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Maquinista é investigado após acidente na Espanha

Segundo uma autoridade, acidente com trem que deixou cerca de 80 mortos foi causado por excesso de velocidade

Equipes de resgate prestam socorro às vítimas do acidente com o trem na Espanha (Miguel Riopa/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2013 às 22h34.

Santiago de Compostela - O maquinista de um trem que descarrilou no noroeste da Espanha , matando pelo menos 80 pessoas, estava sob investigação policial em um hospital nesta quinta-feira, após o dramático acidente que, segundo uma autoridade, foi causado por excesso de velocidade.

O trem de alta velocidade com oito vagões, que viajava de Madri para Ferrol com 247 pessoas a bordo, saiu dos trilhos nos arredores de Santiago de Compostela às 20h41 (horário local) de quarta-feira, em um dos piores acidentes ferroviários da Europa.

A fonte teve conhecimento da investigação oficial sobre o acidente que trouxe tristeza a Santiago de Compostela nesta quinta-feira, dia em que a cidade deveria ter celebrado uma das maiores festas cristãs da Europa. Autoridades cancelaram as festividades por luto.

A Suprema Corte da região da Galícia, onde fica Santiago, disse em comunicado que o juiz que investiga o acidente ordenou que a polícia interrogue o maquinista. Ele estava sendo oficialmente investigado e sob custódia da polícia, mas não preso, esclareceu o tribunal.

O maquinista estava internado, mas não estava claro que tipo de ferimento ele havia sofrido no descarrilamento do trem.

Um dramático vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra o trem descarrilando ao fazer uma curva em alta velocidade, colidindo com um muro e capotando na noite de quarta-feira.

Um funcionário local descreveu as cenas após o acidente como o inferno, com corpos espalhados perto dos trilhos. O impacto foi tão grande que um vagão voou vários metros e caiu do outro lado da alta barreira de concreto.


Cerca de 94 pessoas ficaram feridas, das quais 35 permanecem em estado grave, incluindo quatro crianças, afirmou o vice-chefe do governo regional.

"Ouvimos um barulho enorme e descemos até os trilhos. Ajudei a resgatar alguns feridos e corpos para fora do trem. Entrei em um dos vagões, mas prefiro não dizer o que eu vi lá", disse à Reuters Ricardo Martinez, um padeiro de 47 anos, em Santiago de Compostela.

Testemunhas contaram à imprensa espanhola que o maquinista, Francisco José Garzón, foi visto auxiliando no resgate das vítimas e gritando ao telefone: "Descarrilei! O que eu faço?" Garzón, 52 anos, é maquinista há 30 anos, disse uma porta-voz da empresa ferroviária estatal Renfe. Uma fonte judicial disse à Reuters que havia um maquinista no trem. Anteriormente, uma fonte do governo da Galícia havia dito que havia dois.

Curva em Alta Velocidade

Segundo o jornal El País, o maquinista ficou preso nos destroços da cabine e contou por rádio à estação ferroviária que o trem havia entrado na curva a 190 quilômetros por hora. Uma fonte oficial disse que o limite de velocidade naquele trecho de trilhos duplos era de 80 quilômetros por hora.

"Somos apenas humanos! Somos apenas humanos!", dizia o maquinista à estação, segundo relato do jornal a partir de informações de fontes próximas à investigação. "Espero que não haja mortos, porque isso vai recair sobre a minha consciência." Os investigadores estavam tentando estabelecer com urgência por que o trem estava indo tão rápido e por que dispositivos de segurança para manter a velocidade dentro dos limites permitidos não funcionaram.


O trem, operado pela Renfe, foi construído pela Bombardier e Talgo e tinha cerca de cinco anos. Estava quase com o número máximo de passageiros.

Os registros de segurança ferroviária da Espanha são melhores do que a média europeia, ocupando a 18ª posição entre os 27 países do bloco em termos de mortes por quilômetros percorridos, disse que a Agência Ferroviária Europeia. Houve 218 acidentes ferroviários na Espanha entre 2008 e 2011, bem abaixo da média de 426 da União Europeia para o mesmo período.

Bombeiros cancelaram uma greve para ajudar nos trabalhos de resgate, enquanto funcionários do hospital, muitos com salários menores por causa dos cortes de gastos da Espanha em recessão, fizeram horas extras para cuidar dos feridos.

Um norte-americano morreu no acidente e cinco ficaram feridos, disse o Departamento de Estado em Washington. O México disse que um de seus cidadãos estava entre os mortos.

Pelo menos um britânico ficou ferido, disse um porta-voz da embaixada britânica. Acredita-se que havia passageiros de várias outras nacionalidades.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que nasceu em Santiago de Compostela, a capital da região da Galícia, visitou o local e o principal hospital nesta quinta-feira. Ele declarou três dias de luto nacional oficial pelas vítimas do desastre.

O rei Juan Carlos e a rainha Sofia também foram para Santiago e visitaram os feridos no hospital.

