presidente russo afirma que pretende continuar na vida pública; Putin lança oficialmente candidatura às eleições presidenciais de 2012

O presidente russo Medvedev e o primeiro-ministro Putin (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2011 às 09h28.

Moscou - O presidente russo, Dmitri Medvedev, expressou neste sábado sua lealdade ao primeiro-ministro, Vladimir Putin, a quem já declarou apoio para as eleições presidenciais de 2012, e prometeu reformas políticas e econômicas gradativos.

"Somos políticos pragmáticos, não fantasiosos. Devemos buscar como conseguir da maneira mais simples os objetivos políticos que assumimos", afirmou Medvedev durante um discurso ao vivo pelo canal de televisão "Rossiya-24".

Medvedev, que tem o respaldo de Putin para o cargo de primeiro-ministro caso a chapa vença as eleições do ano que vem, falou sobre a decepção de alguns partidários por sua decisão de abandonar o Kremlin em favor do colega e padrinho político.

"Devemos analisar a situação atual. E qual é esta situação? É bastante simples: a aprovação e o nível de confiança em mim e em Vladimir Putin são mais altos que os de qualquer outro político, mas os (índices) dele são maiores que os meus", afirmou.

O presidente russo reiterou assim o argumento de que a maioria dos russos prefere Putin para assumir a chefia do Estado, embora tenha admitido que gostaria de seguir à frente do Kremlin.

"No que se refere ao ponto de vista político, somos muito próximos, enquanto na vida diária, pode ser que alguns não acreditem, não somos oponentes, mas camaradas e amigos já faz 20 anos", comentou.

Medvedev destacou que, se não fosse por Putin, nunca teria chegado à Presidência do país, e por isso lhe será sempre agradecido.

"Muitos acham que qualquer pessoa que se transforma em presidente deve eliminar aqueles que o ajudaram durante a carreira política. Não fui educado assim e não acho que isso seja correto", disse.


Ainda assim, Medvedev ressaltou que pretende continuar na vida pública. "Não tenho intenção de abandonar a política. Não tenho direito a decepcionar os milhões de pessoas que me levaram ao poder, que confiaram seu futuro em mim (...) e que acreditam na necessidade de reformar nosso Estado, economia e sociedade".

O presidente antecipou que as reformas prosseguirão nos próximos anos, mas devem ser gradativas.

"Há quem exija mudanças momentâneas e reformas radicais, mas isso não é possível. Devemos ser realistas. Seguiremos reformando o sistema político, a administração estatal e a economia, e continuaremos a humanização da sociedade", disse.

Medvedev deu como exemplo as recentes revoluções nos países árabes e lembrou que os dirigentes desses países, "digam o que disserem, contavam com o respaldo de setores significativos da sociedade".

No entanto, ele advertiu que a reticência desses dirigentes árabes a reformar o sistema político e econômico de seus respectivos países foi a causa de sua derrocada.

Por isso, Medvedev destacou a necessidade de que o partido governista Rússia Unida (RU) aumente sua representatividade e defendeu que o país tenha várias legendas políticas fortes, e não uma só, como atualmente.

Seu partido anunciou neste sábado oficialmente a candidatura de Putin às eleições presidenciais de março de 2012.

A oposição política russa estima um novo retrocesso das liberdades caso Putin volte ao Kremlin, onde poderia permanecer até 2024 se reeleito em seguida, beneficiado pela reforma constitucional introduzida por Medvedev, que aumentou de quatro para seis anos o mandato presidencial.

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Moscou - O presidente russo, Dmitri Medvedev, expressou neste sábado sua lealdade ao primeiro-ministro, Vladimir Putin, a quem já declarou apoio para as eleições presidenciais de 2012, e prometeu reformas políticas e econômicas gradativos.

"Somos políticos pragmáticos, não fantasiosos. Devemos buscar como conseguir da maneira mais simples os objetivos políticos que assumimos", afirmou Medvedev durante um discurso ao vivo pelo canal de televisão "Rossiya-24".

Medvedev, que tem o respaldo de Putin para o cargo de primeiro-ministro caso a chapa vença as eleições do ano que vem, falou sobre a decepção de alguns partidários por sua decisão de abandonar o Kremlin em favor do colega e padrinho político.

"Devemos analisar a situação atual. E qual é esta situação? É bastante simples: a aprovação e o nível de confiança em mim e em Vladimir Putin são mais altos que os de qualquer outro político, mas os (índices) dele são maiores que os meus", afirmou.

O presidente russo reiterou assim o argumento de que a maioria dos russos prefere Putin para assumir a chefia do Estado, embora tenha admitido que gostaria de seguir à frente do Kremlin.

"No que se refere ao ponto de vista político, somos muito próximos, enquanto na vida diária, pode ser que alguns não acreditem, não somos oponentes, mas camaradas e amigos já faz 20 anos", comentou.

Medvedev destacou que, se não fosse por Putin, nunca teria chegado à Presidência do país, e por isso lhe será sempre agradecido.

"Muitos acham que qualquer pessoa que se transforma em presidente deve eliminar aqueles que o ajudaram durante a carreira política. Não fui educado assim e não acho que isso seja correto", disse.


Ainda assim, Medvedev ressaltou que pretende continuar na vida pública. "Não tenho intenção de abandonar a política. Não tenho direito a decepcionar os milhões de pessoas que me levaram ao poder, que confiaram seu futuro em mim (...) e que acreditam na necessidade de reformar nosso Estado, economia e sociedade".

O presidente antecipou que as reformas prosseguirão nos próximos anos, mas devem ser gradativas.

"Há quem exija mudanças momentâneas e reformas radicais, mas isso não é possível. Devemos ser realistas. Seguiremos reformando o sistema político, a administração estatal e a economia, e continuaremos a humanização da sociedade", disse.

Medvedev deu como exemplo as recentes revoluções nos países árabes e lembrou que os dirigentes desses países, "digam o que disserem, contavam com o respaldo de setores significativos da sociedade".

No entanto, ele advertiu que a reticência desses dirigentes árabes a reformar o sistema político e econômico de seus respectivos países foi a causa de sua derrocada.

Por isso, Medvedev destacou a necessidade de que o partido governista Rússia Unida (RU) aumente sua representatividade e defendeu que o país tenha várias legendas políticas fortes, e não uma só, como atualmente.

Seu partido anunciou neste sábado oficialmente a candidatura de Putin às eleições presidenciais de março de 2012.

A oposição política russa estima um novo retrocesso das liberdades caso Putin volte ao Kremlin, onde poderia permanecer até 2024 se reeleito em seguida, beneficiado pela reforma constitucional introduzida por Medvedev, que aumentou de quatro para seis anos o mandato presidencial.

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