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Manifestantes protestam contra expulsão de imigrantes planejada por Trump

O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) deve atuar prender cerca de 2 mil migrantes que entraram recentemente no país em pelo menos 10 grandes cidades

. (Nuccio DiNuzzo/Getty Images)

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AFP

Publicado em 14 de julho de 2019 às 13h51.

Milhares de migrantes em situação irregular aguardam neste domingo, com medo e incerteza, a operação anunciada pelo presidente Donald Trump que levará a uma onda de deportações.

Em dezenas de cidades, manifestações foram organizadas contra as detenções e expulsões planejadas, enquanto autoridades locais e estaduais pediram moderação.

O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) deve atuar em pelo menos 10 grandes cidades americanas para prender cerca de 2.000 migrantes que entraram recentemente no país.

O alcance da operação parece mais modesto do que os "milhões" que Trump prometeu que seriam detidos e expulsos quando mencionou pela primeira vez no mês passado a ofensiva, adiada posteriormente.

Mas isso não aliviou a angústia daqueles que temem ser alvos.

Segundo a imprensa, os agentes do ICE estão preparados para prender não apenas aqueles com ordens de expulsão, mas também outros migrantes sem documentação que possam encontrar. Isso poderia incluir migrantes que estão no país há anos, com empregos e filhos que são cidadãos americanos.

"Essa incerteza, esse medo, está causando estragos", disse a prefeita de Chicago, Lori Lightfoot, à CNN. "Está traumatizando as pessoas".

Trump insistiu na sexta-feira que "a maioria dos prefeitos" quer esta operação, mas vários prefeitos expressaram preocupação com a operação federal.

O prefeito de Miami, Francis Suarez, disse que em 2018, seu primeiro ano no cargo, sua cidade experimentou sua "menor taxa de homicídios em 51 anos". "Então eu não entendo o motivo de escolher Miami", acrescentou.

"Ato político"

Algumas autoridades municipais, bem como grupos pró-migrantes e de direitos civis, tentaram instruir aqueles que poderiam ser alvos sobre seus direitos.

"Estamos pedindo às pessoas, se tiverem medo de deportação, que fiquem em casa no domingo, que andem em grupos", disse Keisha Bottoms, prefeita de Atlanta, à CNN.

"Se alguém bater em sua porta, por favor, não a abra a menos que tenha um mandado".

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse à MSNBC que vê esta ofensiva como "um ato político para convencer muitas pessoas nos Estados Unidos de que os imigrantes são o problema".

Como outras autoridades, ele teme que as deportações possam intimidar os migrantes, fazendo com que cooperem menos com a polícia local no futuro, dificultando assim a segurança pública.

Há mais de um ano, os Estados Unidos enfrentam uma crise migratória na fronteira com o México, agravada, a cada mês, pelos milhares de centro-americanos que fogem da violência e da miséria em seus países.

O número de migrantes em situação ilegal detidos em junho - mais de de 100.000 - teve uma queda de 28% em relação a maio, mas a situação permanece "crítica", anunciou o Departamento de Segurança Interna esta semana.

Este último está sob fogo cruzado desde a divulgação de um relatório oficial, apontando uma "superlotação perigosa" em vários centros que acolhem esses migrantes no Texas.

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