Manifestantes venezuelanos se dividem sobre advertência de Trump
Para o governo da Venezuela, as palavras de Trump poderiam arrastar a América Latina e o Caribe a um conflito
AFP
Publicado em 12 de agosto de 2017 às 20h57.
Última atualização em 12 de agosto de 2017 às 20h57.
Orlando, que protestava neste sábado em Caracas contra o governo de Nicolás Maduro , repudiou a advertência do presidente americano Donald Trump sobre uma "opção militar" na Venezuela. María, entretanto, disse apoiar "todas as ajudas" do exterior.
Cerca de mil pessoas participaram de um protesto convocado pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que busca revitalizar suas manifestações, esvaziadas após o fracasso da tentativa de impedir a instalação da Assembleia Constituinte promovida por Maduro.
"Os problemas dos venezuelanos quem tem que resolver somos nós, venezuelanos. Não precisamos que nenhuma potência exterior venha resolver nossos problemas", disse à AFP Orlando Moreno, um homem de cerca de 40 anos que marchava com um gorro com as cores da bandeira de seu país.
"Concordo com todas as ajudas da comunidade internacional", declarou, por outro lado María Blanco.
A mobilização foi convocada em protesto pelas decisões da Corte Suprema, que destituiu e condenou a 15 meses de prisão dois prefeitos opositores, Ramón Muchacho e David Smolansky.
"Temos muitas opções para Venezuela, incluindo uma possível opção militar se for necessário", expressou Trump na sexta-feira.
Para o governo venezuelano, as palavras de Trump poderiam "arrastar a América Latina e o Caribe a um conflito que alteraria permanentemente a estabilidade, a paz e a segurança" da região, segundo um comunicado.
Países críticos de Maduro como México, Colômbia e Peru criticaram as declarações de Trump, assim como o Mercosul, bloco do qual a Venezuela foi suspensa.
A MUD não se pronunciou sobre as ameaças de Trump.