Marrocos vai às urnas com islamitas como favoritos
Eleição será a primeira no país depois dos protestos por mais democracia; primeiro-ministro terá mais poderes
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 12h52.
Rabat, Marracos - Os marroquinos votam na sexta-feira para eleger um novo Parlamento, em eleições chave após três meses de reivindicações sociopolíticas e nas quais os islamitas do Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD) são favoritos.
Meses depois de uma reforma constitucional proposta pelo rei Mohammed VI e massivamente aprovada por um referendo no dia 1º de julho, estas eleições permitirão que os cerca de trinta partidos políticos meçam seu peso político.
O PJD aposta por um "efeito Ennahda", o partido islâmico tunisiano que venceu claramente as eleições de 23 de outubro, e ocupa 89 dos 217 assentos da Assembleia Constituinte da Tunísia.
O PJD é atualmente o maior partido da oposição, com 47 deputados de 395. Uma vitória abriria a ele pela primeira vez as portas do governo.
Apesar da ausência de pesquisas, proibidas duas semanas antes do início da campanha eleitoral, a maioria dos especialistas aponta para grandes chances de estar entre os primeiros.
"O Marrocos será islamita", previa o semanário francófono Tel Quel na capa de sua edição desta semana.
"O PJD será primeiro ou segundo", previa um de seus influentes líderes, Saadedin El Othomani, em uma entrevista.
O partido islamita terá, no entanto, dois adversários de peso: o Istiqlal (Independência), do primeiro-ministro Abbas al Fassi (52 deputados), e a União Nacional Independente (Rassemblement national indépendant, RNI, liberal), do ministro da Economia Salahedin Mezuar (38).
As eleições também serão um teste para o "Movimento de 20 de fevereiro", que surgiu espontaneamente na onda da primavera árabe e que apela para o boicote das eleições de sexta-feira, assim como outros partidos de esquerda.
"Não irei votar porque nada muda neste país", declarou à AFP Ouidade Melhaf, uma jovem estudante do movimento.
O índice de participação será particularmente examinado em um país onde o abstencionismo é elevado: apenas 37% dos inscritos votaram nas legislativas de 2007.
Apesar de tudo o que está em jogo, os marroquinos não parecem estar animados com a eleição.
"Não vemos uma grande motivação", lamentava há poucos dias uma delegação da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE).
Seja qual for o resultado de sexta-feira, a vida política marroquina não voltará a ser como antes, já que será aplicada a reforma constitucional.
A principal novidade é que o primeiro-ministro será designado no seio do partido que obtiver o maior número de votos.
Embora preserve a primazia do rei, a nova Constituição concede mais poderes ao parlamento e ao chefe de governo.
Este poderá, por exemplo, dissolver o parlamento, mas deverá governar no âmbito de uma coalizão.
Neste novo contexto, "como serão as relações entre o rei e o chefe de governo?", se perguntava o jornal em árabe Akhbar Al Yaoum.
As eleições, que serão supervisionadas por 4 mil observadores marroquinos e estrangeiros, rejuvenescerão de qualquer forma o panorama político local: 87% dos candidatos jamais estiveram no Parlamento e 45% dos candidatos têm menos de 45 anos, segundo o ministério do Interior.
Rabat, Marracos - Os marroquinos votam na sexta-feira para eleger um novo Parlamento, em eleições chave após três meses de reivindicações sociopolíticas e nas quais os islamitas do Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD) são favoritos.
Meses depois de uma reforma constitucional proposta pelo rei Mohammed VI e massivamente aprovada por um referendo no dia 1º de julho, estas eleições permitirão que os cerca de trinta partidos políticos meçam seu peso político.
O PJD aposta por um "efeito Ennahda", o partido islâmico tunisiano que venceu claramente as eleições de 23 de outubro, e ocupa 89 dos 217 assentos da Assembleia Constituinte da Tunísia.
O PJD é atualmente o maior partido da oposição, com 47 deputados de 395. Uma vitória abriria a ele pela primeira vez as portas do governo.
Apesar da ausência de pesquisas, proibidas duas semanas antes do início da campanha eleitoral, a maioria dos especialistas aponta para grandes chances de estar entre os primeiros.
"O Marrocos será islamita", previa o semanário francófono Tel Quel na capa de sua edição desta semana.
"O PJD será primeiro ou segundo", previa um de seus influentes líderes, Saadedin El Othomani, em uma entrevista.
O partido islamita terá, no entanto, dois adversários de peso: o Istiqlal (Independência), do primeiro-ministro Abbas al Fassi (52 deputados), e a União Nacional Independente (Rassemblement national indépendant, RNI, liberal), do ministro da Economia Salahedin Mezuar (38).
As eleições também serão um teste para o "Movimento de 20 de fevereiro", que surgiu espontaneamente na onda da primavera árabe e que apela para o boicote das eleições de sexta-feira, assim como outros partidos de esquerda.
"Não irei votar porque nada muda neste país", declarou à AFP Ouidade Melhaf, uma jovem estudante do movimento.
O índice de participação será particularmente examinado em um país onde o abstencionismo é elevado: apenas 37% dos inscritos votaram nas legislativas de 2007.
Apesar de tudo o que está em jogo, os marroquinos não parecem estar animados com a eleição.
"Não vemos uma grande motivação", lamentava há poucos dias uma delegação da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE).
Seja qual for o resultado de sexta-feira, a vida política marroquina não voltará a ser como antes, já que será aplicada a reforma constitucional.
A principal novidade é que o primeiro-ministro será designado no seio do partido que obtiver o maior número de votos.
Embora preserve a primazia do rei, a nova Constituição concede mais poderes ao parlamento e ao chefe de governo.
Este poderá, por exemplo, dissolver o parlamento, mas deverá governar no âmbito de uma coalizão.
Neste novo contexto, "como serão as relações entre o rei e o chefe de governo?", se perguntava o jornal em árabe Akhbar Al Yaoum.
As eleições, que serão supervisionadas por 4 mil observadores marroquinos e estrangeiros, rejuvenescerão de qualquer forma o panorama político local: 87% dos candidatos jamais estiveram no Parlamento e 45% dos candidatos têm menos de 45 anos, segundo o ministério do Interior.