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May dificulta referendo escocês por medo de derrota, diz Sturgeon

A primeira-ministra escocesa defendeu seu pedido de uma nova consulta sobre a independência do país

Nicola Sturgeon: a primeira-ministra declarou que a Escócia quer ser um país receptivo, diverso e tolerante (Jeff J Mitchell/Getty Images)
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EFE

Publicado em 6 de abril de 2017 às 20h16.

Nova York - A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, afirmou nesta quinta-feira que a oposição da governante do Reino Unido , Theresa May, à realização de um novo referendo escocês de independência é uma demonstração de sua preocupação com a vitória da autodeterminação.

"O fato de que May tente dificultar o referendo democrático no qual a Escócia, depois do 'Brexit', possa escolher seu próprio caminho, é sinal de que se preocupa em não ganhar o debate", afirmou Sturgeon na conferência "Mulheres no Mundo" realizada hoje em Nova York.

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Sturgeon defendeu nos Estados Unidos seu pedido de uma nova consulta sobre a independência da Escócia menos de três anos depois do último referendo baseando-se na rejeição à saída da União Europeia, algo que disse que levará o Reino Unido a estar "mais fechado em si mesmo e mais isolado".

"Queremos ser um país receptivo, diverso e tolerante, e, embora sejamos pequenos, queremos ter um papel no mundo", declarou.

Sturgeon defendeu ainda a interdependência dos países para tratar certos problemas mundiais e afirmou que é a Escócia quem deve decidir se quer fazer parte ou não da União Europeia.

"Não acredito que seja uma escolha que possa ser feita pela Escócia, mas devemos escolher nós mesmos o caminho que queremos tomar", acrescentou.

Além disso, afirmou que a independência da Escócia não representaria uma ruptura com a Inglaterra.

"Trata-se de criar nas ilhas britânicas, das quais Escócia sempre será parte, uma associação realmente igualitária, onde poderemos governar a nós mesmos", explicou Sturgeon vestida de azul, a cor da bandeira escocesa.

A política também falou de sua complicada relação com May, e disse que ambas têm "diferenças políticas e filosóficas enormes" e que, por enquanto, não estão conseguindo encontrar pontos em comum sobre os quais iniciar um diálogo construtivo.

"As duas somos mulheres em posições de liderança, ou seja, temos a mesma forma de abordar a política e os negócios, portanto espero poder construir algo no futuro. Mas são necessários dois para fazer isso e já veremos será", detalhou.

Sturgeon também criticou umas das leis aprovadas recentemente no Reino Unido, que determina que uma mulher só poderá receber ajuda social para um terceiro filho se puder provar que a gravidez foi resultado de um estupro.

"É asqueroso. E essa lei foi aprovada sob o governo de uma primeira-ministra", declarou Sturgeon, que opinou que ter uma boa representação do gênero feminino em postos de liderança não é a única a que se deve aspirar.

"Não é suficiente ser uma mulher na política. Você tem que fazer as coisas corretas com o poder que tem", acrescentou Sturgeon, que se declarou seguidora da antiga candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, e da chanceler alemã, Angela Merkel.

"Ela foi uma pioneira para as mulheres na política, independentemente do que se pense de seus ideais. (...) Tornou a coisa mais fácil para mulheres como eu na política e lhe devemos muito por isso", disse Sturgeon sobre Hillary.

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