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Mario Monti como possível premiê na Itália dá ânimo aos mercados

Político é o favorito para liderar um governo técnico; bolsa de Milão fechou em leve alta

Mario Monti é o favorito para ser o novo primeiro-ministro italiano (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2011 às 15h33.

Roma - A possibilidade de o ex-comissário de Concorrência da União Europeia (UE), Mario Monti, assumir um Governo de caráter tecnocrata na Itália ganhou forças nesta quinta-feira e deu ânimo aos mercados, um dia após o presidente da República, Giorgio Napolitano, nomeá-lo senador vitalício.

As capas da maioria dos jornais italianos substituíram a fotografia do ainda primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pela de Mario Monti, que terá de recorrer a todos os seus conhecimentos para reativar a abalada economia e realizar as reformas estruturais profundas que o país necessita.

'Se na Itália se deseja voltar a ter crescimento, é preciso tirar os privilégios de cada categoria social', disse Monti nesta quinta-feira em Berlim em declarações ao jornal britânico 'Financial Times', repercutidas pela imprensa italiana.

Ele enfatizou a importância de se fazer 'um trabalho enorme na Itália'. 'Os pedidos da Europa e da comunidade internacional ao país em termos de saneamento de contas e de estímulo ao desenvolvimento são justas para conseguir um maior crescimento'.

Berlusconi, que se mostrou favorável à convocação de novas eleições após sua saída do Governo, afirmou nesta quarta-feira à noite que a decisão de escolher Monti é inevitável pelo 'bem do país'.

O partido governista Povo da Liberdade (PdL) se reuniu nesta quinta-feira em Roma e, segundo o secretário-geral da legenda, Angelino Alfano, a decisão definitiva sobre apoiar Monti ou convocar eleições antecipadas será decidida no sábado.

Um eventual Governo tecnocrata liderado por Monti seria provavelmente composto não só por especialistas técnicos, mas também por políticos como o atual ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, que possivelmente seria mantido no cargo, e pelo socialista Giuliano Amato, na pasta de Interior.

Para lidar com a grave crise financeira, são cogitados nomes como Lorenzo Bini Smaghi - atualmente no Banco Central Europeu (BCE) -, o ex-ministro de Economia Domenico Siniscalco - no Governo de Berlusconi - e o ex-presidente da empresa de energia elétrica Enel Piero Gnudi.


A ideia de um Governo Monti incitou o apoio das forças na oposição como o partido de centro-direita Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), o Partido Democrata (PD) e a União da Democracia Cristã (UCD).

As legendas Itália dos Valores (IDV) e Liga Norte já anunciaram que não aprovarão a moção de confiança para um Governo liderado por Mario Monti - presidente da Universidade Bocconi, prestigiosa instituição de ensino superior econômico. Tais partidos apoiam a realização de eleições, senão, pretendem marcar oposição.

Enquanto se debate sobre o próximo Governo de caráter tecnocrata, a Comissão de Balanço do Senado trabalha em bom ritmo sobre o orçamento estatal para 2012, que inclui as reformas econômicas urgentes exigidas pela UE ao Governo de Berlusconi.

Estima-se que o texto das contas do Estado chegue nesta sexta-feira ao Senado para sua aprovação no domingo. Uma vez definitivamente aprovada a lei de orçamento de 2012, prevê-se que Berlusconi apresente a renúncia a Napolitano.

O presidente da República lembrou nesta quinta-feira que a Europa espera que 'a Itália atinja os objetivos financeiros e consiga o relançamento do crescimento econômico e social necessário para sair da crise'.

Esta é uma tarefa já à espera de Mario Monti, conhecido na Itália como 'Supermario', após enfrentar com sucesso as empresas americanas General Electrics (2001) e Microsoft (2004) na qualidade de comissário de Concorrência da UE.

No terreno econômico, o Tesouro italiano conseguiu lançar nesta quinta-feira os 5 bilhões de euros em bônus da dívida com vencimento em um ano, com juros de 6,087%, o que representa um recorde para a Itália desde a entrada em vigor da zona do euro.

Após o leilão, a taxa de risco italiana - medida com a diferença entre o bônus alemão e o italiano a dez anos - caiu para 517 pontos básicos, enquanto os juros dos bônus para dez anos caiu para 6,95%, o que, para os analistas, é a resposta dos mercados à possibilidade de que o especialista em matéria econômica Mario Monti lidere um Governo de transição.

