Manifestantes entregam à justiça dinheiro abandonado pelo presidente do Sri Lanka após fuga
Os manifestantes, que ocupam o palácio presidencial desde sábado, encontraram no local 17,85 milhões de rupias (50.000 dólares) em cédulas novas e entregaram a quantia às forças de segurança
AFP
Publicado em 11 de julho de 2022 às 08h02.
Milhões de rupias abandonadas pelo presidente fugitivo do Sri Lanka , Gotabaya Rajapaksa, serão entregues à justiça do país nesta segunda-feira, anunciou a polícia.
Os manifestantes, que ocupam o palácio presidencial desde sábado, encontraram no local 17,85 milhões de rupias (50.000 dólares) em cédulas novas e entregaram a quantia às forças de segurança.
"A polícia recebeu o dinheiro em espécie e o entregará à justiça", afirmou um porta-voz.
Também foi encontrada no palácio presidencial uma mala repleta de documentos, segundo fontes oficiais.
Os acontecimentos dramáticos de sábado foram o ponto máximo de uma onda de protestos no país, que fica na costa sul da Índia e enfrenta uma crise política e econômica sem precedentes, que os manifestantes atribuem ao governo do presidente Rajapaksa.
Centenas de milhares de pessoas se reuniram na capital, Colombo, para exigir que Rajapaksa assuma a responsabilidade pela escassez de remédios, alimentos e combustíveis, cenário que levou um país relativamente próspero ao cenário de caos.
Depois de invadir o palácio presidencial, uma construção do período colonial, a multidão percorreu os ambientes luxuosos, várias pessoas pularam na piscina e vasculharam o guarda-roupa e os pertences de Rajapaksa.
O presidente, de 73 anos, conseguiu escapar por uma saída lateral e foi levado em uma embarcação militar para uma base no nordeste da ilha, informaram fontes oficiais à AFP. O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe anunciou que o presidente expressou a intenção de renunciar.
O chefe de Governo, também de 73 anos, se tornaria automaticamente presidente interino em caso de renúncia de Rajapaksa, mas afirmou que deixará o cargo se não existir consenso para a formação de um governo de unidade. Milhares de pessoas permaneciam ocupando nesta segunda-feira prédios oficiais invadidos no fim de semana.
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