"Toda a Espanha está unida em luto com as famílias", disse o rei.

O desastre fez lembrar os ataques de militantes islâmicos contra os trens de Madri em 2004, quando 191 pessoas morreram, embora as autoridades não suspeitam de um ataque no caso de Santiago de Compostela neste momento.

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O trem de alta velocidade com oito vagões, que viajava de Madri para Ferrol com 247 pessoas a bordo, saiu dos trilhos nos arredores de Santiago de Compostela às 20h41 (horário local) de quarta-feira, em um dos piores acidentes ferroviários da Europa.

A fonte teve conhecimento da investigação oficial sobre o acidente que trouxe tristeza a Santiago de Compostela nesta quinta-feira, dia em que a cidade deveria ter celebrado uma das maiores festas cristãs da Europa. Autoridades cancelaram as festividades por luto.

A Suprema Corte da região da Galícia, onde fica Santiago, disse em comunicado que o juiz que investiga o acidente ordenou que a polícia interrogue o maquinista. Ele estava sendo oficialmente investigado e sob custódia da polícia, mas não preso, esclareceu o tribunal.

O maquinista estava internado, mas não estava claro que tipo de ferimento ele havia sofrido no descarrilamento do trem.

Um dramático vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra o trem descarrilando ao fazer uma curva em alta velocidade, colidindo com um muro e capotando na noite de quarta-feira.

Um funcionário local descreveu as cenas após o acidente como o inferno, com corpos espalhados perto dos trilhos. O impacto foi tão grande que um vagão voou vários metros e caiu do outro lado da alta barreira de concreto.


Cerca de 94 pessoas ficaram feridas, das quais 35 permanecem em estado grave, incluindo quatro crianças, afirmou o vice-chefe do governo regional.

"Ouvimos um barulho enorme e descemos até os trilhos. Ajudei a resgatar alguns feridos e corpos para fora do trem. Entrei em um dos vagões, mas prefiro não dizer o que eu vi lá", disse à Reuters Ricardo Martinez, um padeiro de 47 anos, em Santiago de Compostela.

Testemunhas contaram à imprensa espanhola que o maquinista, Francisco José Garzón, foi visto auxiliando no resgate das vítimas e gritando ao telefone: "Descarrilei! O que eu faço?" Garzón, 52 anos, é maquinista há 30 anos, disse uma porta-voz da empresa ferroviária estatal Renfe. Uma fonte judicial disse à Reuters que havia um maquinista no trem. Anteriormente, uma fonte do governo da Galícia havia dito que havia dois.

Curva em Alta Velocidade

Segundo o jornal El País, o maquinista ficou preso nos destroços da cabine e contou por rádio à estação ferroviária que o trem havia entrado na curva a 190 quilômetros por hora. Uma fonte oficial disse que o limite de velocidade naquele trecho de trilhos duplos era de 80 quilômetros por hora.

"Somos apenas humanos! Somos apenas humanos!", dizia o maquinista à estação, segundo relato do jornal a partir de informações de fontes próximas à investigação. "Espero que não haja mortos, porque isso vai recair sobre a minha consciência." Os investigadores estavam tentando estabelecer com urgência por que o trem estava indo tão rápido e por que dispositivos de segurança para manter a velocidade dentro dos limites permitidos não funcionaram.


O trem, operado pela Renfe, foi construído pela Bombardier e Talgo e tinha cerca de cinco anos. Estava quase com o número máximo de passageiros.

Os registros de segurança ferroviária da Espanha são melhores do que a média europeia, ocupando a 18ª posição entre os 27 países do bloco em termos de mortes por quilômetros percorridos, disse que a Agência Ferroviária Europeia. Houve 218 acidentes ferroviários na Espanha entre 2008 e 2011, bem abaixo da média de 426 da União Europeia para o mesmo período.

Bombeiros cancelaram uma greve para ajudar nos trabalhos de resgate, enquanto funcionários do hospital, muitos com salários menores por causa dos cortes de gastos da Espanha em recessão, fizeram horas extras para cuidar dos feridos.

Um norte-americano morreu no acidente e cinco ficaram feridos, disse o Departamento de Estado em Washington. O México disse que um de seus cidadãos estava entre os mortos.

Pelo menos um britânico ficou ferido, disse um porta-voz da embaixada britânica. Acredita-se que havia passageiros de várias outras nacionalidades.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que nasceu em Santiago de Compostela, a capital da região da Galícia, visitou o local e o principal hospital nesta quinta-feira. Ele declarou três dias de luto nacional oficial pelas vítimas do desastre.

O rei Juan Carlos e a rainha Sofia também foram para Santiago e visitaram os feridos no hospital.

"Toda a Espanha está unida em luto com as famílias", disse o rei.

O desastre fez lembrar os ataques de militantes islâmicos contra os trens de Madri em 2004, quando 191 pessoas morreram, embora as autoridades não suspeitam de um ataque no caso de Santiago de Compostela neste momento.

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