Após o baque de 3,78% sofrido nesta quarta-feira pela Bolsa de Milão, a tendência nesta quinta-feira já se mostrava positiva. O índice seletivo FTSE MIB fechou em alta de 0,97% e a taxa de risco começou uma lenta, mas progressiva baixa.

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As capas da maioria dos jornais italianos substituíram a fotografia do ainda primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pela de Mario Monti, que terá de recorrer a todos os seus conhecimentos para reativar a abalada economia e realizar as reformas estruturais profundas que o país necessita.

'Se na Itália se deseja voltar a ter crescimento, é preciso tirar os privilégios de cada categoria social', disse Monti nesta quinta-feira em Berlim em declarações ao jornal britânico 'Financial Times', repercutidas pela imprensa italiana.

Ele enfatizou a importância de se fazer 'um trabalho enorme na Itália'. 'Os pedidos da Europa e da comunidade internacional ao país em termos de saneamento de contas e de estímulo ao desenvolvimento são justas para conseguir um maior crescimento'.

Berlusconi, que se mostrou favorável à convocação de novas eleições após sua saída do Governo, afirmou nesta quarta-feira à noite que a decisão de escolher Monti é inevitável pelo 'bem do país'.

O partido governista Povo da Liberdade (PdL) se reuniu nesta quinta-feira em Roma e, segundo o secretário-geral da legenda, Angelino Alfano, a decisão definitiva sobre apoiar Monti ou convocar eleições antecipadas será decidida no sábado.

Um eventual Governo tecnocrata liderado por Monti seria provavelmente composto não só por especialistas técnicos, mas também por políticos como o atual ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, que possivelmente seria mantido no cargo, e pelo socialista Giuliano Amato, na pasta de Interior.

Para lidar com a grave crise financeira, são cogitados nomes como Lorenzo Bini Smaghi - atualmente no Banco Central Europeu (BCE) -, o ex-ministro de Economia Domenico Siniscalco - no Governo de Berlusconi - e o ex-presidente da empresa de energia elétrica Enel Piero Gnudi.


A ideia de um Governo Monti incitou o apoio das forças na oposição como o partido de centro-direita Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), o Partido Democrata (PD) e a União da Democracia Cristã (UCD).

As legendas Itália dos Valores (IDV) e Liga Norte já anunciaram que não aprovarão a moção de confiança para um Governo liderado por Mario Monti - presidente da Universidade Bocconi, prestigiosa instituição de ensino superior econômico. Tais partidos apoiam a realização de eleições, senão, pretendem marcar oposição.

Enquanto se debate sobre o próximo Governo de caráter tecnocrata, a Comissão de Balanço do Senado trabalha em bom ritmo sobre o orçamento estatal para 2012, que inclui as reformas econômicas urgentes exigidas pela UE ao Governo de Berlusconi.

Estima-se que o texto das contas do Estado chegue nesta sexta-feira ao Senado para sua aprovação no domingo. Uma vez definitivamente aprovada a lei de orçamento de 2012, prevê-se que Berlusconi apresente a renúncia a Napolitano.

O presidente da República lembrou nesta quinta-feira que a Europa espera que 'a Itália atinja os objetivos financeiros e consiga o relançamento do crescimento econômico e social necessário para sair da crise'.

Esta é uma tarefa já à espera de Mario Monti, conhecido na Itália como 'Supermario', após enfrentar com sucesso as empresas americanas General Electrics (2001) e Microsoft (2004) na qualidade de comissário de Concorrência da UE.

No terreno econômico, o Tesouro italiano conseguiu lançar nesta quinta-feira os 5 bilhões de euros em bônus da dívida com vencimento em um ano, com juros de 6,087%, o que representa um recorde para a Itália desde a entrada em vigor da zona do euro.

Após o leilão, a taxa de risco italiana - medida com a diferença entre o bônus alemão e o italiano a dez anos - caiu para 517 pontos básicos, enquanto os juros dos bônus para dez anos caiu para 6,95%, o que, para os analistas, é a resposta dos mercados à possibilidade de que o especialista em matéria econômica Mario Monti lidere um Governo de transição.

Após o baque de 3,78% sofrido nesta quarta-feira pela Bolsa de Milão, a tendência nesta quinta-feira já se mostrava positiva. O índice seletivo FTSE MIB fechou em alta de 0,97% e a taxa de risco começou uma lenta, mas progressiva baixa.

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